sexta-feira, 30 de setembro de 2011

Nem tudo são flores na nossa caminhada


             Estou vivendo intensamente todos os dias de minha vida com a nova missão que a mim foi confiado. Fruto de um trabalho que se constrói num palco, onde o ator se torna capaz de interpretar vários personagens. Nesse cenário, quando saiu à rua fico a observar o cotidiano das pessoas nas calçadas, nas portas dos lares, no trânsito e nas repartições públicas que as visito. Tem lugares que fecho os olhos e me imagino entrando num jardim encantado.
            Nesse cenário, me imagino num jardim com uma casinha azul de janelas brancas, ao seu redor muitas flores, com belíssimas árvores, criando um ambiente mágico, com raios de sol que contempla esse ambiente, criando feixes de luzes em meio aos seus galhos, dando o tom de encanto e magia na floresta.
            Criando esse ambiente encantado em minha mente, fico encantado com os cânticos dos passarinhos, os sobrevôos dos bem ti vis, borboletas zanzando, joaninhas de lugar em lugar, cogumelos brotando nos troncos de árvores abandonados, um córrego de água bem cristalina, abelhas pra lá e pra cá fazendo mel e o lenhador, difícil imaginar que ele possa esta vivendo solitariamente, triste, angustiado, esquecido ou com problemas.
            O meu imaginário me leva a lugares poéticos, aflorando o meu romantismo, pois acredito que o homem é bem maior quando é visto de perto, mas tem aqueles que preferem se colocar a distância, afinal, quando estamos vendo o outro bem distante, se torna maior ou menor, pois a vida dos outros se apresenta como bem menor para nós, sua solidão parece menos diante dos problemas maiores, sua tristeza menos dramática, sua angústia menos suportável, suas lembranças menos esplendorosas e seus problemas se colocam num campo de ilusão.
            Assim, concluo pensando que as pessoas que se tornam meus mestres como nas antigas corporações de ofícios, são pessoas felizes, pessoas que se tornam ídolos para mim por que se tornam acessíveis, em vez de alguns que se camuflam igual a camaleão. Logo fico curioso com a biografia de cada pessoa que abordo, gosto de ouvir, afinal, os ídolos nunca são iguais em nossa imaginação, tendo aqueles que são transparentes e outros que se cercam de mistérios, logo volto à realidade e descubro que nem tudo são flores.

Autobiografia



           Não vamos enterrar um homem, vamos plantá-lo!
(Parte VI)

         Não demorou muito entre o Ribeirão e a Jaqueira, ponto da BR. 425 que tem uma placa indicativa que estamos chegando à Nova Mamoré. Daquele ponto em diante surge à cidade, fiquei a observar o lugar, as peculiaridades, o cotidiano das pessoas, os aspectos das construções e a paisagem urbana como um todo.
            Logo de cara, passamos pela Igreja Matriz de São Francisco que fica as margens da BR. 425 e me chamou a atenção a sua arquitetura e o sua localização geográfica urbana, pois ela se torna referência por dividir a cidade ao meio, sendo um lado para leste e outro para oeste. Nando fazia questão de me explicar toda a história do lugar, das pessoas que via na rua e enfatiza que nada tinha mudado em dois anos longe do ambiente em que nasceu e se criou.
            Chegando a porta da casa dos seus pais, quem nos veio receber foi a sua mãe, Maria do Socorro, seu pai, o Zé Renato, engenheiro agrônomo da EMATER, ainda não tinha chegado a casa, pois se encontrava no trabalho. De inicio, houve muita emoção entre a mãe e o filho. Um pouco atrás, fiquei apenas como um espectador de cenas de cinema quando um filho reencontra a mãe, algo que tenho até hoje as lembranças cravadas em minha memória.
            Em seguida dos abraços, beijos e lágrimas, Nando me apresentou a sua mãe, logo pediu para entramos, foi ao telefone e avisou a Zé Renato que tínhamos chegado de tão longa viagem. Esse como um risco, logo veio em casa, vendo o filho, emocionou-se, deu um abraço e não podia ser diferente, a sua asma o atacou, pois a emoção tinha sido grande, afinal, Nando já estava fora de casa há dois anos, ou seja, estudando em João Pessoa, capital da pequenina Paraíba.
            Após as apresentações formais, as horas se passaram rápidas com a boa prosa em torno das lembranças e das histórias do município de Pilar, onde Zé Renato nasceu e se criou tomando banho nas águas do Rio Paraíba. Este também nos revelou que brincou e faz muitas peripécias no Engenho Corredor, palco de muitos livros escritos por José Lins do Rêgo. Veio a falar também sobre o município de Itabaiana, lugar onde sua mãe estava morando naquele momento e por fim, sobre o município de Areia, onde cursou a Faculdade de Agronomia na Universidade Federal da Paraíba.
            Assim, o fim de tarde se aproximava, chegou da Escola o Renatinho, este muito calado e meio desconfiado, mas logo abraçou o irmão mais velho e em seguida, me cumprimentou. Sai discretamente e rapidinho já apareceu com seu uniforme de jogador e bola na mão, recebendo elogios da mãe, afirmando que ele seria um fenômeno do futebol. Ele sorrindo discretamente, continuo seus passos em direção ao portão e foi jogar futebol com seus coleguinhas. Já nós que tínhamos ficado em casa, ficamos a conversar horas sobre as histórias políticas da Paraíba, de Nova Mamoré e de Rondônia. 

Cinema em pleno sertão baiano

Recebi um e-mail do meu amigo geógrafo Tássio Barreto Cunha, um bom baiano que tive a oportunidade de conhecer no Encontro Nacional de Geógrafos realizado em 2006 na cidade de Rio Branco, capital do Acre.
Numa comunicação coordenada com uma abordagem sobre a sustentabilidade dos biomas, ficamos sentados um ao lado do outro, até que um dos palestrantes fez uma consideração e nós simultaneamente a comentamos, pelo sotaque, perguntei de onde ele era? Logo o Tássio me falou que era de Irecê – Bahia, mas que tava cursando geografia na Universidade Federal da Paraíba – UFPB.
Abri uma expressão de sorrio no rosto e me identifiquei como nascido em João Pessoa tinha cursado geografia na Universidade Estadual da Paraíba, meu ciclo de amizades contava com muitos amigos de Irecê que estavam estudando em João Pessoa, a exemplo de Diógenes, Acácio, Milessa e Caroline Fabrine. Neste instante, Tássio abriu o verbo e começou a contar-me toda sua infância junto a esses amigos em comum, daí então, perdemos o foco das discussões geográficas.
             Todas essas lembranças vieram a minha memória quando abri meu correio eletrônico e continha a seguinte notícia:


Curta dirigido por ireceense é indicado
a 5 prêmios em festival de cinema

Mais uma vez a região de Irecê é destaque em festivais de cinema. Desta vez o curta-metragem “Bóia-Fria” dirigido pelo cineasta ireceense Sandoval Dourado e recém-produzido pelo Ponto de Cultura Vivendo Cultura, na comunidade de Rodagem (Lapão), recebeu cinco indicações no 6º Encontro Nacional de Cinema dos Sertões que será realizado no Estado do Piauí em novembro.
O vídeo retrata a realidade sofrida de uma mulher bóia-fria casada com um trabalhador rural alcoólatra; que sustenta sua família e seus filhos são obrigados a ficar sozinhos, sem oportunidade de estudar.
As indicações foram: Melhor Filme, Diretor, Fotografia, Roteiro e Montagem.
Em 2010, neste mesmo festival, o curta “Rodagem”, produzido pela mesma equipe e também dirigido por Sandoval venceu em duas categorias: Melhor Fotografia e Melhor Roteiro.
É a chance de mais uma vez a região receber prêmios na área do audiovisual, fortalecendo ainda mais a divulgação e a produção cinematográfica local.
Assim, presto a minha homenagem a arte cinematográfica produzida em pleno sertão baiano e finalizo com as frases de efeito do meu amigo Tássio Baiano que "não esta interessado em nenhuma teoria, amar e mudar as coisas lhe interessa mais" e que sempre esta "em busca de uma maior socialização do conhecimento".

Pensando o exemplo da possível humanização da Briosa Polícia Militar


                         
           Com a notícia do desatino de um sargento da Polícia Militar de Rondônia contra sua família, levando a morte a sua esposa e deixou ferida a sua enteada após descarregar a sua arma de fogo num ato de fúria. Comentei a notícia em vários sítios eletrônicos da capital, me solidarizando com a família enlutada e afirmando que meu pai enquanto em vida, tinha sido oficial da Briosa Polícia Militar do Estado da Paraíba.
            O Cel. Lins no exercício de sua profissão como oficial da PM/PB teve a oportunidade de comandar quase todos os Batalhões existentes no Estado da Paraíba. Sempre procurei ouvir atentamente tudo sobre suas histórias, essas contadas por praças e oficiais com quem ele conviveu e até mesmo das nossas conversas por mim provocadas durante seus momentos com a família.
            Ele não foi só um oficial que ali estava para cumprir missão ou expediente de trabalho, ele foi um homem que comandou a PM da Paraíba sem pedir a qualquer político ou por indicação da classe, na verdade, ele foi indicado por comerciantes e empresários da capital, a época, representados pelo empresário Abelardo Azevedo, este proprietário da maior empresa de transportes coletivos urbanos de João Pessoa, a ETUR.
            A justificativa usada por Abelardo Azevedo junto ao ex-governador Wilson Braga e o governador Milton Cabral (proprietário do ex-Banco Econômico) para fazer meu pai comandante geral, foi o trabalho que ele vinha realizando a frente do comando do 1º BPM, este responsável pelo policiamento da capital e que em seu comando, os números de criminalidade, bem como os crimes de pistolagem ou desaparecimento de pessoas (os crimes do mão branca), caíram vertiginosamente.
            O Cel. Lins não sofreu resistência de sua indicação perante a tropa e os oficiais, a resistência maior foi dos Generais da Caserna que não queria ver um policial militar fichado como comunista nos tempos áureos da Ditadura Militar, este porque quando jovem foi filiado ao PCB, trabalhou na SUDENE com Celso Furtado a seu convite e quando retornou as fileiras da PM/PB, esteve em Cuba.
            Seu maior avalista, ou seja, dos seus atos como comandante geral juntos aos generais para poder assumir o cargo de comandante geral, foi o ex-governador Wilson Braga (Arenista a vida toda) e sua primeira ordem, foi colocar o músico Geraldo Vandré para ensaiar a Banda de Música da Polícia, nesse dia, eu o aplaudi de pé, pois sabia a importância daquela permissão, tanto para meu pai, como para Geraldo, bem como para o processo de humanização da corporação que ele tanto já desenhava para mim em nossas conversas.
            Ainda lembro que no exercício de sua função, o Cel. Lins teve uma visão ao frente de seu tempo. Cresci ao lado dele, vivenciei o processo de humanização que ele implantou a frente daquela corporação e esse exemplo dado pelo mai durante toda a minha adolescência, tenho procurado sensibilizar o Governador Confúcio Moura (PMDB) para desenvolver ações de valorização profissional e humanização da nossa Briosa Polícia Militar do Estado de Rondônia, sabemos que temos homens bem treinados, mas precisamos acima de tudo, homens realizados profissionalmente e com orgulho de usar a farda que veste.
            Sempre que tenho oportunidade, o lembro da necessidade extrema de adotar uma política de valorização dos profissionais que fazem a segurança pública, sem divisões, afinal, segurança pública é um conjunto e só se faz com investimentos em educação, cultura, esporte, lazer, programas sociais e geração de emprego renda, como meta para erradicar a pobreza e o baixíssimo grau de miséria cultural e humana nos bolsões de pobreza existentes em nosso Estado. Infelizmente, a maioria que pertence a nossa classe política fecha os olhos para estes fatos!
            Assim, concluo com muita tristeza quando me lembro do fato, trazido a mim por notícias jornalísticas e me solidarizo com a Dor dessa família, desse sargento da Briosa Polícia Militar do Estado de Rondônia, que por um instante de destempero emocional causou um dano para si e para os que convivem em sua volta, ficando marcado este fato para o resto de sua vida e de sua enteada, que não nova, tornou-se órfão de mãe, é lamentável e nos resta apenas, orar por essas vidas e por quem se foi.

