Com
o passar dos anos, as coisas ficam velhas, nós envelhecemos, maduramos e o
passar dos tempos, faz mudar o nosso olhar sobre muitos significados acumulados
da vida. Quando há dez anos vim para Rondônia com o intuito de esfriar a cabeça,
pois como pequeno empresário do ensino privado, fui a falência devido a
recessão econômica imposta nos últimos anos do governo Fernando Henrique
Cardoso a classe média brasileira, que fez aumentar a inadimplência das
mensalidades escolares.
Nesse caso, quem é pequeno que se
parta ao meio!
A princípio não pensava ficar na
querida Rondônia, tinha vindo mesmo de férias. Mas veio a decisão, causando
perplexidade nos amigos que aqui me acolheram para umas férias rápidas e a
minha família na Paraíba.
Sempre digo, Rondônia foi uma mãe para
mim! Deu-me oportunidades e abriu muitas portas. Sou muito grato a essa terra e
a sua gente acolhedora, na grande maioria, migrantes como eu. Não vou com frequência
ao Nordeste, sempre uma vez ao ano para rever a minha família e amigos. Nessas
idas, aproveito para conversar com populares nas feiras livres, com pessoas nos
mercados de peixe, vendedores ambulantes, profissionais liberais e então, descubro
outro Nordeste, bastante diferente de dez anos atrás.
Pois bem, descubro que as obras
públicas de infraestrutura urbana que as pessoas não veem porque estão
enterradas, tem gerado emprego local, fazendo com que melhore a qualidade de
vida da família dos nordestinos, fazendo com que ele não precise abandonar o
seu lugar, a sua família e a sua gente.
Dez anos se passaram! Os nordestinos
hoje tem um emprego assegurado junto a sua família, diferente dos tempos
passados que se precisava migrar para outras regiões do nosso país a procura da
sua sobrevivência, na verdade, como um fugitivo da seca, do fantasma da fome e do
desemprego.
A oportunidade que se gerou no governo
Dilma as camadas mais pobres - tanto nas Regiões Norte e Nordeste de ter acesso
ao ensino técnico profissionalizante, ao ensino superior, as escolas de educação
básica, a transferência de renda, o sonho realizado da casa própria, poder viajar
de avião, comprar seu próprio transporte, mobiliar sua casa, credito disponível
para o pequeno produtor rural e aumento do salário mínimo - mesmo esse ter
perdido parte do seu poder compra, pelos depoimentos, essas mudanças,
garantiram uma vida mais humana ao brasileiro de baixa renda, fazendo com que a
base da nossa pirâmide etária se estreite.
Do outro lado, temos uma Minas
Gerais comparada como alternativa ao eleitor, ou seja, a Minas que foi
governada por Aécio Neves e seu sucessor Anastásia – um ciclo de doze anos e
que agora, rompido ao eleger no primeiro turno, o petista Fernando Pimentel
para governar os mineiros por quatro anos, e ainda, os mineiros fizeram Dilma chegar
em primeiro no primeiro turno nas urnas de Minas Gerais.
Para quem não sabe, Aécio é o governo
da meritocracia, do enxugamento da máquina pública, dos cortes em programas
sociais, da terceirização, da não realização de concursos públicos, da correção
nos rumos da economia, tais correções defendidas por Ermínio Fraga como futuro Ministro
da Economia, significa recessão econômica e menos investimento do estado em
obras públicas de infraestrutura, que são grandes geradoras de emprego e renda,
geradora da empregabilidade e da melhoria na qualidade de vida as camadas de
baixa renda.
A visão que se tem nas palavras de
Aécio é de não proteger a indústria nacional, ele diz que deseja mudar os rumos
dos setores produtivos para gerar riqueza e trabalho, mas não diz como vai
fazer. O mesmo também defende uma ampla privatização do que resta, não sou
contra privatização ou leilão de serviços, mas é preciso dizer o que vai ser desonerado
do estado brasileiro.
Diferente de Dilma, Aécio é bem melhor
de retórica por ser um político profissional. Vem de um berço político, ou
seja, nascido e criado no Solar dos Neves em São João Del Rey, Minas Gerais.
Isso lhe coloca a frente do discurso técnico e didático da candidata Dilma.
Agora, o mais impressionante é que o
Brasil vive uma eleição competitiva, dividindo mineiros e paulistas. Além de um
discurso separatista culturalmente do quem sabe mais, se repetido, se torna
verdade e esse sentimento pode levar a nossa nação a um abismo jamais visito em
toda nossa história.
Ambas as chapas, são encabeçadas por
candidatos a presidentes nascidos em Minas Gerais e seus respectivos vice-presidentes,
são paulistas. A verdadeira política do café-com-leite! Valendo salientar que
Dilma não escondeu durante toda campanha o seu vice-presidente Michel Temer
(PMDB), diferente de Aécio que escondeu o tempo todo o seu vice, o senador paulistano
Aloysio Nunes (PSDB). Fato que pode custar a Aécio a derrota, pois Aloysio foi
o senador mais bem votado na história política do estado de São Paulo.
Portanto, é esperar o resultado das urnas amanhã!