sexta-feira, 30 de setembro de 2011

Autobiografia



           Não vamos enterrar um homem, vamos plantá-lo!
(Parte VI)

         Não demorou muito entre o Ribeirão e a Jaqueira, ponto da BR. 425 que tem uma placa indicativa que estamos chegando à Nova Mamoré. Daquele ponto em diante surge à cidade, fiquei a observar o lugar, as peculiaridades, o cotidiano das pessoas, os aspectos das construções e a paisagem urbana como um todo.
            Logo de cara, passamos pela Igreja Matriz de São Francisco que fica as margens da BR. 425 e me chamou a atenção a sua arquitetura e o sua localização geográfica urbana, pois ela se torna referência por dividir a cidade ao meio, sendo um lado para leste e outro para oeste. Nando fazia questão de me explicar toda a história do lugar, das pessoas que via na rua e enfatiza que nada tinha mudado em dois anos longe do ambiente em que nasceu e se criou.
            Chegando a porta da casa dos seus pais, quem nos veio receber foi a sua mãe, Maria do Socorro, seu pai, o Zé Renato, engenheiro agrônomo da EMATER, ainda não tinha chegado a casa, pois se encontrava no trabalho. De inicio, houve muita emoção entre a mãe e o filho. Um pouco atrás, fiquei apenas como um espectador de cenas de cinema quando um filho reencontra a mãe, algo que tenho até hoje as lembranças cravadas em minha memória.
            Em seguida dos abraços, beijos e lágrimas, Nando me apresentou a sua mãe, logo pediu para entramos, foi ao telefone e avisou a Zé Renato que tínhamos chegado de tão longa viagem. Esse como um risco, logo veio em casa, vendo o filho, emocionou-se, deu um abraço e não podia ser diferente, a sua asma o atacou, pois a emoção tinha sido grande, afinal, Nando já estava fora de casa há dois anos, ou seja, estudando em João Pessoa, capital da pequenina Paraíba.
            Após as apresentações formais, as horas se passaram rápidas com a boa prosa em torno das lembranças e das histórias do município de Pilar, onde Zé Renato nasceu e se criou tomando banho nas águas do Rio Paraíba. Este também nos revelou que brincou e faz muitas peripécias no Engenho Corredor, palco de muitos livros escritos por José Lins do Rêgo. Veio a falar também sobre o município de Itabaiana, lugar onde sua mãe estava morando naquele momento e por fim, sobre o município de Areia, onde cursou a Faculdade de Agronomia na Universidade Federal da Paraíba.
            Assim, o fim de tarde se aproximava, chegou da Escola o Renatinho, este muito calado e meio desconfiado, mas logo abraçou o irmão mais velho e em seguida, me cumprimentou. Sai discretamente e rapidinho já apareceu com seu uniforme de jogador e bola na mão, recebendo elogios da mãe, afirmando que ele seria um fenômeno do futebol. Ele sorrindo discretamente, continuo seus passos em direção ao portão e foi jogar futebol com seus coleguinhas. Já nós que tínhamos ficado em casa, ficamos a conversar horas sobre as histórias políticas da Paraíba, de Nova Mamoré e de Rondônia. 

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