sábado, 24 de setembro de 2011

Coluna

Falando Sério
Por Herbert Lins*
A cidade de Porto Velho é uma capital com tendência a desenvolver núcleos urbanos hipertrofiados, carentes de serviços, de infra-estrutura e geralmente, habitados em sua grande maioria por população de baixa renda. Essa população continua carente de programas sociais que realmente emancipe o cidadão e eleve a sua auto-estima. Assim, o desejo de uma verdadeira reconstrução da nossa capital tem que partir da vontade da maioria, sem distinção entre ricos e pobres. Com base nesses conceitos, é preciso que a oposição se una e conscientize os eleitores para as próximas eleições municipais, se colocando numa campanha propositiva, apresentando projetos consistentes, com viabilidade econômica e demonstrando ao eleitor os caminhos certos e verdadeiros para buscar recursos e investimentos para desenvolver políticas públicas que transforme a nossa cidade, ou seja, fazendo do lixo, um luxo.
Grupos
Diante dos fatos, a sucessão do prefeito Roberto Sobrinho (PT) esta aberta devido a sua imagem desgastada e que caiu em descrédito junto à população. Quem pode sair ganhando é a oposição, se deixar de lado os projetos pessoais e começar a pensar um projeto viável e único, em favor da reconstrução da capital.
Blocão I
Quem pode ser o grande coringa dessa união é o partido situacionista, ou seja, o PMDB. Pois com o nome do jovem engenheiro civil Abelardo Castro, diga-se de passagem, vem fazendo excelente trabalho a frente do DEOSP. Pode buscar o apoio do grupo político liderado pelo ex-senador Expedito Júnior (PSDB).
Blocão II
Unidos num só projeto na capital, O PMDB indicaria o nome de Abelardo Castro para prefeito e o PSDB indicaria o nome de Miguel de Souza (PR) para vice, dois engenheiros civis, ambos com bastante experiência administrativa, são conhecido por serem tocadores e finalizadores de grandes obras.
Blocão III
Restaria aos cacifes do PMDB e PSDB, convencer ao PDT, DEM, PC do B, PTC, PHS, PSL, PR, PRTB e por fim o PT do B para fazerem parte do Blocão liderado por Abelardo Castro (PMDB) e Miguel de Souza (PR). Além de ser possível construir 03 (três) coligações na proporcional para eleger a maioria na Câmara Municipal de Vereadores.
Candidatura I
Quem ressurgiu no cenário político nos últimos dias foi o ex-governador João Cahúlla (PPS), este se fizer as passes com Ivo Cassol (PP) poderá tentar a indicação do grupo cassolista para concorrer ao Palácio Tancredo Neves.
Candidatura II
Estando novamente no mesmo palanque Cahúlla (PPS) e Cassol (PP), numa terceira via oposicionista a administração petista da capital, ambos tentaria agregar o deputado estadual Valter Araújo (PTB), este indicaria como candidato a vice-prefeito na chapa, Aguinaldo Muniz (PSC) e por fim, buscariam ampliar o leque de alianças com o PTN, PSDC e o PRP.
Competidores
O deputado federal Mauro Nazif (PSB) e o deputado federal Lindomar Garçon (PV), este último esta para perder o mandato. No fim, poderão se abraçar e juntos tentar empinar uma candidatura a prefeito e vice, mas sem agregar partidos políticos. Pois um tem a fama de compete, compete e nunca ganha. Já o outro, não cumpre com os compromissos acertados.
Farinha I
Quem terá dificuldade para construir uma aliança partidária será o Partido dos Trabalhadores, que com o passar dos anos, as lideranças da capital desgastaram a imagem do partido no cenário político, ficando conhecidos como os que acertam, mas não cumpre.
Farinha II
Assim, o PT poderá lançar a ex-senadora Fátima Cleide a sucessão do prefeito Roberto Sobrinho (PT) e ter como candidato a vice-prefeito na chapa, o vereador Mário Sérgio (PMN), restando apenas o PRB para coligar-se, isso, se os líderes religiosos da Igreja Universal deixar. O petismo no Estado aos poucos vai sumindo.
CPI
A CPI tão defendida pelo deputado estadual Jesualdo Pires (PSB), na verdade não atingira o governo Confúcio (PMDB), mas o governo passado de Ivo Cassol (PP) e João Cahúlla (PPS). Pois é sabido, que até o presente momento, a CAERD continua mantendo os mesmos contratos e convênios realizados pelo governo passado.
O deputado Jesualdo Pires (PSB) que é o autor do pedido da CPI da CAERD estaria dando um tiro no próprio pé, afinal, este foi amigo de primeira hora do governo Ivo Cassol (PP) e poderá sofrer um enorme desgaste político quando o ex-deputado estadual Miguel Sena (PP) resolver abrir a boca.
Greve
Fontes da UNIR que pediram para não ter seus nomes revelados, ligaram para este colunista, afirmando que o reitor Januário Amaral estaria efetuando ligações para os professores em estado probatório e determinando a estes a voltarem para sala de aula, sob pena de perderem os seus empregos.
Comedor
Quem vem comendo pelas beiradas é o Major PM Gualberto, este é chefe da Casa Militar. Coordenador da Operação ACISO – Ação Cívico-Social, esta tem a finalidade de realizar diversos tipos de atendimentos nas áreas de assistência médica, odontológica, laboratorial e orientações educativas a população carente pelo interior a fora.
Trânsito
O Conselho Estadual de Trânsito, que tem como presidente, o Major PM Silvio, informou a esta coluna, que em parceria com o DETRAN, promoverá nos próximos dias a Campanha Nacional de Trânsito e o lançamento do Estatuto de Municipalização do trânsito no Estado de Rondônia.
Asfalto
Quem vem apresentando bons resultados no DER, é o seu diretor-geral Lucio Mosquini, que tem como meta economizar os recursos públicos e promover grandes investimentos em manutenção, conservação, pavimentação e aberturas de estradas. Este adquiriu por último, uma usina de asfalto orçado em mais de R$ 1 milhão a fim de firmar convênio com as prefeituras.

