domingo, 27 de novembro de 2011

Comemorei e não morri, para alegria de uns e tristeza de outros!

Crédito da foto: Imã foto Galeria

            Venci os supersticiosos, como já tinha escrito, comemorei meu aniversário antes da data e não morri. Mais mesmo assim, foi especial a passagem pela data, pois Deus nos reserva grandes surpresas. Nesse dia, ele me guiou para Nova Mamoré e Guajará-Mirim, região de fronteira que tenho pelo lugar, uma verdadeira e grande paixão.
            A fronteira foi meu berço em Rondônia, me adotou e logo me apaixonei. Não tenho vergonha de declarar esse amor pela cachoeira do Ribeirão, pelos encantos proporcionados pela Serra dos Parecis, pela história da Estrada de ferro Madeira-Mamoré cravada no Distrito de Iata e na Vila Murtinho. As lendas desde os ides da colonização, dos tempos dos descobridores, da chegada dos jesuítas, da passagem dos sertanistas, das aventuras dos bandeirantes e por fim, dos pioneiros que aqui fizeram a sua história e ajudaram fazer a história do lugar.
            Também tenho que declarar o meu amor aos encantos da natureza quando se encontra as águas do Rio Beni com as águas do Rio Mamoré, transformando-se no berço do Rio Madeira. Não posso deixar de contar o quanto vale conversar com os mais velhos, estes nos leva a uma viagem pelo tempo, contando histórias fascinantes da vida nos seringais.
            Tenho que reafirmar e parabenizar aqueles que um dia sonharam em possuir um pedaço de chão, plantar, colher, criar e tirar o sustento da família. Esses são os desbravadores heróicos que vieram para o assentamento Sidney Girão, agigantando Nova Mamoré.
            Meu amor pela diversidade cultural da região é tão grande, como diz Roberto Carlos em suas canções. A gastronomia é marcante, tem farinha, saltenha, feijão, bolo de arroz, macaxeira, batata-doce, melancia, banana, cupuaçu, castanha-do-pará, biribá, jaca, milho cozido, pupunha, buriti, cocada, tamarindo, vatapá, pirarucu a casaca, caldeirada de peixe, galinha picante e os famosos costelãos.
            O lugar é multicultural, se brinca o carnaval com os Baladeiros em Nova Mamoré, mais também tem carnaval fora de época de Guajará-Mirim. As festas juninas se alongam até julho e o maior duelo da fronteira, fica entre os Bois Malhadinho e Flor do Campo.
            Meus olhos fixam nas habitações do lugar, nos traços culturais, na miscigenação e nos monumentos históricos erguido por aqueles que ali chegaram primeiro. A minha mente tenta traçar uma linha entre o apogeu e decadência de Guajará-Mirim, a cidade pérola do Mamoré. Fico matutando, procurando de respostas, meu espírito se transfigura nas almas que tem um sonho em comum, ver novamente o Guajará acordar da letargia que está vivendo e voltar a andar.
            O dia 23 de novembro de 2011 foi marcante para mim, senti a falta da companhia do meu filho Luíz Renato. Mais tive o primeiro parabéns dado por Neto Lins e ainda desfrutei da companhia do meu grande amigo Jair Montes e do nosso escudeiro Frank, substituindo no amigo Sidney. Chegando a Nova Mamoré, não deixei de ter o abraço e o puxão de orelha da Maria do Socorro.  Os conselhos e a mão amiga de Zé Renato da EMATER. O carinho dos funcionários do Banco do Brasil, dos servidores da prefeitura e de muitos amigos que abracei pela rua.
            O dia se tornou mais especial quando almocei na tradicional Peixaria Macaxeira em Guajará-Mirim, na companhia do meu amigo-irmão Renato e sua esposa Tatiane. Também tive o privilégio de ter em nossa mesa, um dos homens que mais admiro pela sua inteligência, coragem e história de vida, professor Dorosnil e sua esposa, a quem rendo a minha homenagem final. O dia todo foi marcado por felicitações, não parava de chegar mensagens, telefonemas e recados nas redes sociais. Nossa, tenho que agradecer a Deus por tanto carinho recebido por tantos amigos que por um momento pensei que não se lembrariam de mim.

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