sexta-feira, 9 de setembro de 2011


A Cruz Vermelha e o Hospital João Paulo II
            Foi cogitada na grande mídia da capital a partir de palavras proferidas por autoridades públicas em saúde do Governo do Estado, a possibilidade da Secretaria de Estado de Saúde, repassar a administração do Hospital João Paulo II a Cruz Vermelha através do instrumento público de convênio.
            Através de uma rápida pesquisa no sítio eletrônico da Cruz Vermelha Brasileira, encontramos o relato que ela foi fundada em 05 de dezembro de 1908 na Suíça e, desde então, tornou-se instituição modelar, tanto em tempos de guerra, no socorro aos feridos em campos de batalha ou na liberação de prisioneiros de guerra da forma prevista nas Convenções de Genebra, como em tempos de paz, levando ajuda a vítimas de catástrofes e desastres naturais (secas, enchentes, terremotos etc.).
            A Cruz Vermelha Brasileira teve seu berço no Estado do Rio Grande do Sul no ano de 1940 e no início tinha apenas seis filiais municipais: São Leopoldo, Sapucaia do Sul, Caxias do Sul, Tramandaí, Bento Gonçalves e Santa Maria. É reconhecida pelo governo brasileiro como sociedade de socorro voluntário, autônoma, auxiliar dos poderes públicos e, em particular, dos serviços militares de saúde, bem como única sociedade nacional da Cruz Vermelha autorizada a exercer suas atividades em todo o território brasileiro, através do órgão central no Rio de Janeiro e 17 filiais estaduais e municipais.
            A partir da cogitação e desse histórico, lançamos uma enquete em nosso Blog durante todo o mês de agosto, a pergunta foi a seguinte: Você concorda que o governo do Estado repasse a gestão administrativa do Hospital João Paulo II para a cruz vermelha? Após a finalização da pesquisa, 62% disseram sim e 37% disseram não. Lembro que tal enquete não fazia menção a nenhum texto reflexivo sobre o assunto, essa é a primeira abordagem após o encerramento da enquete e demoramos alguns dias para tecer qualquer comentário, em razão da necessidade de se realizar algumas pesquisas sobre o assunto, para então, abordá-lo.
            Antes de, mas nada, após tais pesquisas e leituras que realizamos sobre o tema, identificamos que a Cruz Vermelha do Brasil assumiu a direção de vários hospitais públicos. Em algumas filiais a experiência com administração de hospitais públicos de médias e altas complexidades estão dando certo, em outros casos, virou um caos o atendimento a população, bem como a manutenção dos equipamentos médicos hospitalares e a falta de remédios, levando as famílias de pacientes a comprar a medicação a ser utilizada pelo paciente. Outra regra bem comum do cenário de corrupção do nosso país que não deixaria de escapar, algumas filiais participaram de licitações fraudulentas em alguns Estados.
            É preciso pensar bem antes de tomar a iniciativa de terceirizar, firmar a gestão pactuada ou promover a co-gestão, afinal, uma iniciativa como essa, deve ser desenhada a partir de pontos cristalinos, afinal, a mudança será drástica e sabemos a grande deficiência na nossa rede hospitalar, seja ela pública ou privada. A população carente que busca o pronto-atendimento desespera-se ao não encontrar leitos disponíveis ou médicos suficientes para realizar os procedimentos cirúrgicos necessários, principalmente os de emergência e trauma. Todo esse cenário agora abortado no atual governo, vem de uma cultura de não se planejar o Estado de Rondônia para o futuro, uma prática desde quando ainda era Território.  

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