sexta-feira, 30 de março de 2018

Os atos de violência a caravana de Lula expõe o nazi-fascismo nacional

     Não estava previsto, mas diante das agressões que a Caravana do ex-presidente Luis Inácio Lula da Silva sofreu durante seu percurso pelos três estados – Santa Catarina, Rio Grande do Sul e Paraná, do sul do Brasil, fez de Curitiba, a capital suprapartidária contra a violência e em defesa da democracia, mediante os ataques nazi-fascistas a caravana petista. O ato no centro da capital paranaense na quarta-feira (28 de março), contou com a participação de Guilherme Boulos (PSOL) e Manuela D’ávila (PCdoB), ambos pré-candidatos à presidência, e de membros de outras legendas como o Partido Socialista Brasileiro (PSB) e Partido Democrático Trabalhista (PDT).
     A ação de violência e agressões programadas por indivíduos ligados ao Movimento Brasil Livre (MBL) e de uma parcela privilegiada da sociedade brasileira, como pequenos, médios e grandes comerciantes, produtores rurais e industriais - todos pertencentes à elite dos três estados do Sul, que podem ser considerados de extrema direita, financiaram os ataques e colocaram em risco a vida do ex-presidente Lula e dos que exerciam o direito democrático de participação cidadã na política. Dessa forma, os episódios de violência e agressão podem ser considerados como levantes nazi-fascistas contra a democracia brasileira.
     Passado os fatos, o que mais impressiona é o grau de organização do nazi-fascismo nos estado do Sul do Brasil, ou seja, verdadeiras milícias organizadas e com grande precisão de serviço de inteligência. Além de marcar posição no território político seguindo os ônibus da Caravana, os ativistas de extrema-direita se aproveitaram da omissão das polícias estaduais e federais para perseguir os ônibus e promover os ataques. Por sua vez, a grande imprensa nacional formada pela Rede Globo, Folha de São Paulo, Estadão de São Paulo, Revistas Veja e Isto É, Rádios Jovem Pan, Bandeirantes e Globo, tentavam passar aos telespectadores, leitores e ouvintes, uma falsa ideia de ser apenas uma disputa ideológica, ou seja, um confronto natural entre petistas e oposicionistas.
     O confronto que mais chamou atenção os tiros disparados contra o ônibus que levava os jornalistas na noite de terça-feira (27/03) no estado do Paraná, que perfurou a lataria e não houve registro de feridos. Contudo, a extrema-direita através de fakenews nas redes sociais, tentou atribuir o atentado a bala ao próprio PT, ou seja, este último com a intenção de se passar por vítima.
     Diante dos fatos, o ministro Raul Jungamnn (PPS) do recém-criado Ministério da Segurança, limitou-se a dizer que os tiros contra os ônibus são “inaceitáveis”, sem colocar a Polícia Federal para investigar o crime. Entretanto, o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, ao comentar o caso, disse que o petismo “está colhendo o que plantou”. Portanto, não é de se estranhar a fala do ministro golpista e do governador tucano diante do aumento no assassinato de líderes sociais e de chacinas contra pobres nas periferias e capitais do Brasil após o Golpe Parlamentar contra a ex-presidente Dilma Rousseff (PT).
    Neste sentido, a equipe de segurança do ex-presidente Lula e a presença massiva dos movimentos sociais como o MST e a CUT, garantiram a integridade física do ex-presidente e dos caravaneiros quando houve arremesso de pedras, ovos e outros objetos em direção aos ônibus e participantes dos atos públicos para saudar a Caravana de Lula pelo Sul. Além de promover resistência a tentativa de invasão por parte dos militantes da extrema-direita ao hotel em Chapecó (SC), em que estava hospedava as lideranças petistas.
     Não é de hoje que o Brasil vivência conflitos e tensões nas campanhas eleitorais e nos dias das eleições. É uma prática recorrente desde a época em que o fenômeno do coronelismo dominava o território político em escala local, regional e nacional. Sempre houve exploração de mentiras, disseminação de boatos e direcionamento midiático a favor de determinados grupos políticos de direita no país. Portanto, o levante nazi-fascistas no Sul do país, podem ser considerado um marco histórico e o prenúncio do clima de ódio e violência a ser enfrentado pelos brasileiros na próxima eleição de outubro.
    Por fim, à direita e extrema-direita deve entender que a “ficha” caiu para maioria dos brasileiros, ou seja, perceberam que foram enganados com o Golpe Parlamentar de 2016 que derrubou a ex-presidente Dilma Rousseff (PT) da presidência da República. Os nazi-fascistas precisam compreender que não se ganha eleição com violência, agressão, disseminação do ódio, ataques a movimentos sociais, militantes partidários de esquerda, mulheres, negros, professores etc., mas lançando candidatos competitivos para ser avaliado pelo eleitor e obter, possivelmente, resultados positivos nas urnas. Assim, é preciso uma tomada de consciência por parte dos brasileiros, no sentido de não perdemos nossas brasilidades por conta da proliferação do nazismo e fascismo travestido de nazi-fascismo no Brasil.

