O
questionamento de hoje recai sobre a reorganização das escolas públicas
proposta pela Secretaria de Educação do Estado de Rondônia em cooperação com as
prefeituras dos municípios de Nova Mamoré e Guajará-Mirim. Ambos localizados na
região de fronteira entre Brasil e Bolívia – distantes da grande mídia do nosso
estado.
Pesquisando
sobre o assunto desde que foi anunciado pelas bandas de cá a tal “reorganização”
ou “reordenamento”, verificamos que duas empresas de consultoria é quem estariam
por trás de tal proposta, ou seja, as Consultorias Mckinsey e Falconi. Desse
modo, ambas estariam copiando modelos de reforma educacional usados na Cidade
de Nova York 14 anos atrás e já aposentados pelo seu principal mentor, Bill
Gates. Por sua vez, aposentado porque não deu certo.
A
reorganização faz parte de uma investida maior do governador Geraldo Alckmin
(PSDB) para pavimentar a privatização da educação paulista. Esta estratégia
inclui variadas formas de implementação, sendo a maior delas, a reorganização
escolar. Por sua vez, as unidades educacionais estariam inseridas em um
“mercado de escolha” futuro.
Por
sua vez, o fato da reorganização ou reordenamento das escolas municipais e
estaduais em Nova Mamoré, Guajará-Mirim e demais municípios rondonienses que
assinarem o termo de cooperação com o governo do estado de Rondônia, estarão se
rendendo a uma cópia do que a Consultoria Falconi apresentou no estado de São
Paulo.
O
pior de tudo isso, é que os gestores do poder estadual e municipal estão
escondendo da população, da Assembleia Legislativa e das Câmaras de Vereadores
a assinatura do Termo de Cooperação entre o estado e os respectivos municípios
que aderiram sem debater com a população local através de audiências públicas.
Por
sua vez, o alarde fica por conta dos diretores escolares junto a comunidade escolar
com a seguinte frase: “Vocês se preparem para as possíveis mudanças a partir de
janeiro nas escolas, seus filhos terão que ser transferidos para tal e tal
escola que estarão responsável pelos ciclos de ensino. A secretaria escolar já
estão prontas para atender aos pais”.
Pois
bem, a reorganização escolar orquestrada pela Consultoria Falconi – contratada
sem licitação quando o atual Chefe da Casa Civil Emerson Castro (PMDB)
respondia pela pasta da Educação no atual governo de Confúcio Moura (PMDB). É a
mesma consultoria que presta serviço ao governo tucano de Geraldo Alckmin
(PSDB), sendo ela a grande responsável também pelo imbróglio paulista da
reorganização escolar, que culminou com a ocupação das escolas pelos estudantes
em São Paulo e consequentemente, o recuo do governador Alckmin mediante a queda
da sua popularidade junto à população.
Pelas
bandas de cá, muito pior é o desconhecimento dos profissionais da educação com
relação às verdadeiras intenções do governador Confúcio e Cia – as irmãs
Claudia, Cira e o Cunhado Assis Oliveira, do silêncio do SINTERO, do SINDNOVA –
Sindicato dos Servidores Municipais de Nova Mamoré/RO, dos vereadores, da
imprensa regional e local.
No
caso dos prefeitos, esses que vivem com pires na mão, fazem o jogo do
governador e os secretários de educação municipal, estão tentando fazer o gol
em favor dos interesses maiores da Consultoria Falconi.
Nesse
sentido, o fato das escolas estarem sendo divididas por ciclo não é o ponto
central da reforma. O que se está pretendendo com a reorganização é replicar
estratégia que não deu certo em Nova York – EUA, ou seja, quando este fez uma
reforma agressiva das grandes escolas de ensino médio, reduzindo-as a escolas
menores.
Desse
modo, a estratégia de começar pela realocação baseada nos ciclos, deixando as
escolas supostamente menores, menos complexas, mais suscetíveis à pressão dos
gestores por resultados, e prontas para promover ação no âmbito da reforma
escolar privatizante que se pretende colocar em prática no país – mais um
tentáculo da corrupção das verbas públicas.
Segundo
o blogueiro Luiz Carlos de Freitas, “o processo de privatização vale-se de
diferentes formas de ataque à escola pública. Inclui fechamento por baixo
desempenho, divisão de escolas grandes em pequenas escolas, passagem da gestão
da escola para a iniciativa privada e/ou reorganização”.
Esta
ação pode ser apenas uma dentre outras planejadas da política do estado mínimo
desejado por Confúcio – este acredita piamente que é o meio de modernizar
Rondônia ou quem sabe a Nova Rondônia.
Por
fim, seria o primeiro passo para uma segunda rodada de novos ataques ao ensino
público, dentre esses ataques, profissionais da educação sendo forçado nos
próximos dias, a assinar o PDV – Programa de Demissão Voluntária junto ao
governo do estado e prefeituras. É só esperar pra ver!
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