quarta-feira, 19 de setembro de 2018

Sentimentos territoriais com Chico Pinto

Chico da Hora, filho de Chico Pinto


            Nas minhas andanças para pedir votos, me permite fazer novas amizades e conhecer um pouco da história de Nova Mamoré, lugar que chamo de meu aconchego. Desse modo, decidi relatar minha prosa e roda de conversa com Chico da Horta.
            Na manhã de hoje (19/09), conheci o senhor Francisco da Silva Pinto, mais conhecido como Chico da horta. Por sua vez, filho do primeiro prefeito de Nova Mamoré, Francisco Fernandes Pinto, chamado popularmente de Chico Pinto na época.
            Nomeado como prefeito interventor pelo governador Jerônimo Santana, Chico Pinto, foi o grande responsável pela instalação político - administrava de Nova Mamoré, quando emancipada a categoria de município – unidade administrativa do estado de Rondônia. Entretanto, é um personagem ilustre esquecido pela história. Inclusive, seu retrato oficial que deveria está no paço municipal, não foi para o lixo porque foi recolhido por seus familiares.
            Durante a prosa, seu Chico da Horta foi tomado pelas lembranças do cotidiano na Vila Murtinho, lembrou, que quando criança corria atrás do trem junto outras crianças, “era uma festa”. Carregado de sentimentos territoriais, nos contou que no ano de 1967, chegava à rodagem rasgando a floresta e no ano de 1971, presenciou o último apito do trem, “as pessoas ficaram se olhando, como se estivessem num velório se despedindo de uma familiar na hora do enterro”.
            Na ocasião que seu Chico da Horta contava os últimos momentos de despedida do trem, seus olhos se encheram de lágrimas de tantas recordações e o silêncio tomou conta da cozinha da sua casa. Quando indagado de como era o cotidiano da Estação de Trem da Vila Murtinho? Carregado de emoções, nos contou era muito movimentada, pessoas desciam e subiam no trem.
            Durante a prosa, disse que na estação do trem, existiam bancas de comida que eram vendidas aos passageiros. Além do comércio de doces, frutas, verduras, carne de caça, peles de animais, castanha do Brasil e a borracha, principalmente, as mercadorias provenientes da Bolívia.
            No final da nossa prosa, o ex-morador da Vila Murtinho, afirmou que não deveriam ter parado o trem e nem deixar a estrada de ferro abandonada. “Os trens antigos poderiam ter sido substituídos por novas locomotivas. O que acabou foi à borracha e não os trilhos de ferro. A estrada de ferro poderia está servindo para fazer o transporte de outras mercadorias e de pessoas como antigamente”.
            Ainda conversando sobre as lembranças da Vila Murtinho, Chico da Horta lembrou que tinha muito peixe no rio e carne de caça. Mas por conta do desmatamento, a caça sumiu. Em relação ao peixe, não soube afirmar porque diminuiu sua presença no rio.