quinta-feira, 8 de março de 2018

Criatividade para conquistar a si mesmo

     No presente post, vamos fazer uma reflexão inicial em torno de um personagem polêmico da filosofia – amado ou odiado quando estudado com profundidade. Friedrich Nietzsche que nasceu na Prússia, atual Alemanha, se tornou polêmico por escrever sobre o “perspectivismo”, a “vontade de poder” e a "morte de Deus". Por sua vez, não é um filosofo fácil de compreensão, ou seja, difícil de entender os conceitos colocados em evidência para nossa reflexão.
     Nietzsche possui uma obra bastante extensa e no Brasil temos pouquíssimos especialistas que estudam esse filósofo. Dessa forma, existem muitas interpretações equivocadas e erros conceituais em relação as suas ideias e pensamentos que ele escreveu.
     Passado algum tempo, relembrei da orientação do meu orientador do mestrado, o Prof. Dr. Josué da Costa Silva, este me orientou a realizar leituras sobre Nietzsche. Porém, mesmo tendo feito a leitura da obra “Assim Falou Zaratustra”, o tempo foi insuficiente para refletir os textos críticos em torno da “afirmação da vida” desse importante filósofo alemão.
     Entretanto, o presente post é uma “pontinha” do iceberg do pensamento de Nietzsche e não vamos conseguir esgotar nossa reflexão em torno da sua obra numa única publicação. Dessa forma, existe a vontade de ampliar a leitura no sentido de despertar uma melhor compreensão em torno da “cultura ocidental” e suas “religiões”, assim como a “moral judaico-cristã”, que foram temas comuns nos livros que escreveu.
     Para quem deseja aprofundar estudos das ideias de Nietzsche, inicialmente, deve realizar algumas leituras de especialistas que se debruçaram sobre suas obras. Sugiro, que por conta da sua forma de escrever, ou seja, exibindo uma predileção por “metáfora”, “ironia” e “aforismo”.
     Desse modo, quando Nietzsche escreve uma frase, nela já carrega uma ideia por trás – um conceito, por isso o leitor precipitante precisa fazer uma leitura bastante atento e caso seja necessário, fazer uma releitura do que leu como forma de compreender com clareza as ideias do filósofo em voga. Por exemplo, quando lemos o aforismo: “ouse conquistar a si mesmo”, existe uma ideia que se faz necessário uma profunda reflexão por parte do indivíduo que ler.
     “Assim Falou Zaratustra” é o livro mais famoso escrito por Nietzsche, por sua vez, a obra evidencia que ele é um filósofo extremamente ácido, ou seja, não escreve para agradar as pessoas, é bastante contundente nas suas críticas e costumava dizer que fazia filosofia com um “martelo”. Portanto, escrevia sem levar em consideração as críticas, não queria saber se estava agradando ou não quem estava do outro lado.
    Desse modo, Nietzsche terminou “comprando” brigas e fazendo muitas “inimizades”, enfrentou grandes turbulências na sua vida devido as suas ideias e dos textos escritos criticando a sociedade da época em que ele viveu – Europa do século XIX. Assim, a leitura das suas obras permite concordar ou discordar dos conceitos e ideias do filósofo, porém, devemos levar em consideração o período em que foram escritos.