sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

Geração Y é um Blog inspirado por pessoas como eu!


        Tenho que confessar, que passado muito tempo, caminhei para o erro as vésperas das festas natalinas. Deixei que a emoção me tomasse, tornei o inicio da noite de ontem tensa para mim mesmo. O meu sistema nervoso beirou a um colapso, meu estado de espírito angustiou-se, os sentimentos de indignação tomaram conta dos meus impulsos, veio à tona um discussão sem sentido, levando a quebra da regra de ouro, culminando com a confiança perdida, com a minha esperança arrasada, o mundo das ilusões foram frustrados e o meu imaginário foi humilhado! E ai me pergunto o que está acontecendo?
         Tal fato na noite passada me serviu para levar-me ao término da leitura do livro De Cuba com carinho, com autoria de Yoani Sánchez. Livro tal que me foi presenteado por um amigo. Os textos publicados no livro são recortes retirados do blog Generación Y, alimentado pela blogueira cubana mencionada acima, que retrata o cotidiano da Ilha de Cuba comandada pelos irmãos Fidel e Raúl Castro. A autora não escreve sobre política, mais nos aproxima bem da realidade econômica decadente da ilha e do regime castrista que vigora há cinqüenta anos.
         A leitura continua dos textos trouxe a minha mente às recordações de adolescente, quando aos meus catorze anos recebi da mão do meu pai, o livrinho manifesto comunista, e depois de realizado a sua leitura, recebi durante toda uma tarde, atenção do meu pai me explicando como funcionava a dialética do conhecimento. Tais contribuições me levaram a conviver com as forças de esquerdas juvenis no movimento estudantil em João Pessoa, capital da Paraíba.
         É de minha natureza ser um perguntador, fui buscar na companhia dos livros, o meu refúgio de adolescente. Tive uma passagem rápida pela União da Juventude Socialista – UJS, um braço de cooptação de jovens para se tornarem futuros militantes do Partido Comunista do Brasil – PC do B. Não me cansava de escutar o comunista Simão Almeida, esse na década de 1990 consegui exercer um único mandato de deputado estadual. Naquele tempo, eu perguntava a todos, se para um regime político e econômico ser bom, era preciso privar as pessoas da liberdade, matar inocentes, promover guerras, partir uma nação ao meio, permitir a existência de uma elite burocrática, viver a beira de uma hipotética guerra nuclear, sob ameaça de uma ordem bipolar que poderia levar o nosso planeta a destruição, bem como, a perduração de ditadores por muito tempo no poder.
         As respostas obtidas para tantas perguntas que eu fazia, partia de afirmativas que o socialismo deveria triunfar sobre o capitalismo, o bem deveria vencer o mal, o mundo viveria melhor sem a divisão de classes, todos passando a viver em plena igualdade, sem competições, sem concorrência e suprimindo a Lei da Mais Valia. Teve um dia que meu pai me apresentou o livro Perestroika e Glasnost de Mikail Gorbachev, este o último líder comunista que comando a ex-URSS.
         Quando terminei a leitura de ambos os livros, percebi o quanto o regime comunista da URSS e do Leste Europeu teria ficado bem atrás do capitalismo, tanto na economia como no universo político. Nesse momento, travei a maior discussão ideológica com meu pai e com todos do meu circulo de amizade que defendia um Brasil comunista. As minhas perguntas tomavam corpo, a partir do momento que presenciava pela TV a queda do Muro de Berlim, a desintegração dos países comunistas do Leste Europeu, e por fim, a desintegração da URSS. Até hoje me pergunto, será que eu estava errado?

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