segunda-feira, 10 de outubro de 2022

Evangélicos e forças reacionárias unidos pelas pautas de costumes

A aproximação dos evangélicos com as forças reacionárias no Brasil não é um fenômeno recente, mas desde a década de 1950 com a chegada dos movimentos missionários evangelistas nas periferias das grandes cidades e nas áreas rurais do país. Esse movimento de cruzadas evangelistas resultou na formação de comunidades evangélicas com aculturação dos valores e ideais ultraconservadores norte-americanos.

O movimento missionário evangelista forjou uma visão religiosa de mundo carregada de dogmas e posições políticas de cunhos proféticos, ou seja, a ideia de um “fim dos tempos apocalíptica” como se fosse uma guerra espiritual do bem contra o mal. O bem seria representado pelas forças reacionárias com pautas de costumes e não de ideias, já o mal seria as forças progressistas que representa a “Grande Perseguição” que a Igreja de Cristo sofrerá antes da “batalha final”.

A pauta política de costumes das forças reacionárias sempre esteve associada a possível ameaça comunista, defesa da família, contra a ideologia de gênero, ampliação dos direitos civis a casais homossexuais, a descriminalização das drogas e do aborto, o “marxismo cultural”, a militarização da sociedade, dentre outros. As pautas políticas reacionárias são combatidas por uma linguagem do discurso moralista e puritano.

Esse discurso é rotineiramente compartilhado nas mídias e redes sociais por perfis de influenciadores cristãos, conservadores, reacionários, extremistas ou por meio de perfis falsos. Tais pautas política de costumes também domina o cenário dos eventos promovidos por igrejas e movimentos evangélicos neopentecostais, com conteúdo essencialmente antiesquerdista e antiprogressista. Diante do exposto, surge a seguinte pergunta: como dialogar com esse público alvo tão fortemente engajado em pautas antiesquerdistas? Até a próxima reflexão.