terça-feira, 5 de agosto de 2014

Um bate-papo cabeça com Antenor



            Além de está fazendo a caminhada nas ruas dos bairros da capital a princípio, também estamos focado no corpo a corpo na casa dos amigos e das amigas.
            Na oportunidade de visitar meu amigo Antenor, divagamos nas ideias e nos questionamentos de campanha. Não faltou assunto sobre os meandros da construção de uma candidatura e de todo o processo eleitoral em geral.
            Aprofundamos o nosso dialogo nos gastos de campanha, no financiamento das campanhas, nas campanhas milionárias, na pedilância e venda do voto por uma parte do eleitorado.
            Sobre as indagações do Antenor sobre os gastos de campanha, logo lhe disse que a própria classe política viciou as pessoas a trabalhar sem idealismo e comprometimento ideológico, agora, só faz militância política e partidária se for à base do salário de formiguinha, ou seja, ser aquele militante do passado que não ganhava para pedir o voto nas ruas, mas que ganhava as ruas com a bandeira, camisa, boné e botos do candidato do partido o qual era filiado por idealismo.
            Quanto ao financiamento, o mais absurdo foi o relato de um empresário de segmentos de plano de saúde que me veio dizer da sua prática como financiador, ou seja, investe cem mil reais em campanhas de quem tem chance de ganhar em troca, deseja ganhar um milhão depois de o candidato financiado ter conquistado o mandato.
            A perplexidade estava estampada no rosto do Antenor e aumentou quando fizemos uma análise das campanhas milionárias para deputado estadual e federal em Porto Velho. Bem, se na capital, candidatos a deputados estão fazendo campanha como se estivessem fazendo para governador e presidente da República, imagine a gastança pelas cidades do interior que são tidas como curral eleitoral.
            Agora, o pior é a pedilância e as propostas absurdas do eleitor no sentido de vender o seu voto. As propostas não parte apenas do eleitorado pobre, mas também de parte daqueles que possuem poder de compra e na atualidade estão inseridos como emergentes a classe média.
            O processo da compra do voto por parte de um segmento da nossa própria classe política que alicia o voto por exames médicos, cirurgias, consultas médicas, óculos, gasolina, passagens áreas, pagamento de boletos bancários de prestações das mais diversas que se encontram atrasadas, cesta básica, sacos de cimento, caminhão de aterro, churrasco, festinhas de aniversário, promessas de aposentadorias, de uma quantia em dinheiro, emprego etc.
            Chegamos à conclusão da necessidade de uma ampla campanha de conscientização ao eleitor que é preciso pedir aos candidatos a apresentação das suas propostas com o objetivo principal de melhorar a vida das pessoas. Nesse caso, a importância do voto consciente em substituição ao voto comercial como se fosse mercadorias expostas à venda em prateleiras ou boi em curral para ser arrobado.
            Finalizei meu bate-papo como Antenor afirmando que a sociedade brasileira ao longo das últimas décadas vem se modernizando, aprendendo a lidar com a democracia, se aperfeiçoando através da educação. Mas tanta modernidade e avanços conquistados pela nossa sociedade de nada vale se num defender a moralidade da coisa pública, que decorre de condutas dignas de nossos representantes e no voto a políticos com grande espírito público.
Por isso, a sociedade precisa ficar atenta a todo o processo eleitoral, inclusive aos fatos que ocorrem, incentivando ao cidadão a valorizar o seu voto, que é sem dúvida, a maior arma que temos dentro do processo democrático para dizer sim ou não a determinadas condutas daqueles políticos que gastam muito dinheiro em campanha.

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