quarta-feira, 12 de novembro de 2014

O Futuro Climático da Amazônia e de Rondônia

Entre um espaço e outro visando à finalização dos trabalhos acadêmicos, pude ler dois relatórios importantes para o debate ambiental da nossa Região Norte, principalmente quanto a Rondônia figurar como primeiro lugar no ranking do desmatamento.
O primeiro relatório lido foi o Boletim do Desmatamento da Amazônia Legal produzindo pela ONG – IMAZON. Nesse Boletim divulgado agora em setembro de 2014, o desmatamento concentrou em Rondônia (33%), Pará (23%), seguido pelo Mato Grosso (18%) e Amazonas (12%), com menor ocorrência no Acre (10%), Roraima (4%) e Tocantins (1%).
Portanto, Rondônia aparece em primeiro no ranking do desmatamento na Amazônia. Curiosidade maior fica por conta do município de Nova Mamoré, pois esse é apontado como o que mais desmatou no último período analisado. Deixando para trás os municípios Nova Progresso e Altamira, ambos eram campões no Estado do Pará em desmatamento nos períodos anteriores analisados.
No relatório produzido sobre o futuro climático da Amazônia pelo renomado pesquisador PhD Antônio Nobre do INPE, apresenta um estudo com linguagem bastante acessível, esse e sua equipe de estudo descreve os efeitos do desmatamento e do fogo sobre o clima. No caso, o desmatamento na floresta considerada um oceano verde gera um clima dramaticamente inóspito quando desmatada.
Ainda sobre o relatório de Antônio Nobre, o mesmo aponta urgências para desenvolver ações no sentido de proteger e restaurar a Floresta Amazônica. Pois os impactos gerados sobre o meio ambiente na Amazônia, gera grandes impactos climáticos tanto na Região Norte como em outras regiões do país, ou seja, atribui a seca enfrentada atualmente pela Região Sudeste, principalmente, os estados mais atingidos pelo efeito climático de longa estiagem, São Paulo e Rio de Janeiro, ao desmatamento crescente na Amazônia Legal.
Mas existem fatos curiosos! O primeiro dele é a falha de ambos os relatórios não apresentar os índices de desmatamento nas demais regiões do Brasil e seus biomas. O segundo caso seria não propor o mesmo reparo, proteção e restauro da Mata Atlântica e demais biomas do nosso vasto país, sabendo que, o desenvolvimento industrial de São Paulo e Rio de Janeiro, fez desaparecer a floresta verde, em seu lugar, fez surgir uma floresta cinza e de concreto que domina a sua paisagem.
No terceiro caso, é bastante particular, seria no nosso quintal, ou seja, o ranking que coloca Rondônia como o principal vilão no quesito desmatamento na Amazônia. Vale lembrar que a secretária de estado do desenvolvimento ambiental é funcionária de carreira do IBAMA, o principal órgão fiscalizador do meio ambiente. Trata-se da temida Nanci Rodrigues, na verdade temida pelo setor madeireiro do nosso Estado até o ano de 2010. Depois que a mesma foi nomeada secretária de Estado para cuidar do meio ambiente, não se ouviu mais falar em operações de fiscalização, controle do desmatamento, combate a queimadas e na boca miúda, se fala na rede de propinas montada dentro da própria SEDAM para financiamento de grupo político e de um esquema forte de consultorias para desvio de recursos da própria pasta executiva.

Pelo seu passado combativo, é muito estranho, mas muito estranho mesmo, a temida Nanci Rodrigues que é assessorada também pelo temido Osvaldo Pitaluga – funcionário de carreira da SEDAM, ambos quando esteve à frente do IBAMA, projetou Rondônia no cenário nacional quanto ao controle rigoroso do desmatamento e na defesa de uma politica sustentável para o convivo do homem com a floresta. Por isso, é de estranhar muito a posição de Rondônia como sendo a primeira no ranking do desmatamento na Amazônia, quando a proposta era outra para ambos estarem à frente da SEDAM.