A
visita de Messias significa um reencontro de uma amizade ao longo dos meus dez
anos em Rondônia. Está entre os primeiros filiados fundador do PHS no estado e
vem de uma longa caminhada nos movimentos sociais no município de Machadinho do
Oeste.
Corre em suas veias o trabalho na
roça, foi professor capoeirista, se tornou agente penitenciário por concurso
público e na atualidade, estuda pedagogia na Universidade Federal de Rondônia.
Meu amigo Messias vivencia a palavra
de Deus, sempre foi um bom filho, um bom profissional e hoje muito bem casado,
fez dele um homem renovado e mais sereno. Disputou três eleições e todas elas
como diz o locutor, bateu na trave. Mas isso não importa, o que importa mesmo
foi a aprendizagem obtida, logo compartilhou suas experiências como candidato e
suas orientações muito servirão nessa minha primeira empreitada como candidato
pra valer.
No nosso café da manhã regado a cuscuz
e ovos preparado por mim, pude dividir com ele a minha experiência vivida nos
65 dias no presídio Pandinha em decorrência da Operação Apocalipse, na verdade,
uma das maiores farsa e mentira engendrada por mentes diabólicas que assessoram
o atual inquilino do Palácio Presidente Vargas.
Na nossa prosa, afirmei a Messias
que a experiência vivenciada não diverge muito do que escreve Michael Foucault
na sua obra “Vigiar e Punir”. Sendo assim, a leitura que tenho do sistema
prisional brasileiro é sem dúvida, um grande problema a ser resolvido,
principalmente no que tange a ressocialização do preso e a humanização do
sistema carcerário como um todo.
No presídio Pandinha vivenciei um
lugar insalubre, constatei a superlotação das celas, a falta de higiene, de
assistência médica, tortura através dos castigos, as dores e sofrimentos provocadas
pelas humilhações, alimentação de má qualidade, restrições ao banho de sol, instalações
hidráulicas e elétricas ultrapassadas, quantidade insuficiente de material de
higiene e colchões, o abandono da defensoria pública aos presos que não tem
condições de pagar por um advogado e a falta de revisão de processos.
Acrescentei no nosso bate papo com
Messias, da necessidade da humanização dos presídios urgentemente, pois hoje
entendo que a privação da liberdade deve ter como objetivo, a ressocialização
do preso e não o castigo pelos delitos cometidos.
De pronto, Messias defendeu que o
sistema penitenciário brasileiro precisa funciona como um método corretivo e disciplinar
no sentido de recuperar o preso, o reintegre a sociedade. Foi enfático em dizer
que do jeito que está, o detento sendo tratado com violência e humilhação
dentro da cadeia, a prisão se torna uma escola de violência e revolta, ou seja,
não reeducará ninguém.
Ao pedir uma parte da fala do
Messias, fui incisivo no quesito sanitário e a ausência de tratamento médico.
Inclusive a falta de tratamento adequado aos viciados em drogas que chega a
todos instantes naquela unidade prisional. Ainda ressaltei a minha preocupação
com o tratamento aos portadores de AIDS, os assassinatos em série, a corrupção
interna, as rebeliões e a organização de redes criminosas dentro do presídio em
decorrência da ociosidade.
Finalizei a nossa conversa com
Messias, assumindo o compromisso, uma vez eleito deputado federal, defenderei a
cogestão carcerária, ou seja, a cogestão prisional compartilhada entre Estados
e a Iniciativa Privada, efetivamente é uma opção viável para promover a
humanização dos presídios através das Parcerias Públicas-Privadas (PPP),
poderemos ter assim, a tão sonhada reintegração social dos detentos como
esperado pelo contribuinte.
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