Dilma na ONU


            O Brasil entrou essa semana (21/09) para a história da Organização das Nações Unidas em seus 66 anos de sua existência, pois é tradição o nosso país abrir a Assembléia Geral da ONU, sendo assim, a presidenta Dilma Rousseff se tornou a primeira mulher a falar para centenas de líderes mundiais e para o mundo inteiro ouvir e refletir sobre as palavras usadas em seu discurso. Para ela, quem se exprimia ali, naquele momento, era a “voz da democracia e da igualdade”, que se amplia no mundo.
            A presidente por quatro vezes arrancou palmas dos presentes num discurso de 24 minutos, ao abordar temas de grande relevância para a geopolítica dos países membros. A presidente abriu seu discurso defendo a idéia que o Brasil passe a ter assento permanente no Conselho de Segurança da ONU, também defendeu o reconhecimento formal da Palestina e seu ingresso na ONU e os países devem enfrentar a crise econômica global com crescimento e, não, recessão.
            Quando esta defendeu o assento permanente do Brasil no Conselho de Segurança da ONU, a presidente Dilma justificou que o “O mundo precisa de um Conselho de Segurança que venha a refletir a realidade contemporânea, que incorpore novos membros permanentes e não permanentes, em especial, representantes dos países em desenvolvimento” e o “O Brasil está pronto para assumir suas responsabilidades como membro permanente”, disse a presidente Dilma.
            Todos sabem que a presidenta Dilma foi vitima da Ditadura Militar, que teve um passado marcado pela perseguição e a tortura política do regime ditatorial, por isso leva a crer quando foi enfática em defender um Conselho de Segurança mais legítimo e com mais eficiência para coordenar respostas a situações surgidas, por exemplo, na “Primavera Árabe”, com manifestações a reivindicar democracia e liberdade numa série de países. O Brasil, disse Dilma, se solidariza com o “ideal de liberdade” e repudia “com veemência a repressão brutal” que vitimou civis nestes movimentos e ainda aproveitou para condenar “o autoritarismo, a xenofobia, a miséria, a pena capital e a discriminação” como “algozes dos direitos humanos” - presentes em todos os países, é preciso reconhecer, disse a presidenta ao meio do seu discurso.
            Ainda em sua fala, a presidenta Dilma saudou o país caçula da ONU, o Sudão do Sul, que debutou na Assembléia Geral, lamentando não poder dar uma segunda boas vindas, neste caso, ela se reportou a Palestina. Deixando bem claro que o sonho de soberania é um direito “legítimo do povo palestino” que, se realizado, ajudaria a promover a paz no Oriente Médio. “Acreditamos que é chegado o momento de termos a Palestina aqui representada a pleno título”, afirmou Dilma, que outra vez inspirou palmas.
            A presidenta Dilma disse esta orgulhosa de prever esse século como o “século das mulheres”, e foi direto ao assunto que mais agita a comunidade internacional no momento, por atingir diretamente países ricos: a crise econômica global. Foi o tema que mais ocupou espaço em seu discurso classificando o momento atual de “extremamente delicado”.  Afirmando que não é hora de procurar culpados pela crise, até porque já são bastante conhecidos. Criticou a falta de “recursos políticos”, em especial nos países ricos, para resolver os problemas. Reclamou do protecionismo como opção. Lamentou os efeitos sobre o desemprego, hoje superior a 200 milhões no mundo.
            Ainda em seu discurso, defendeu que os países em desenvolvimento podem ajudar a atravessar a crise, mas é preciso que fóruns globais como a ONU, o G20 (grupo das maiores economias do mundo), o Fundo Monetário Internacional (FMI) e o Banco Mundial (Bird) conversem e negociem mais. É necessário, disse, regular mais o setor financeiro. E, sobretudo, preferir a arma do crescimento à da estagnação e “a solução do problema de dívida [dos governos] deve ser combinada com crescimento econômico. Há sinais evidentes de que os ricos estão no limiar da recessão” e “a prioridade mundial” deve ser resolver a questão fiscal daqueles países, pois “sem crescer e gerar receita, seria mais difícil”.
            A presidenta foi mais além, quando ao afirmar que o Brasil tem sido menos afetado pela crise, embora “a capacidade de resistência do nosso país não é ilimitada”, mas dizendo que promoveu ações de governo para criar a possibilidade mediante que o Brasil tem hoje de usar o mercado interno para sair-se bem, em meio a turbulências criadas pela crise financeira mundial e encerrou seu discurso, voltando ao tema da participação feminina na política. Saudou o secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, por estimular esse tipo de debate, ao coordenar a criação da ONU Mulher, referência essa, que rendeu a Dilma sua quarta salva de palmas.

A cidade no mundo contemporâneo

              
             A cidade no mundo contemporâneo, não importa o tamanho, assumiu uma condição marcante para o ser humano, pois as barreiras da informação e as fronteiras das limitações das relações mantidas entre territórios foram superadas através das redes de informação, ou seja, da supremacia dos meios de comunicação não prevista em nenhuma obra escrita por Karl Marx.
            As distâncias se encurtaram a partir da estrada de ferro, das embarcações, do surgimento do telegrafo, do aparecimento do rádio, tomou impulso com a televisão e na atualidade, a supremacia da internet, deixando para trás os jornais e tablóides impressos, surgindo os sites eletrônicos com tantas informações acumuladas, que se tornar impossível pra qualquer ser vivente absorverem tanto conhecimento do que é posto on-line.
            O pensador Karl Marx previu quase tudo em suas obras, mas não previu a grande mídia ou a grande rede, sendo elas na atualidade, os maiores instrumentos de dominação de massa existente. Prova maior é o exemplo da televisão, que num passado bem próximo, já provou em nosso território o seu poder de influência, quando promoveu o seriado “Anos Rebeldes”, que culminou com o impedimento do ex-presidente Fernando Collor de Melo e recentemente, temos dois fatos importantes na história contemporânea. A primavera árabe que levou milhares de pessoas as ruas dos países asiáticos e do norte do continente africano, com a finalidade de derrubar os seus ditadores que estavam no poder a anos. E outro fato comum mais próximo, foi à convocação da marcha contra a corrupção, ocorrida no dia que se comemora a nossa independência, levando milhares de manifestantes às ruas das principais cidades, sem bandeiras e sem cor partidária, mas com faixas e cartazes nas mãos, pedindo o fim da impunidade contra os que desviam recursos públicos e praticam a improbidade administrativa.
            Ambos os acontecimento recente, tiveram um enorme efeito, governos ditatoriais foram derrubados e a marcha aconteceu. O mais curioso é a forma como se deu a provocação ou convocação, ou seja, partiu das redes sociais. Fato tal, nunca previsto por pensadores que forjaram o mundo moderno, a exemplo de Karl Marx e tantos outros.
            Assim, a internet passou a ser o elemento mais abrangente nas cidades, a sua presença na vida das pessoas se tornou essencial para sobrevivência do homem que vive a era da informação. A cidade inserida no mundo da informação, com suas cores, com seu silêncio, com seu barulho, com a sua função, do seu imaginário e da tentativa de harmonizar o concreto com a natureza, convive com um emaranhado de pensamentos, utopias e aspirações, tomando formas concretas e materiais a partir dos fenômenos urbanos imposto pela pós-modernidade.  

