segunda-feira, 27 de julho de 2020

Onde está o PSDB?

Diante da crise política que se arrasta dede o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff (PT), dividindo o país e servindo para abrir uma crise econômica e moral sem precedentes desde a redemocratização com promulgação da Constituição de 1988. Pra piorar, com a chegada da pandemia do coronavírus (Covid-19), estamos enfrentando a pior crise sanitária por conta da omissão e negligência do atual Governo reacionário no combate a Covid-19.

Diante desse cenário, por onde anda as maiores expressões do PSDB? Ou seja, cadê o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (fundador do partido), José Serra, Aécio Neves, Aloysio Nunes, Tasso Jereissati, Cássio Cunha Lima, Expedito Junior, Beto Richa e outros? Parece existir um pacto de silêncio entre todos, apequenados por conta do sentimento de antipolítica que atingiu o eleitor no território político nacional.

Desse modo, os velhos tucanos não estão sabendo se reinventar e reverter a rejeição enfrentado pelo PSDB junto aos eleitores, passando a defender que cabe as novas lideranças políticas a responsabilidade da reinvenção do partido. Entretanto, o Governador João Dória que foi eleito em segundo turno com slogan “bolsodoria” e com apoio dos bolsonaristas – forças conservadoras, reacionárias e fascistas, caberia a ele a missão de reinventar o ninho tucano? Por demonstrar diversas vezes que é adepto das mesmas ideias de quem o fizeram a chegar no Palácio Bandeirantes para governar os destinos dos paulistas, não seria o mais indicado para repaginar a socialdemocracia brasileira. Na outra ponta, o governador Eduardo Leite do Rio Grande do Sul, foi eleito com apoio de forças conservadoras e reacionárias gaúchas, além de seguir a pauta da política econômica defendida pelo ministro da Fazenda Paulo Guedes - elevando a carga tributária das empresas gaúchas, seria ele o nome ideal para propor a reinvenção tucana? Portanto, o PSDB continuará igual o “rei que ficou cego” no conto infantil.

O PSDB colecionou uma série de erros ao governar o país por 08 anos, na frente de Governos estaduais, prefeituras de capitais e importantes municípios com população acima de 250 mil habitantes. Pra completar, a crise interna partidária se agravou quando o ex-presidenciável Aécio Neves não aceitou a derrota nas urnas em 2014 e partiu para fazer oposição por fazer, culminando com o Golpe Parlamentar que derrubou a ex-presidente Dilma da presidência da República. Entretanto, quando revelado as imagens e áudios do senador mineiro Aécio Neves pedindo propina aos proprietários da JBS Frigorifico, parte do povo brasileiro percebeu que serviu de massa de manobra das raposas políticas, passando a reforçar o movimento antipolítica.

Na luta por sua reinvenção após a Operação Lava-Jato – a maior farsa jurídica kafkiana já montada no país, o PT e suas lideranças reavivou o seu discurso clássico de oposição em defesa da classe trabalhadora, revelando com números que a parcela mais pobre do povo pobre brasileiro cabia e cabe no orçamento da União. Neste caso, apresentam números do Governo Dilma que ampliou o combate à pobreza no país e garantiu ascensão socioeconômica de uma grande parcela da população pobre ao status de classe média.

Todavia, muitos renegam, mas o Governo Lula e Dilma, ambos do PT, elevou a lucratividade do capital financeiro e rentista, bem como dos produtores rurais - pequeno, médio e o grande, por meio de subsídios – financiamento e investimos na agricultura familiar e no agronegócio, aumento da escala de exportação e apoio a pesquisa cientifica e desenvolvimento de tecnologia voltada para modernização da agricultura. Com isso, o Brasil deixou de ser refém das monoculturas e fazia o capital circular, elevando a economia do país a categoria trade, atingindo o patamar de 6º posição na economia mundial, desmontando o discurso tucano.

Com o processo de reinvenção do PT e de outras forças políticas no território político brasileiro, o PSDB e outras legendas partidárias estão perdendo espaço junto ao eleitorado brasileiro. Tais legendas sofrerão um revés eleitoral nas próximas eleições municipais, em especial, os tucanos por não ter encontrado ainda o caminho para se reinventar junto aos eleitores.