Logo que recebi a ligação da minha
cunhada Márcia, me dando a triste notícia do falecimento de Tia Gertrudes, que carinhosamente
no seio familiar, a chamávamos de Tia Geo. As lágrimas se fizeram presentes nos
meus olhos.
Não poderia ser palavras diferentes,
para intitular esse pequeno texto dedicada a minha tia Gertrudes, que nos
deixou para o plano celestial, atendendo um chamamento de Deus.
Tia Geo era uma fortaleza de mulher
e firme nas palavras. Não tinha o trabalho como obrigação, mas como satisfação,
durante toda a semana, dava conta dos pontos da Mercearia Suprilar
estabelecidos nos Mercados Públicos de João Pessoa. A dedicação ao esposo, aos
filhos e netos. O carinho de seus abraços e a sua elegância, abrilhantada com a
sua simplicidade, marcava a sua presença em todos os ambientes.
Com a notícia, minhas lembranças
divagaram em cenas que marcaram a minha infância, adolescência e fase adulta na
presença de Tia Geo, principalmente, nas visitas que fazia em sua casa no
tradicional Bairro de Tambauzinho, na companhia de meus pais ou sozinho.
Quando tia Geo não se encontrava na
cozinha preparando seus biscoitinhos, doces e lanche da tarde, estavam muito
bem sentadas no terraço de sua casa com vista pra rua, fazendo seu ponto em
cruz na companhia de vovó Cícera, sempre rezando o seu terço com intenção a
todos familiares e pessoas queridas já falecidas.
Logo sentava ao seu lado, a prosa seguia
nas lembranças de sua infância em Serra Redonda e histórias vividas com os
irmãos. Orgulhava-se quando se referia a vovô Anisberto e suas histórias,
enfatizando sempre o seu exemplo de vida como homem trabalhador e de palavra.
Em todas as ocasiões, repetia a frase do meu avô Bertinho, que dizia: “um homem
é medido por sua palavra”.
Nas prosas da tarde, quando não era em
sua cozinha americana ou no terraço, Tia Geo me piscava o olho e mudava a
história que estávamos conversando, de pronto, vovó Cícera se metia na
conversa, essa que sempre reclama da vista e da audição, afirmava que a história
estava sendo contada errada, remendava de imediato. Tia Geo olhando pra mim,
dando um leve sorriso no rosto, claramente, a retribuía sem que vovó percebesse.
Tia Gertrudes, sempre foi uma mulher
virtuosa, com muito carinho e dedicação, cuidou de vovó Cícera até os seus
últimos dias de vida. Com muita generosidade, também cuidou de seu esposo Félix
até o dia de sua morte. Tia Geo sempre foi o lastro da família para os filhos.
Não só cobrava os estudos dos filhos, mas dos sobrinhos e afilhados. Tinha
satisfação em dizer as pessoas que todos os filhos eram bem estudados.
Tia Geo apenas nos deixou boas
lembranças que ficarão marcadas na nossa memória e aqui registro a minha
singela homenagem.
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