segunda-feira, 30 de setembro de 2013

Até um dia meus Amigos e minhas Amigas,

Hoje é dia trinta de setembro, um dia especial para decisões depois de muitas reflexões mediante muitas perguntas, interrogações, convites e importâncias que estão dando que não são tão relevantes como muitos pensam. Pois bem, que nada representa para mim, pois quem me conhece de verdade, sabe que sou desprendido de muitas coisas.

Parafraseando o sofista grego Protágoras (480-410 a.C.) quando afirmou que o "homem é a medida de todas as coisas", venho expandir e compartilhar uma decisão que muitos esperavam para meados de setembro, sendo assim, não por ato de covardia, mas o recolhimento é o caminho certo para esse momento vivido após o cárcere político.

Logo digo que não tenho motivos para deixar de ser filiado ao PHS, partido o qual ajudei a construir desde a Paraíba, meu sublime torrão. Muitos dos dirigentes, inclusive nosso líder maior Eduardo Machado, acreditam que conseguirei provar minha inocência, pois o que aconteceu comigo deve servir de lição para muitos presidentes estaduais de legenda no Estado de Rondônia em tempos próximos.

Convite recebi para trocar de partido, mas sem bases consistentes, após avaliar bem e sobre muitos conselhos dos mais próximos, venho externar meu sentimento que não tenho mais idade e nem estrutura para entrar em aventuras. Portanto, ficarão comigo no PHS os verdadeiros e leais amigos que sempre estiveram ao meu lado e acreditam que num futuro próximo, poderemos dar a virada tão esperada, pois os muitos que conheço que recebeu convites e foram, receberão seu pagamento e voltarão com mais brevidade a sua casa, ou seja, será como um filho pródigo.

Também não tenho vergonha de afirmar e reafirmar que estou vivendo momentos de fragilidades financeira, de recomposição social etc. Sendo assim, entre voltar a militância diária jornalística, política e a sala de aula, bem como a pesquisa acadêmica, me reservarei a sala de aula, a pesquisa e a prestar consultorias nas áreas do meu conhecimento de estudo acumulado sobre política para quem quiser contratar meus serviços.

Devo estabelecer paradoxo entre um velho e um novo Herbert, ou seja, para mim não será difícil, pois sempre fui acostumado a viver e conviver com a adversidade, mas reafirmo, sem nunca abandonar meu comportamento ético de manter a palavra de honra.

Digo aos que bateram e batem a minha porta, que a ética não me matará de fome, será apenas uma questão de escolha que fiz no passado e no presente, pois entendi que [...] "não estamos impedidos de ter as coisas por causa da ética, a escolha se estabelece quando ao escolhermos um carro, por exemplo, temos um Audi completo ou escolhemos um golzinho com ar refrigerado que ninguém aguenta o calor de Rondônia... onde está a ética? está na escolha... podemos? o que nos custa? o que temos que fazer? os dois carros tem a mesma função: nos locomover... só temos que ter o controle e a segurança para o ONDE estamos indo...! Assim, procurarei continuar trilhando construir meu caminho de forma gradual, tranquila e sem preocupações tangíveis.

Portanto meus Amigos, me convidem para uma boa mesa de estudo bíblico, um bom bate-papo geográfico, momentos de prosa jornalística saudáveis, descobrir novos sabores, travar diálogos sobre como podemos melhorar a vida das pessoas que mais precisa e vivenciar espaços ainda não vivenciados, lembrando, sem esquecer de compartilhar essas experiências.

A todos que tiveram a paciência de ler, deixo o meu respeito e digo que devemos continuar a nossa luta em outro plano, em outra direção, a passos que nos leve a uma liberdade de ação sem que precise conhecer a natureza das feras, das aves de rapina, dos peixes devoradores, das serpentes, sem precisar voltar as trevas e com o entendimento necessário dado por Deus sobre a natureza do homem, para então compreendermos por que nascemos, donde viemos e para onde vamos.

Até um dia...

quarta-feira, 11 de setembro de 2013

Hoje serei breve nas palavras...

 
           Hoje serei breve nas palavras, tentarei errar menos ao escrever, uma forma de aliviar a angústia que ainda sinto visando superar as dores psicológica que sinto na alma e no espírito da violência acarretada do espaço vivenciado na prisão em decorrência da "Operação Apocalipse". Lembrando, não desejo e nem quero me passar por coitadinho!

            Após o encontro que tive com Deus na prisão, percebi o quanto foi importante para mim vivenciar tal dor, pois entendi a necessidade de sofrer tal angústia e dor. Descobrir que nos lastimamos muitas vezes achando que não somos ninguém, achamos que em nada representamos para as pessoas que verdadeira nos amam, até mesmo, por instante que somos esquecidos. Estamos enganados, quando temos uma morte social igual a prisão, descobrimos que é por isso que o mundo não é desabitado.

            Ao sentir o gosto da liberdade, posso afirmar e reafirmar que Deus é grande na sua infinita sabedoria, tão grande que não tive vontade de esconder-me, de sumir e quem sabe, assumir atitudes de fraqueza, pelo contrário, a ousadia, a coragem, a determinação e fé, traços do meu perfil, jamais poderia mudar minhas atitudes de enfrentar as adversidades como devem ser enfrentadas nessa nova caminhada sobre o olhar de muitos como se fosse um delinquente criminoso.

            Basta! Compreendi que o desabafo de antes, era na verdade uma válvula de escape da insensatez quando a deixamos dominar a nossa mente. Por isso, muitas vezes causamos dores aos nosso semelhante e quando não, deixamos marcas na alma e corações feridos.