quinta-feira, 22 de setembro de 2011

Os ensinamentos antigos

            Sua Exa. Revma. Ambrósio, Bispo Ortodoxo do Recife

            Sempre gostei de conviver com outras culturas, costumes, gastronomia e religiões. Penso as vezes que nasci para ser um peregrino, quem sabe, uma pedra bruta a ser lapidada, um eterno aprendiz. Assim, tive a oportunidade de conviver com alguns monges da Igreja Autocéfala Ortodoxa da Polônia no Brasil que mantêm um mosteiro vivo no município de Conde, no Estado da Paraíba.
            Nele tive oportunidade de participar de algumas liturgias, ceias, ciclo de estudos e orações. Sinto falta dos bons conselhos do Padre Lucas e do Arcebispo do Nordeste e Olinda, Dom Ambrósio. Bem como do Padre Atanásio da Igreja Grega Ortodoxa com sede no Estado do Rio de Janeiro.
            Um dia recebi a ligação do Padre Lucas me convidando para uma liturgia familiar, justifiquei que não poderia comparecer, pois estava resfriado, este de pronto ao telefone, mandou que eu chorasse muito, mas muito mesmo. No momento dei uma pausa ao meio da ligação, fiquei pensando ao telefone sem muito entender o conselho do Padre e fiz a pergunta, afinal fiquei curioso para saber o que tinha a ver o resfriado com o choro.
            Este me explicou que o resfriado escorre quando o corpo não chora. Chorar alivia, então chore sempre que sentir vontade. No passado, a pior crença repassada por nossos antepassados era: homem de verdade não chora. Então muitos homens guardaram tão profundamente suas dores e sofrimentos que acabaram cedo com sua saúde e morreram antes do tempo. Precisamos tirar um momento para rir, chorar, brincar, viajar, fazer exercícios físicos, dançar, curtir a vida. Equilíbrio! E lembre-se: chorar de vez em quando, é natural, faz bem e só mostra que você tem sensibilidade e não tem medo de mostrar suas emoções.
            A partir de minhas lembranças, mergulhei numa profunda reflexão e a partir desse ensinamento sábio do Padre Lucas, eu poderia ter chorado as minhas fortes emoções durante meus dias de aflição e arrependimento para não amanhecer com um forte resfriado. Afinal, um amigo falso e maldoso, é mais temível que um animal selvagem. O animal fere nosso corpo, mas um amigo falso sempre fere a nossa alma.

quarta-feira, 21 de setembro de 2011


Os filiados de Aluguel – Parte II

            Era um domingo, pois quando não estávamos na fazenda nos fins de semana ou visitando amigos da família no interior, meu pai, o Cel. Lins, dividia a metade do dia na granja e a outra metade, ficávamos em casa, desfrutando do maravilho almoço que minha mãe sempre fazia. Mas também era comum, passar o restante do dia na casa do meu tio Manoel Lins, que morava na frente da nossa casa. Essas visitas a casa do meu tio, me faz recorda os deliciosos quitutes preparados por tia Deodata e servidos a mesa.
            Todo encontro de família, sempre sobrava uma rodada sobre política, no âmbito estadual, a conversa girava em torno do “braguismo” ou “buritizismo”, se fosse municipal, sobrava para o cenário político de Serra Redonda, berço da família Lins de Albuquerque.
            Mas nesse dia ficou gravado em minha memória, pois o almoço de domingo contou com a presença de alguns familiares, amigos e oficiais da PM/PB mais próximo do meu pai. A conversa girou em torno do ex-arenista e ex-governador biônico Tarcisio de Miranda Burity. Esse, durante a semana em Brasília, teve a ficha de filiação abonada ao PMDB, pelo então senador Humberto Lucena (PMDB), com a finalidade de ser o candidato do partido na disputa ao governo do Estado da Paraíba em 1986.
            Daquele dia em diante, senti uma enorme diferença no entusiasmo pela política que meu pai nutria. Lembro quando ele disse não entender as surpresas do universo da política, pois o candidato natural seria o ex-deputado federal Antonio Mariz (PMDB), que perdeu a campanha ao governo do Estado da Paraíba de 1982 para Wilson Braga (PDS).
            Nesse almoço, meu pai revelou que no dia seguinte, ele mesmo procuraria o deputado federal José Targino Maranhão ou o deputado estadual José Fernandes de Lima, ambos do PMDB, para demonstrar a sua insatisfação. Afinal, desde o surgimento do MDB, ele sempre trabalhou pela legenda e não acreditava que teria sido entregue a candidatura própria ao governo do partido, ao personagem Tarcisio Burity, que até então, era o maior representante da política reacionário que por muito tempo dominou o cenário político da Paraíba.
            Meu pai quando chegou para o almoço da segunda-feira, logo disparei se ele estaria tido com pessoas do partido. Ele disse que sim e a notícia que teria tomado conta no Estado era verdadeira. Também falou sobre a revolta de muitos filiados históricos do MDB sobre o fato. Mas ele ainda soltou a seguinte pergunta: “quem iria desafiar a decisão do senador Humberto Lucena, presidente estadual da legenda e do Congresso Nacional, além de gozar da plena confiança de Ulysses Guimarães?”.
            Ainda me lembro quando meu pai balançava a cabeça sem acreditar durante o almoço, afirmando que foram vinte anos esperando por um momento de renovação e de esperança. Tempo de uma vida para ver o MDB ser governo e na primeira oportunidade, entregava os destinos da legenda, aos que foram filhotes da velha UDN, que ressurgiu na ARENA e agora vestiam a capa de progressistas.

