sábado, 23 de julho de 2011

 
A política em desencanto
            Reconheço que existem vários motivos para qualquer pessoa participar da militância política. Mas também existe muitas razões que levam a pessoa olhar com desconfiança a participação ativa na política. Afinal, todas as conversas sobre o tema sempre leva ao descontentamento com a maioria dos homens públicos que fazem a nossa classe política, desde o de menor representação ao de maior representação.
            As pessoas têm que entender que política não se resume apenas aos períodos eleitorais e que não se resume a “figura do político”. É muito mais do que isso, afinal, o cidadão precisa participar efetivamente da política e ocupar espaços. Pois a militância precisa de mentes novas, com ideais novos e com um perfil de espírito público. Pois ultimamente, estamos nos deparamos com pessoas de perfil duvidoso, ou seja, pessoas que entra na vida política visando promover um projeto pessoal em vez de se lançar num projeto coletivo.
            O noticiário na mídia promove noticias negativas sobre a política, as pautas jornalísticas se resumem todos os dias em mostrar escândalos de corrupção, desvio de recursos públicos, abuso de poder político e econômico, improbidade administrativa, obras inacabadas, ausência do poder público nas comunidades, falta de políticas públicas sérias, mentiras e violência. Nenhuma ação positiva de algum mandatário vem preencher o noticiário como exemplo de bons políticos, entre os poucos que se existe no nosso cenário nacional.
            Recentemente o Blog do Noblat noticiou que o correspondente do jornal espanhol “El País”, Juan Arias, está indignado com os brasileiros porque eles não vão às ruas para manifestar a sua indignação contra a corrupção. A indignação, como se sabe, é um movimento da moda. Dizem que é filho dileto das redes sociais. Substitui o modo tradicional de fazer política através dos partidos ou dos “movimentos sociais” (que na verdade são segmentos sublocados de militância partidária mal disfarçada, pelo menos aqui no Brasil), por uma forma genérica de protesto que consiste em acampar em praças e fazer manifestações em logradouros públicos com objetivos finais ainda pouco claros.
            Nós cidadão comprometidos com a austeridade e a boa fé na política, não devemos perder a capacidade de nos indignarmos, de questionar, de participar dos debates, de escrever, de protestar e de influir nas decisões da classe política que interfere em nossas vidas no dia a dia. Se não fizermos isso, entregamos a nossa esperança de renovação a aqueles que desejam que tudo continue na forma que estar.
            Precisamos nos tornar ativos na militância política, apesar de muitos verem a política como algo em desencanto na ordem do dia. Precisamos nos organizar em associações, movimentos religiosos, partidos políticos, movimentos sociais, organizações não-governamentais, fóruns permanentes de discussão, nas plenárias de representação de classe, do parlamento etc. É preciso estarmos atentos a todos os cenários políticos que nos cercam no nosso cotidiano, bem como expressar nossas opiniões, ou seja, participar dos atos políticos, mesmo sem desejar ser um político com mandato, pois com a participação e influenciando nos debates políticos, muito se pode colaborar para promover reformas profundas que o nosso país precisa.

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