segunda-feira, 24 de agosto de 2020

O PT E A DIFAMAÇÃO

            

O Partido dos Trabalhadores – PT, sempre foi vítima de uma grande campanha de difamação desde a sua fundação, passando pelo sequestro do empresário Abílio Diniz e o Dossiê Serra. Após a denúncia do “Mensalão” em 2005, a grande imprensa não deu trégua, principalmente, nos escândalos da Operação Lava-Jato, forjada para assassinar a reputação das grandes lideranças nacionais do partido que surgiu no berço operário do ABC paulista e chegou a ocupar o principal espaço de poder do país por quase 15 anos.

Quando o ex-ministro da Educação Fernando Haddad (PT) ganhou a prefeitura de São Paulo em 2012, o PT ficou embevecido pelo poder, houve um deslumbramento pela vitória, sem perceberem que o poder é efêmero. Neste instante, me recordo de uma frase do ex-presidente uruguaio Pepe Mojuca quando disse após a vitória do presidente Jair Bolsonaro: “que não há derrota ou triunfo definitivo” e a “esquerda deve aprender com os erros cometidos e recomeçar a luta”.

O PT com a vitória de Dilma Rousseff para presidência da República em 2010 e com a vitória de Fernando Haddad a prefeitura de São Paulo, contagiados pela ascensão nas urnas, ficaram sob o efeito pavão nos espaços de poder, sem atentar ao que acontecia ao seu redor com os escândalos das operações policiais-políticas que despertava um sentimento de indignação por parte da sociedade brasileira.  Na sala de espera, ficaram as reformas de base tão necessária para o país pretendidas e defendidas por Juscelino Kubitschek e João Goulart, por sua vez, as reformas políticas, tributárias, previdenciárias e trabalhistas – pais não aguenta o peso da CLT fascista e do Poder Judiciário Trabalhista.

O PT fez muito pelo social, mas esqueceu de fazer pela infraestrutura, promover a modernização do Parque Industrial, de tornar a Educação um Projeto de Poder Nacional e uma Reforma Agrária capacitando e promovendo a extensão rural para quem ganhou seu pedacinho de chão. Contudo, esqueceram de realizar cursos de Economia Doméstica para quem foi contemplado com a casa própria. Pode ser um pensamento tacanho, porém, necessário a uma grande massa de fácil alienação pelas forças dominantes que controlam a grande imprensa nacional em defesa de seus interesses hegemônicos.

A reeleição da ex-presidente Dilma Rousseff (PT) foi marcada pelo desejo por parte dos brasileiros de um Estado-Nação sem corrupção, porém, a eleição geral  de 2014 foi o pleito eleitoral que mais elegeram corruptos a Câmara de Deputados Federais e ao Senado Federal da República, mais de dois terços de ambas as casas preenchidas por representantes políticos carregados de processos e denúncias dos mais variados crimes. Então, como promover reformas de combate a corrupção com um Congresso Nacional contaminados pelo próprio eleitor?

            A porta esteve aberta para Reformas quando o ex-presidente Lula foi reeleito em 2006 para presidente da República, tanto ele como o PT perderam o start político para realizá-las e promover uma transformação política, econômica, social e cultural no país. Todavia, como cobrar da ex-presidente Dilma Rousseff as reformas quando por duas vezes conviveu com um Congresso Nacional que se parece mais com o baixo meretriz? Além de conviver com o desgaste político provocado pela Operação Lava-jato, portanto, sem empolgar as multidões e o PT no seu delírio devido aos resultados eleitorais positivos, quando foi acordar, Inês é morta.

O próprio PT sem promover sua autocritica, não soube enfrentar com resistência a campanha de difamação, nem mesmo as Fake News nas redes sociais, que assassinou a sua reputação naquele momento de euforia. Por conseguinte, abriu um espaço para as forças reacionárias e conservadoras brasileiras que emergiram das profundezas da escuridão, se autointitulando como salvadores da pátria. Como já dizia Humberto Eco: “a internet deu voz aos idiotas” - complemento com os medíocres, uma massa com origem nas redes sociais com o discurso antipolítica, impôs ao PT, um ódio semelhante ou pior que sofreu Antônio Conselheiro, Tiradentes, João Cândido, Luís Carlos Prestes, Marechal Rondon, Miguel Arraes, João Goulart e Leonel Brizola.

Por conseguinte, o PT e suas lideranças não esperavam a rebordosa do “grande acordo nacional” como bem disse Romero Jucá (MDB), envolvendo a banda podre da classe política brasileira, do judiciário, forças armadas, das elites, da classe média arrogante, líderes religiosos evangélicos e de “pobres de direita”, para puxar o tapete e derrubá-lo do principal espaço de poder do país ao promover o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff. Com o passar do tempo, ficou provado que o PT não soube se reinventar sem Lula e Dilma diante da continua campanha de difamação, precisaram recorrer novamente a figura de Lula e uma agenda revisionista voltada para atender aos interesses do capital rentista internacional, quando deveria apresentar uma agenda nacional de retomada do crescimento do país pós-pandemia do coronavírus.