domingo, 18 de setembro de 2011

Coluna

Falando Sério
Por Herbert Lins*
O Estado de Rondônia mais uma vez larga na frente, ou seja, foi o primeiro da Região Norte a assinar o pacto pela transferência de renda e a inclusão produtiva para atender milhares de famílias que vivem em extrema pobreza. O ato de assinatura aconteceu em Brasília nesta semana, com a presença do governador Confúcio Moura (PMDB) e da Ministra de Desenvolvimento Social e Combate a Fome, Tereza Campelo. Assim, os programas Bolsa Família e Futuro Rondônia, juntos beneficiarão mais de 123 mil famílias. É a primeira vez que o Estado de Rondônia terá que cumprir metas com o objetivo de promover a complementação de renda daqueles que vivem abaixo da linha de pobreza no Estado.
Visita
Quem esteve visitando a presidente da Comissão de Saúde, Previdência e Assistência Social, Deputada Estadual Ana da 8 (PT do B) na Assembléia Legislativa, foi a secretária de Estado de Ação Social, Claúdia Moura.
Apresentação
A secretária Claúdia Moura junto com os técnicos da SEAS, apresentaram a Deputada Ana da 8 (PT do B), o projeto Futuro Rondônia. Esta que já estava com o projeto em mãos por agilidade do Chefe da Casa Civil Ricardo Sá. A referida deputada assumiu o compromisso de ser a “mãe da criança” na Assembléia Legislativa.
Parceria
A secretaria Claudia Moura agradeceu o apoio da deputada Ana da 8 (PT do B) e a convidou para ser a grande parceira nos programas de Ação Social do Estado. Afirmando que “é preciso levar beneficio a quem mais precisa”.
Maturidade
O início do ano legislativo da Assembléia se desenhou um quadro de ferrenha desarmonia entre o Poder Legislativo com o Executivo. Mas o deputado Valter Araújo (PTB) sabiamente soube conduzir o processo de harmonização dos poderes e com ajuda dos demais deputados estaduais, mudaram os “modos operantes” comparado aos das legislaturas passadas e vem dando demonstração de grande maturidade política a população.
Desempenho I
Aproveitando para continuando a comentar o desempenho dos deputados, no ranking, vem o deputado Maurão de Carvalho (PP) e o deputado Flavio Lemos (PR). Ambos trabalham incansavelmente pela liberação de suas emendas visando atender parcerias com prefeituras, associações de produtores rurais e entidades que promovem ações sociais e culturais.
Desempenho II
Os deputados Valter Araújo (PTB) e Zequinha Araújo (PMDB), travam uma briga de titãs na busca de levar mais investimentos sociais e recursos públicos para capital, afinal, ambos foram bem votados em Porto Velho e tem o desejo de ocupar o Palácio Tancredo Neves, quem ganha com isso é a população.
Artimanha
O Brasil era conhecido por fabricar grandes invenções de artimanhas políticas para apadrinhar aliados. Agora existe uma nova onda de apadrinhamento, ou seja, os Poderes Executivos tem enviados Projetos de Leis as casas legislativas, propondo a transferência de serviços essenciais na educação, saúde e outros setores da administração pública as organizações sociais através da terceirização.
Marcha
Pelas bandas de cá, a Macha Contra Corrupção convocada pelas redes sociais, não deu muito resultado. Não se viu ninguém ir as ruas e nem muito menos se vestir de preto como na época dos Caras Pintadas.
Privilegiado I
Perdeu no voto o projeto de Lei de autoria do deputado Herminio Coelho (PT) que acabava com a segurança pessoal do ex-governador Ivo Cassol (PP), que conta com dezenas de policiais militares a sua disposição e pagos com o dinheiro dos impostos cobrados a população.
Privilegiado II
O deputado estadual Adelino Folhador (DEM) afirmou que a maioria dos deputados (10x13 no placar) que foram contra o projeto do Deputado Hemínio (PT), perdeu a oportunidade de demonstrar a população do Estado, a seriedade da Casa de Lei com o dinheiro do contribuinte.
Greve
Esta coluna foi a primeira a noticiar o sucateamento da UNIR e a falta de investimento nos cursos de graduação, manutenção e conservação da instituição. O que ocorria nos ambientes dos Campus da instituição pelo interior, agora chega a capital o movimento reivindicatório por melhorias. Para onde foi mesmo a “Operação Magnífico”?
Pacifica
A convocação feita pela ASSFAPOM aos seus associados para participarem de um protesto pacifico na última quinta-feira em frente ao Palácio Presidente Vargas, demonstrou o enfraquecimento da instituição, pois meia dúzia de gato pingado compareceu ao ato, nem mesmo as esposas dos policiais militares deixaram as suas casas para atender a tal apelo.
Fiasco
O fiasco da manifestação da ASSFAPOM pode ter sido porque a grande maioria da tropa de policial militar percebeu que a instituição já estava sendo usada para promoção pessoal e dividendos políticos para alguns, privilégios e benesses para outros.
Expressiva
O PTC vem tendo uma adesão expressiva da população ao nome do empresário Jair Montes. Este teve seu nome lançado como pré-candidato a prefeito na última reunião da militância do partido o qual preside.
Dobradinha
Parece que já existe um clima de dobradinha entre o PMDB e o PDT no município de Guajará-Mirim. O quadro que se pinta é uma possível aliança em torno dos nomes de Rodrigo Melo (PDT) e da professora Cristina Vitorino (PMDB).
Amplitude
As diferenças foram vencidas entre este colunista e articulador político Ednei Lima (PSL). Este conhecido pela sua grande amplitude na articulação política vem demonstrando ser um gigante no trabalho. Contrariando alguns, o homem tem cobrado celeridade das obras de compensação social das Usinas do Madeira junto ao governo do Estado e quem ganha é a população em geral. É como se diz, na volta, ninguém nunca se perde!