            Não devemos ser distraídos e omissos com as nossas dores, mesmo que nossos infortúnios seja o grande termômetro de brandura dos nossos sofrimentos. Cada dia que se passa depois da prisão,  como se teve julgamentos antecipados, das alienações escritas, pensadas, publicadas e compartilhadas, quem se comportou dessa maneira só esqueceu de uma coisa: Ver a trave que existe nos seus olhos! Não pense que houve incomodo para mim, apenas serviu para aumentar a minha confiança em Deus, fortalecer a minha fé, aumentar a minha lucidez quanto a tudo que vivenciei em sessenta e cinco dias no cárcere mediante a minha responsabilidade moral dos fatos imputados.

            Agora sei o quanto sofreu meu pai quando vivenciou a sua prisão política durante a Ditadura Militar. Hoje entendo os seus sentimentos de angústia e dor quando trava poucos diálogos para comigo! Só não sei se nossas dores se tornaram iguais? Apenas sinto que estou vivo e o seu sentimento está vivo em mim para não permanecer parado, calado, silenciado, amordaçado como bem ensinou o meu pai, o Cel. Lins: "ficar ai parado em nada adianta e não é a melhor saída"!

            É preciso ter muita coragem para perguntar a sociedade rondoniense sobre os meandros da "Operação Apocalipse" quanto a materialidade do crime, ou seja, um ano e meio de escuta telefônica, de investigação, com isso, não se deu um flagrante de carregamento de droga! Cadê os aviões, as balsas, os caminhões que transportavam o carregamento de 100 kg por semana da suposta droga? Vou mais longe, cadê as filmagens das transações semelhante as filmagens da Operação Termópilas quando se tem a nitidez nas imagens das caixas de dinheiro sendo entregues? Será que houve prevaricação dos investigadores quando deixaram de fazer o flagrante pelo extenso tempo de investigação?

            Na verdade, nossas mentes não devem ser manipuladas, pois tanta droga assim, até as vésperas da referida operação sem que haja apenas um único flagrante ao suposto tráfico de droga colocado pela polícia de governo de um Estado policial, representaria a apreensão aproximadamente de trinta toneladas, ou seja, quantidade maior que o cartel de Medelín! Bem, não sejamos tão burros, pois hoje vivemos na era da informação digital, das redes e não mas do rádio, portanto, que a notícia chegava manipulada aos ouvidos do povo como no passado e no presente quando as elites é capaz de tudo pela manutenção do poder, exploração e dominação das massas trabalhadoras.

            A todos que escreveram tais linhas com julgamentos prévios, sugiro que estudem com profundidade o inquérito montado por essa policia de governo, desse Estado Policial e descubram a importância de se ler o livro Crime e Castigo escrito por Dostoievski. Por fim, não sejamos alienados como querem e desejam a todo custo esses ébrios pelo poder!

segunda-feira, 9 de setembro de 2013

Café com pão, manteiga, leite, ovos e bolo

            Meu primeiro dia da semana, mas como é bom e suave está em casa! Ainda ressacado da minha prisão, resultante da Operação Apocalipse e que tive, a minha liberdade consentida pela justiça e sobre a graça de Deus na noite de sexta-feira (06/09) após 65 dias no cárcere privado.
            Acordo, fico sem acreditar que estou em casa! Fico olhando para o ambiente do apartamento no qual vivo de forma modesta, desde janeiro do ano de 2010, um espaço vivenciado que me trouxe tantas alegrias, tristezas, percas e conquistas, romantismo, decisões acertadas ou equivocadas.
            Me pergunto como ficaram no fim de semana que se passou, os oitos companheiros de cela ainda detidos no presídio Pandinha. O telefone toca, amigos no portão, peço para aguardar, noite de conforto na cama sem dormir no chão. Me levanto, patino com pé firme no chão e tropeçando nos móveis. Escovo ligeiramente os dentes, lavo o rosto, abro a porta e o portão, todos em minha direção, são abraços de solidariedade e palavras de confiança.
            Os verdadeiros amigos sabem da minha fragilidade financeira, chegam com açúcar, manteiga, leite, ovos e bolo. Diálogos interrompidos com ligações, mensagens de solidariedade e sempre, palavras de conforto. A cada prosa sobre a prisão, recordações dos tempos de adolescente vem a minha mente, quando fui expulso do Colégio 2001, devido a minha militância política estudantil ao lutar pelo um grêmio livre e independente, que representasse dos estudantes.
            Logo parto para a cafeteira como sempre fazia entes de ser preso, pois sempre tive a casa cheia de amigos. Água e quatro colheres de café. Frito os ovos e coloco no prato e levo a mesa, todos nós sorrindo e conversando, pois político, professor e pesquisador não vive sem café. Todos pergunta se estou bem? Logo digo que um bom nordestino entorta mas não quebra, na verdade, somos como o mandacaru!
            Por diversas vezes, afirmei que apenas fui baleado, diferente do Vereador Pipi (PHS)  que teve sua vida ceifada, mas graças ao Senhor Jesus, me deixaram com vida. Sofri apenas um morte social, poderia ter tido um desfecho mais trágico e o que mas me conforta, é saber que tive na cova dos leões como esteve Daniel, passei o que passou José quando acusado injustamente pela mulher de Potifar e renasci como Lázaro. Não guardo mágoas e nem rancor, vamos em frente sem olhar para traz!