Além de está fazendo a caminhada nas
ruas dos bairros da capital a princípio, também estamos focado no corpo a corpo
na casa dos amigos e das amigas.
Na oportunidade de visitar meu amigo
Antenor, divagamos nas ideias e nos questionamentos de campanha. Não faltou
assunto sobre os meandros da construção de uma candidatura e de todo o processo
eleitoral em geral.
Aprofundamos o nosso dialogo nos
gastos de campanha, no financiamento das campanhas, nas campanhas milionárias,
na pedilância e venda do voto por uma parte do eleitorado.
Sobre as indagações do Antenor sobre
os gastos de campanha, logo lhe disse que a própria classe política viciou as
pessoas a trabalhar sem idealismo e comprometimento ideológico, agora, só faz
militância política e partidária se for à base do salário de formiguinha, ou seja, ser aquele
militante do passado que não ganhava para pedir o voto nas ruas, mas que
ganhava as ruas com a bandeira, camisa, boné e botos do candidato do partido o
qual era filiado por idealismo.
Quanto ao financiamento, o mais absurdo
foi o relato de um empresário de segmentos de plano de saúde que me veio dizer
da sua prática como financiador, ou seja, investe cem mil reais em campanhas de
quem tem chance de ganhar em troca, deseja ganhar um milhão depois de o
candidato financiado ter conquistado o mandato.
A perplexidade estava estampada no
rosto do Antenor e aumentou quando fizemos uma análise das campanhas
milionárias para deputado estadual e federal em Porto Velho. Bem, se na
capital, candidatos a deputados estão fazendo campanha como se estivessem
fazendo para governador e presidente da República, imagine a gastança pelas
cidades do interior que são tidas como curral eleitoral.
Agora, o pior é a pedilância e as
propostas absurdas do eleitor no sentido de vender o seu voto. As propostas não
parte apenas do eleitorado pobre, mas também de parte daqueles que possuem
poder de compra e na atualidade estão inseridos como emergentes a classe média.
O processo da compra do voto por
parte de um segmento da nossa própria classe política que alicia o voto por
exames médicos, cirurgias, consultas médicas, óculos, gasolina, passagens
áreas, pagamento de boletos bancários de prestações das mais diversas que se
encontram atrasadas, cesta básica, sacos de cimento, caminhão de aterro, churrasco,
festinhas de aniversário, promessas de aposentadorias, de uma quantia em
dinheiro, emprego etc.
Chegamos à conclusão da necessidade
de uma ampla campanha de conscientização ao eleitor que é preciso pedir aos candidatos
a apresentação das suas propostas com o objetivo principal de melhorar a vida
das pessoas. Nesse caso, a importância do voto consciente em substituição ao
voto comercial como se fosse mercadorias expostas à venda em prateleiras ou boi
em curral para ser arrobado.
Finalizei meu bate-papo como Antenor
afirmando que a sociedade brasileira ao longo das últimas décadas vem se
modernizando, aprendendo a lidar com a democracia, se aperfeiçoando através da
educação. Mas tanta modernidade e avanços conquistados pela nossa sociedade de
nada vale se num defender a moralidade da coisa pública, que decorre de
condutas dignas de nossos representantes e no voto a políticos com grande
espírito público.
Por isso, a sociedade precisa ficar
atenta a todo o processo eleitoral, inclusive aos fatos que ocorrem,
incentivando ao cidadão a valorizar o seu voto, que é sem dúvida, a maior arma
que temos dentro do processo democrático para dizer sim ou não a determinadas
condutas daqueles políticos que gastam muito dinheiro em campanha.
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