A Dilma do toma lá, da cá

            O Fantástico é a revista eletrônica dominical da Rede Globo, campeão em audiência e sempre leva aos lares brasileiros entrevistas exclusivas com personalidades do mundo esportivo, das artes, da música, da política etc. Este levou ao ar no domingo (11/09/2001), uma entrevista da jornalista Patrícia Poeta com a presidente Dilma. No início parecia que a entrevista não teria um momento revelador, mas quando surgiu o seguinte diálogo:

Patrícia Poeta - "Como à senhora controla esse toma lá, dá cá, digamos assim, cada vez mais sem cerimônia das bancadas? Como é que faz esse controle?".
Dilma - "Você me dá um exemplo do dá cá e eu te explico o toma lá".
Poeta - (Fica muda, sem jeito).
Dilma - "Tô brincando contigo". (inteligentemente a presidente quebra o gelo e ouvem-se ao fundo as gargalhadas da claque que a acompanhava no Palácio do Planalto).
           
            Numa demonstração de grande inteligência emocional, rapidamente a presidente Dilma ao fazer tal colocação em sua resposta, inverteu os papéis e colocou a repórter numa sai mais justa do que a vestia. Ficou público, o tom da presidente de não esta para brincadeiras e quem estava em casa, viu no semblante da repórter Patrícia Poeta, a falta de reação e de domínio da situação, nem ela mesmo esperava tal reação da presidente Dilma, que a tirou da corda bamba com um gesto simples e deu o tom, ao retomar a entrevista num clima amistoso.
            A entrevista serviu para deixar a presidente Dilma mais próxima dos brasileiros, ao mostrar o seu cotidiano. Além é claro, de engrossar um discurso que a “faxina da corrupção em seu governo” não passa na verdade, de uma conspiração dos oposicionistas contra o seu governo, que ela estará sempre atenta aos atos governamental e que não existe a justificativa “lulista” no seu governo do “não sei e não vi”.
            O certo é, até quando essa “faxina ética” vai perdurar, afinal, esta reclamou aos auxiliares mais próximos que não deveria ter começado o governo mantendo alguns ministros, bem como auxiliares do primeiro e segundo escalão. As freses de efeitos da presidente Dilma a partir de denúncias da oposição sobre corrupção em seu governo têm gerado para ela o bônus de combate a tais denúncias, e na verdade, quem vem perdendo espaço são os próprios aliados que indicaram os nomes para ocupar cargos em sua administração.
            Todos sabem que a maior prática política do Brasil é fundamenta no “princípio franciscano do é dando que se recebe”. Quando a entrevistadora jovial Patrícia Poeta perguntou sobre o “toma lá, dá cá”, é até compreensivo a pergunta, afinal, ela vem de uma geração que presenciou o crescimento de tais práticas desde a redemocratização do nosso país. E como bem escreveu o jornalista Fernando de Barros e Silva da Folha de São Paulo, que “o lulo-petismo universalizou a fisiologia que um dia quis enfrentar. A base aliada está repleta de saqueadores do bem público. Essa é a argamassa que lhe dá coesão. Combater essa gente a quem o PT se mistura com gosto não significa demonizar a política, mas o contrário”.

sábado, 17 de setembro de 2011

É possível sonhar?

            Há muito tempo se fala aos quatro cantos do Brasil, que o Norte brasileiro é o lugar de ficar rico, de ter uma vida melhor, de conseguir realizar os desejos pessoais e materializar os sonhos. O oeste brasileiro, o tão sonhado eldorado, passou por vários períodos de incentivo a colonização, ou seja, vários ciclos econômicos para a região, utilizando os moldes do estilo colonial, sem respeitar as características do lugar e a conivência racional com o meio natural.
            Aqui vieram: Afrísio, Antônio, Francisco, Luiz, Manoel, Miguel, José, João, Joaquim, Paulo, Pedro, Raimundo e também não poderia esquecer de Aparecida, Ana, Antonia, Maria, Luzia, Lúcia, Lucimar, Luciene, Raimunda, Socorro e tantos outros que chegaram à fronteira, pra construir um mundo de sonhos.
            Esse mundo que sonharam juntos, e os outros que chegaram depois pra sonhar, não deveriam possuir dentro de si, os sentimentos de um mundo real, como a inveja, o ódio, a arrogância, a tristeza, o sentimento de perca, a fofoca, a trapaça, a ingratidão, a traição, a mentira, a dissimulação. Não, os sentimentos para construir esse mundo novo, seriam superados por apenas três palavras, a serem honradas como um juramento dos antigos irmãos fraternos que viveram em um passado distante. Retratados nas mentes daqueles que um dia tiveram uma adolescência repleta de sonhos em ser um herói, onde teria o seu cavalo branco, seriam o príncipe ou princesa em seu próprio castelo de sonhos.
            Assim, a cada dia, novas esperanças nascem em cada sonhador que busca no oeste brasileiro, o eldorado da felicidade. Muitos procuram o caminho do imediatismo para construir e materializar seus sonhos. Os apressados tiveram caminhos cheios de obstáculos e impedimentos. Não aprenderam a desenvolver o exercício da paciência e ver a chuva passar. Afinal, é preciso reconhecer que a meta de vida de muitos é a busca pelo caminho das facilidades, sem conseguir enxergar os degraus das escadas do sacrifício e do aprimoramento do conhecimento.
            O pior é quando você tenta construir um dialogo para aquele que busca o caminho da facilidade, esse lhe diz que está triste por não aceitar ou aprender a escutar, refletir e concluir linhas de pensamentos que se unam em uma só alma. Pois a única coisa que importa nesse momento, não são os degraus da sabedoria, mas se comportar igual a serpente na mitologia egípcia. Essa serpente é associada a Áton, o "oposto a Rá, ou seja, aquele que se aproveita das almas e guarda a porta do mundo subterrâneo.
            É preciso que cada ser humano, que deseja ser feliz, encontre as pessoas certas para compartilhar vitórias. Não é uma tarefa fácil, porém não é impossível. Sabemos que o caminho construído e alicerçado por degraus firmes de propósitos cristalinos, austeros e fundamentados nos princípios do humanismo e da solidariedade ao outro Ser, muito significa para construção de uma sociedade justa e fraterna. Estendendo a mão amiga a quem mais precisa, num sentimento verdadeiro, transparente e distante da obscuridade de sentimentos vil que muitos possuem em suas almas. É preciso se descobrir verdadeiramente para ser feliz e fazer os outros felizes.

