quinta-feira, 18 de agosto de 2011


A participação da mulher na política

            Exerço uma intensa militância política desde a minha adolescência, sempre percebi que os espaços políticos são ocupados na sua grande maioria pelo gênero masculino, ou seja, são poucas mulheres que se dedicam a mergulhar no universo da política, um território totalmente masculino.
            Sempre defendi a participação das mulheres nesse espaço masculinizado, pois acredito que sejam mais sensíveis as causas populares, uma enorme capacidade de unir pessoas em torno de seus ideais, facilidade na execução de projetos, de articular ações rápidas em torno de anseios maiores da sociedade e quando exercem cargos de poder, são raras as exceções, as mulheres que se envolvem com prática de corrupção, tema tão presente no cenário político dominado atualmente pelo homem.

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            O primeiro homem a trazer a mulher para o universo da política que até então era dominado apenas por homens, foi o presidente Getúlio Vargas, quando convocou uma Assembléia Nacional Constituinte em 03 de maio de 1933 e que contou com a participação de uma mulher em sua elaboração. Esse acontecimento só foi possível, devido ao primeiro pleito eleitoral regido por um novo Código Eleitoral promulgado por Getúlio em fevereiro de 1932.
            Assim, a primeira mulher eleita deputada federal no Brasil foi a médica paulistana Carlota Pereira de Queirós. A política entrou em sua vida durante a Revolução Constitucionalista de 1932, quando o Estado de São Paulo rebelou-se contra o governo provisório de Getúlio Vargas.

Carlota Pereira de Queirós

            A deputada Carlota organizou um grupo de 700 mulheres para dar assistência aos feridos em conjunto com a Cruz Vermelha. Além de prestígio, esse trabalho garantiu a ela uma vaga na Assembléia Nacional Constituinte, sendo empossada em novembro de 1933. A sua atuação parlamentar foi marcada pelo primeiro projeto sobre a criação de serviços sociais no país. Após a promulgação da nova Carta, em 1934, elegeu-se novamente, mandato que exerceu até a decretação do Estado Novo e o fechamento do Congresso Nacional por Getúlio Vargas, em novembro de 1937.

Bertha Lutz
          
             O eleitorado paulistano sempre foi generoso com as mulheres, a paulistana Bertha Lutz indignou-se com a publicação de artigo maldoso dizendo que as brasileiras não iriam sofrer nenhuma influência da luta pelos direitos femininos na Inglaterra. Ela que acabara de voltar da França como bacharel em Ciências na Sorbonne, respondeu com a sugestão de se criar um movimento de luta pelos direitos femininos. Essa ficou na primeira suplência, com a morte do titular, veio assumir a cadeira de deputada federal em 28 de julho de 1936, mas com o advento do Estado Novo em novembro de 1937, põe fim a sua experiência.

Luiza Erundina

            Desde a década de 1980, o cenário da política brasileira começou a se desenhar com novos contornos, ou melhor, com contornos femininos. Pois mulheres como Lúcia Braga, Nadja Palitot, Luiza Erundina, Marta Suplicy, Roseana Sarney, Vilma Faria, Rita Camata, Lídice da Mata, Kátia Abreu, Heloísa Helena, Patrícia Saboya, Luciana Genro, Vanessa Grazziotin, Sandra Cavalcanti, Ana da 8, Suely Aragão, Glaucione, Milene Mota, Lúcia Tereza, Jaqueline Mesquita, Elis Regina, Mariana Carvalho e para preencher a minha galeria de celebridades femininas,  finalizo com a Ministra Gleisi Hoffmann e a presidente Dilma. E você mulher, que acabou de ler essas pequenas linhas, vai ficar fazendo o que ai parada?  Acredite, chegou a sua vez!
Ministra chefe da Casa Civil Gleisi Hoffmann e a presidente Dilma Rousseff

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