Não
estava previsto, mas diante das agressões que a Caravana do ex-presidente Luis
Inácio Lula da Silva sofreu durante seu percurso pelos três estados – Santa Catarina,
Rio Grande do Sul e Paraná, do sul do Brasil, fez de Curitiba, a capital suprapartidária
contra a violência e em defesa da democracia, mediante os ataques
nazi-fascistas a caravana petista. O ato no centro da capital paranaense na
quarta-feira (28 de março), contou com a participação de Guilherme Boulos (PSOL)
e Manuela D’ávila (PCdoB), ambos pré-candidatos à presidência, e de membros de
outras legendas como o Partido Socialista Brasileiro (PSB) e Partido
Democrático Trabalhista (PDT).
A ação de violência e agressões
programadas por indivíduos ligados ao Movimento Brasil Livre (MBL) e de uma
parcela privilegiada da sociedade brasileira, como pequenos, médios e grandes
comerciantes, produtores rurais e industriais - todos pertencentes à elite dos
três estados do Sul, que podem ser considerados de extrema direita, financiaram
os ataques e colocaram em risco a vida do ex-presidente Lula e dos que exerciam
o direito democrático de participação cidadã na política. Dessa forma, os
episódios de violência e agressão podem ser considerados como levantes
nazi-fascistas contra a democracia brasileira.
Passado os fatos, o que mais
impressiona é o grau de organização do nazi-fascismo nos estado do Sul do
Brasil, ou seja, verdadeiras milícias organizadas e com grande precisão de
serviço de inteligência. Além de marcar posição no território político seguindo
os ônibus da Caravana, os ativistas de extrema-direita se aproveitaram da
omissão das polícias estaduais e federais para perseguir os ônibus e promover
os ataques. Por sua vez, a grande imprensa nacional formada pela Rede Globo,
Folha de São Paulo, Estadão de São Paulo, Revistas Veja e Isto É, Rádios Jovem
Pan, Bandeirantes e Globo, tentavam passar aos telespectadores, leitores e ouvintes,
uma falsa ideia de ser apenas uma disputa ideológica, ou seja, um confronto natural
entre petistas e oposicionistas.
O confronto que mais chamou atenção os
tiros disparados contra o ônibus que levava os jornalistas na noite de
terça-feira (27/03) no estado do Paraná, que perfurou a lataria e não houve
registro de feridos. Contudo, a extrema-direita através de fakenews nas redes
sociais, tentou atribuir o atentado a bala ao próprio PT, ou seja, este último
com a intenção de se passar por vítima.
Diante dos fatos, o ministro Raul
Jungamnn (PPS) do recém-criado Ministério da Segurança, limitou-se a dizer que
os tiros contra os ônibus são “inaceitáveis”, sem colocar a Polícia Federal
para investigar o crime. Entretanto, o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin,
ao comentar o caso, disse que o petismo “está colhendo o que plantou”.
Portanto, não é de se estranhar a fala do ministro golpista e do governador
tucano diante do aumento no assassinato de líderes sociais e de chacinas contra
pobres nas periferias e capitais do Brasil após o Golpe Parlamentar contra a ex-presidente
Dilma Rousseff (PT).
Neste sentido, a equipe de segurança
do ex-presidente Lula e a presença massiva dos movimentos sociais como o MST e
a CUT, garantiram a integridade física do ex-presidente e dos caravaneiros quando
houve arremesso de pedras, ovos e outros objetos em direção aos ônibus e
participantes dos atos públicos para saudar a Caravana de Lula pelo Sul. Além
de promover resistência a tentativa de invasão por parte dos militantes da
extrema-direita ao hotel em Chapecó (SC), em que estava hospedava as lideranças
petistas.
Não é de hoje que o Brasil vivência
conflitos e tensões nas campanhas eleitorais e nos dias das eleições. É uma
prática recorrente desde a época em que o fenômeno do coronelismo dominava o
território político em escala local, regional e nacional. Sempre houve
exploração de mentiras, disseminação de boatos e direcionamento midiático a
favor de determinados grupos políticos de direita no país. Portanto, o levante
nazi-fascistas no Sul do país, podem ser considerado um marco histórico e o
prenúncio do clima de ódio e violência a ser enfrentado pelos brasileiros na próxima
eleição de outubro.
Por fim, à direita e extrema-direita
deve entender que a “ficha” caiu para maioria dos brasileiros, ou seja, perceberam
que foram enganados com o Golpe Parlamentar de 2016 que derrubou a
ex-presidente Dilma Rousseff (PT) da presidência da República. Os
nazi-fascistas precisam compreender que não se ganha eleição com violência,
agressão, disseminação do ódio, ataques a movimentos sociais, militantes
partidários de esquerda, mulheres, negros, professores etc., mas lançando
candidatos competitivos para ser avaliado pelo eleitor e obter, possivelmente,
resultados positivos nas urnas. Assim, é preciso uma tomada de consciência por
parte dos brasileiros, no sentido de não perdemos nossas brasilidades por conta
da proliferação do nazismo e fascismo travestido de nazi-fascismo no Brasil.
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