quinta-feira, 15 de setembro de 2011

Uma rua com meu nome
            O ano de 1992 foi um ano de grande virada para mim, ou seja, sai da adolescência para a fase adulta em passos largos. Foi o ano que tive o reconhecimento de muitos amigos que comigo militava no movimento estudantil em João Pessoa e depois na Juventude Socialista do PDT, mais conhecida por JS-PDT.
            Nesse ano eu tinha apenas 17 anos, não poderia ser candidato a vereador da capital paraibana, porém, fomos ajudar a construir a candidatura de alguém que tinha sido o líder da Força Jovem do PDT na campanha de 1990 para o governo do Estado, no qual perdemos com o nome de Wilson Braga para o então candidato Ronaldo Cunha Lima do PMDB.
            Tudo acertado, a militância da JS-PDT foi buscou o nome do jovem e acadêmico de direito, Marco Antonio Cartaxo Queiroga Lopes como candidato a vereador. A militância da JS-PDT que tinha como líderes Sandro Sidney, Romualdo Vasconcelos, Márcia Henriques, Yuri Paulino, Kellynha, Fabiana Borges, Fernandinho Bronzeado, Edgley, por fim, nosso nome e tantos outros que me fogem a memória.
            Ninguém acreditava na possível candidatura e vitória de Marco Antonio para vereador. Sempre falava que aqueles jovens idealistas jamais conseguiriam tal proeza. Nesse momento me recordo do encontro que tivemos numa lanchonete, depois de um comício com o radialista Cardivando de Oliveira, seu programa era líder em audiência na capital. Este o tempo todo se desfazendo do nosso candidato, foi ai que soltei a língua e o perguntei quantos votos ele e Marcos Antonio faria nas urnas nas eleições de outubro. O radialista Cardivando de pronto jogou um balde de água fria em todos, afirmando que já era vereador e seu trabalho a reeleição renderia mais de mil votos, quanto a Marco Antonio não chegaria a quinhentos votos.
            No outro dia quando cheguei à Casa da Juventude, ou seja, no nosso comitê, encontrei todos desalojados, tristonhos e de baixo astral. Logo provoquei todos e disse que não poderia nos render as frases negativas proferidas pelo concorrente do mesmo cargo e no mesmo partido. Faltavam quarenta e cinco dias e precisávamos dobrar a nossa carga de trabalho, logo montamos um mapa de tarefas e as dividimos para serem executadas com muita determinação e disciplina.
            O tempo passou e o dia da eleição chegou, Marco Antonio, um jovem de 21 anos, que representava a base jovem do PDT, o candidato de um ideal coletivo e da rebeldia brizolista e fruto de uma luta diuturnamente, a meia noite da contagem das urnas, estava eleito vereador de João Pessoa com mais de mil votos e o radialista Cardivando de Oliveira, também do nosso partido, teria tirado uma votação fechada de apenas quinhentos votos.
            Assim, Marco Antonio eleito foi diplomado e tomou posse. Não fui trabalhar com ele em seu Gabinete, pois Emília Lins Freire (PDT) tornou-se vice-prefeita e meu pai, o Cel. Lins, foi convidado pelo então prefeito eleito Chico Franca (PDT) a assumir o comando da Guarda Municipal e me pediu para ficar nomeado também na GMJP.
            Um dia Marco Antonio me chamou em seu gabinete e me pediu algumas idéias, ao final da nossa conversa, disse que desejava fazer algo por mim. Diante de todos no gabinete, sorri e disse que iria pedir algo meio patético, mais que teria um sentido num futuro bem próximo. Então lhe pedi que fizesse um Projeto de Lei que colocasse o nome de uma rua da capital com meu nome, todos passaram a dar gargalhadas no gabinete sem parar e Marco disse que não poderia fazê-lo, afinal, nome de rua só se coloca em homenagem as pessoas que já morreram para ganhar os votos da família do morto.
            Mas ele ficou curioso e me perguntou o motivo, logo lhe disse, que homenagens se faz em vida, afinal, todos nós vamos morrer um dia, nada melhor que morrer já com as homenagens feitas e no caichão levar a riqueza das boas lembranças. Nesse instante todos passaram a refletir a minha linha de pensamento. Afinal, quantas grandes obras públicas levam nomes de autoridades. Pois um dia, se conquistarmos algum mandato representativo, renderia homenagens em vida e os que encabeçariam a primeira lista, seria Júlio Viana, Paulo Roberto Matos, Beto Anísio, Jair Montes, Reinaldo Rosa, Renato Pinto, Dorosnil Alves, João da Cruz, Dona Dina, Assis Oliveira, José Renato e Socorro Soares, Rosângela e Mauro Clímaco, Ricardo Sá, Ellem Barbosa, Dileno Costa, Zuleide, Abraão, Messias, Francisco Fabrício, Neri, Valdique, Larissa, Jackson, Auzenir, Cleber Oliveira, Professora Terezinha, Gualberto, Silvio, Thiago Tezzari, Vilma, Marcelo Barbosa, Miguel Rocha, Fabiano da Caxeta, Tássia, Cleber Nunes, Alessandra e Fábio, Marlene e Dionisio, Josefa Teixeira, Joana, Roseane, Rafael e Lucas, Fátima e Oziel, Ednéia, as irmãs Vilma e Landa, Alessandro Scheffer, Mário Neto, Mário André, Madhalena Ferreira, Dante Ribeiro da Fonseca, Hugo Grangeiro, Fabiano Coutinho, Marcélio Brasileiro, Jaime Gazola e tantos outros que merecem estar aqui, mas ficaria chato e interminável a lista.