sexta-feira, 22 de julho de 2011


As 97 velinhas de aniversário do bolo da vovó Elite
               
                A minha avó Elite completa 97 anos de vida neste dia 22 de julho de 2011. A heroína que teve uma vida longa ao lado do meu avô Luíz Pedro e ainda conseguiu colocar ao mundo vinte e um filhos. Vovó Elite é mãe de minha mãe. Nunca escrevi nada para ela, apesar de merecer muito, afinal não é todo mundo nos dias de hoje que tem uma avó que chega a essa idade.
                As recordações são tantas, pois parte de minha infância foi em sua casa localizada as margens da BR. 230, próximo ao quilometro zero da trans-amazônica em frente ao Grupo Escolar Pedro Américo no município de Cabedelo – Paraíba. Além de passar toda semana em sua casa durante o expediente de minha mãe Elisete no antigo posto do INPS, era comum meus pais passar o domingo em Cabedelo por conta de sua casa ficar próximo a praia de Miramar, uma opção de lazer e muita diversão devido à numerosa quantidade de primos e primas.
                Minha avó tinha como prazer fazer enormes panelas de comida, coisa bem típica de nordestino em ter a mesa farta. Lembro-me das caldeiradas de peixes que eram feitas, das postas de peixe ao molho de camarão, do ensopado de caranguejo e marisco, das patolas de siri mole, do feijão de coco e os bolos que minha tia Elenilde preparava batendo a massa na mão, quando já existia a batedeira, minha diversão era raspar com o dedo as sobras da bacia que se batia a massa do bolo, coisas de criança.
                Ficava admirado com a paciência que vovó tinha com aquela quantidade de gente em sua casa, mas claro, todos cooperavam no preparo, nos temperos e nos arranjos da mesa e no lavatório de prato, talheres, copos e panelas. Era comum além da família, outros parentes comparecer pro almoço, além de amigos e vizinhos, um batalhão de gente. Lembro do meu avô Luíz Pedro, em sua simplicidade, ficava a espera do almoço pacientemente, se reservava a duas opções de lazer, ou seja, na mesa jogando baralho sem apostas e rever os amigos no Mercado Público de Cabedelo.
                Mas como disse meu sobrinho Neto Lins: “vovó Elite a partir dos seus cinco anos de idade, sempre dizia que não iria ver essa coisa fofa crescer”. Pois bem, como ele faz aniversário um dia depois de vovó Elite, ambos romperam a barreira do tempo, estão vivos para dar testemunho um do outro. Pois, Neto Lins, filho do meu irmão mais velho Anisberto Lins, já completou 26 anos de vida, já deu um tataraneto de quatro anos de idade a vovó Elite, o sabido Bruno Henrique.
                São muitas as particularidades e boas lembranças de nossa matriarca materna. A principal dela que me recordo em minhas lembranças era o meu avô Luíz Pedro a chamando por Elita, mas já na adolescência descobri que o nome verdadeiro de minha avó era Elite e não Elita como chamava vovô Luíz.
                Mesmo com a distância, ela morando em João Pessoa, não mais em Cabedelo. Ela que desfruta das belezas da praia de Tambaú e que em dezembro de 2010 conheceu meu filho e seu bisneto Luíz Renato, estará reunindo a Família Pereira em seu redor num grande culto evangélico em sua casa. E o melhor, estará apagando 97 velinhas em seu bolo de aniversário. Fica registrada a minha alegria de tê-la viva em nosso convívio e desejo que a medicina avance mais ainda e faça com que ela fique entre nós por muito tempo.

Nenhum comentário: