sábado, 5 de dezembro de 2015

A reorganização das escolas públicas em Nova Mamoré e Guajará-Mirim

O questionamento de hoje recai sobre a reorganização das escolas públicas proposta pela Secretaria de Educação do Estado de Rondônia em cooperação com as prefeituras dos municípios de Nova Mamoré e Guajará-Mirim. Ambos localizados na região de fronteira entre Brasil e Bolívia – distantes da grande mídia do nosso estado.
Pesquisando sobre o assunto desde que foi anunciado pelas bandas de cá a tal “reorganização” ou “reordenamento”, verificamos que duas empresas de consultoria é quem estariam por trás de tal proposta, ou seja, as Consultorias Mckinsey e Falconi. Desse modo, ambas estariam copiando modelos de reforma educacional usados na Cidade de Nova York 14 anos atrás e já aposentados pelo seu principal mentor, Bill Gates. Por sua vez, aposentado porque não deu certo.
A reorganização faz parte de uma investida maior do governador Geraldo Alckmin (PSDB) para pavimentar a privatização da educação paulista. Esta estratégia inclui variadas formas de implementação, sendo a maior delas, a reorganização escolar. Por sua vez, as unidades educacionais estariam inseridas em um “mercado de escolha” futuro.
Por sua vez, o fato da reorganização ou reordenamento das escolas municipais e estaduais em Nova Mamoré, Guajará-Mirim e demais municípios rondonienses que assinarem o termo de cooperação com o governo do estado de Rondônia, estarão se rendendo a uma cópia do que a Consultoria Falconi apresentou no estado de São Paulo.
O pior de tudo isso, é que os gestores do poder estadual e municipal estão escondendo da população, da Assembleia Legislativa e das Câmaras de Vereadores a assinatura do Termo de Cooperação entre o estado e os respectivos municípios que aderiram sem debater com a população local através de audiências públicas.
Por sua vez, o alarde fica por conta dos diretores escolares junto a comunidade escolar com a seguinte frase: “Vocês se preparem para as possíveis mudanças a partir de janeiro nas escolas, seus filhos terão que ser transferidos para tal e tal escola que estarão responsável pelos ciclos de ensino. A secretaria escolar já estão prontas para atender aos pais”.
Pois bem, a reorganização escolar orquestrada pela Consultoria Falconi – contratada sem licitação quando o atual Chefe da Casa Civil Emerson Castro (PMDB) respondia pela pasta da Educação no atual governo de Confúcio Moura (PMDB). É a mesma consultoria que presta serviço ao governo tucano de Geraldo Alckmin (PSDB), sendo ela a grande responsável também pelo imbróglio paulista da reorganização escolar, que culminou com a ocupação das escolas pelos estudantes em São Paulo e consequentemente, o recuo do governador Alckmin mediante a queda da sua popularidade junto à população.
Pelas bandas de cá, muito pior é o desconhecimento dos profissionais da educação com relação às verdadeiras intenções do governador Confúcio e Cia – as irmãs Claudia, Cira e o Cunhado Assis Oliveira, do silêncio do SINTERO, do SINDNOVA – Sindicato dos Servidores Municipais de Nova Mamoré/RO, dos vereadores, da imprensa regional e local.
No caso dos prefeitos, esses que vivem com pires na mão, fazem o jogo do governador e os secretários de educação municipal, estão tentando fazer o gol em favor dos interesses maiores da Consultoria Falconi.
Nesse sentido, o fato das escolas estarem sendo divididas por ciclo não é o ponto central da reforma. O que se está pretendendo com a reorganização é replicar estratégia que não deu certo em Nova York – EUA, ou seja, quando este fez uma reforma agressiva das grandes escolas de ensino médio, reduzindo-as a escolas menores.
Desse modo, a estratégia de começar pela realocação baseada nos ciclos, deixando as escolas supostamente menores, menos complexas, mais suscetíveis à pressão dos gestores por resultados, e prontas para promover ação no âmbito da reforma escolar privatizante que se pretende colocar em prática no país – mais um tentáculo da corrupção das verbas públicas.
Segundo o blogueiro Luiz Carlos de Freitas, “o processo de privatização vale-se de diferentes formas de ataque à escola pública. Inclui fechamento por baixo desempenho, divisão de escolas grandes em pequenas escolas, passagem da gestão da escola para a iniciativa privada e/ou reorganização”.
Esta ação pode ser apenas uma dentre outras planejadas da política do estado mínimo desejado por Confúcio – este acredita piamente que é o meio de modernizar Rondônia ou quem sabe a Nova Rondônia.
Por fim, seria o primeiro passo para uma segunda rodada de novos ataques ao ensino público, dentre esses ataques, profissionais da educação sendo forçado nos próximos dias, a assinar o PDV – Programa de Demissão Voluntária junto ao governo do estado e prefeituras. É só esperar pra ver!