sexta-feira, 13 de janeiro de 2012

A tal felicidade


         Desde meados do ano passado, a palavra felicidade passou a ser tema de vários debates internacionais, inclusive na ONU (Organização das Nações Unidas), que através de uma resolução e um calculo matemático visando cria critérios no intuito de medir o nível de felicidade dos povos.
         Segunda a ONU, a “felicidade interna bruta”, que está sendo popularizada como “FIB”, não tem nada haver com o Produto Interno Bruto (PIB) em si. Mais afirma que a partir da riqueza material do país e dos seus cidadãos, pode-se medir o grau de felicidade. Considerando que a riqueza ajuda, mais não seria o parâmetro ideal para determinar que o povo de um país rico seja mais feliz que o povo de um país pobre, uma avaliação muito relativa e contraditória de tal condição de valor.
         Não acredito na hipótese que o individuo tenha que ser rico para alcançar a felicidade, pois com a experiência de vida acumulada, já vi pessoas com tão pouco, serem mais felizes do que as pessoas que possuem muito. A minha crença consiste que a felicidade é proveniente da riqueza de espírito a partir da fé, da saúde plena, do amor, da cumplicidade e como afirmava Arthur Schopenhauer: “a nossa felicidade depende mais do que temos nas nossas cabeças, do que nos nossos bolsos” e “raramente pensamos no que temos, mas sempre no que nos falta”.
         Com base no pensamento humanista, o PIB de um país como fator relevante para determinar a felicidade, logo se torna subjetivo diante de tais adjetivos acima. Pois tal resolução da ONU tentando sensibilizar as nações a criar um ambiente de felicidade em favor do seu povo, está muito distante do concreto a ser feito, principalmente nos países pobres, que a maioria da população vive em condições de extrema pobreza ou de miséria absoluta.
         Para as bandas de cá, o Senador Cristóvão Buarque (PDT/DF) tenta mudar o preâmbulo da nossa Carta Magna a partir da emenda constitucional (EC/19), tentando incluir a palavra “felicidade” a partir da seguinte redação: “a felicidade como um direito social”. Algo bem difícil de cumprir, portanto, mais uma letra morta diante de tantas que existem na nossa Cata Maior e não observada pelos três poderes que harmonizam a existência do nosso Estado.
         A primazia maior de fazer as pessoas felizes de uma nação é proporcionar o bem-estar social a partir de uma boa divisão de renda e sublimar a geração de emprego e renda, dando dignidade ao seu povo. O grande Victor Hugo afirmava que “a suprema felicidade da vida é ter a convicção de que somos amados”. Sendo assim, é preciso que os nossos governantes comecem amar de verdade o povo que governa, proporcionando um ambiente de felicidade a casa de seus governados e, por fim, proporcionar alegrias das famílias.
         A felicidade é um sentimento simples, sem percebê-la e valorizar, pode se deixar ir embora. Na verdade, a felicidade consiste na sensação de paz, harmonia e expressada a partir de sentimentos fortes. Assim, seria muito bom que os direitos fundamentais assegurados na nossa Carta Maior chegassem ao ápice das ações dos nossos governantes, pois a verdadeira felicidade de um povo é quando exerce a sua cidadania e, usufruindo dos direitos básicos como saúde, educação, trabalho, segurança e lazer.
         Concluo a minha divagação de idéias lembrando que o Brasil se tornou a 6º economia mundial recentemente e presumo que não devemos cair novamente na demagogia constitucional. Pois, segundo Dostoievski “a maior felicidade é quando a pessoa sabe porque é que é infeliz”. Assim, é preciso o Estado ser o maior realizador da felicidade para o seu povo, sem exceções ou restrições.

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