quarta-feira, 17 de setembro de 2014

Um escritor nasce e morre três vezes

Eu nasci há trinta e nove anos atrás na maternidade Roberto Granville localizada no centro de João Pessoa, nas proximidades do Parque Sólon de Lucena, mais conhecido como a famosa Lagoa arrodeada de palmeiras e como ponto de encontro, o tradicional restaurante Cassino.
Quando criança estudei no Educandário Sagrada Família que tinha como diretora a Professora Emília. Boa parte da minha infância foi estudando em tempo integral, ou seja, dividido entre a própria casa da Professora Emília e a escola que ficava na rua detrás. Residíamos em João Pessoa no bairro de Jaguaribe, minha mãe trabalha no posto do INPS de Cabedelo e todo dia precisava fazer um percurso de ida e volta para seu trabalho, o que lhe tomava muito tempo.
Como ela precisava cumprir uma jornada de quarenta horas semanais e como sou o filho caçula de três, tinha que ficar em tempo integral na escola, mas como não tinha, o tempo se dividia com acolhida da Tia Emília. Minha memória até o presente momento é marcada por boas lembranças desse tempo de inocência de criança.
A minha imaginação crescia a cada descobrir das letras na alfabetização, até o dia que levei uma reguada da professora por trocar o “n” pelo “m” antes de p e “b” no famoso ditado de antigamente em sala de aula. Desse momento em diante, não acompanhei mais a turma na escrita, apenas na leitura e na retórica.
Minha mãe me fez repetir a alfabetização devido ao baixo rendimento que apresentei nesse ano escolar. No retorno as aulas, eu tinha uma nova professora e tudo aconteceu tão rápido, que logo fui promovido para série seguinte e pude ficar na companhia dos coleguinhas da minha turma anterior.
Na minha adolescência, quando estudando no Colégio Arquidiocesano Pio XII, redescubro o prazer em escrever nas aulas com o professor João Condado. Mas chegando ao Colégio 2001 Cepruni, com o episódio do cancelamento da minha matrícula devido à militância na política estudantil, morre novamente o homem que brinca com as letras.
Quando me tornei aluno do saudoso professor Euno Lucena, mendei toda minha tristeza embora do meu coração e voltei a escrever com fé, alegria e ousadia. Com Euno, aprendi a lição de escrever para que as pessoas simples pudessem fazer a leitura, interpretar e refletir.
Tudo sempre foi muito difícil para mim, mas a esperança por dias melhores esteve todo tempo presente no meu coração através da fé.  Nos momentos de dificuldade, nunca deixei a tristeza me sufocar totalmente, Pelo contrário, deixei que a felicidade sempre dominasse a minha alma. Até hoje, ninguém conseguiu calar a minha voz, me convencer de deixar de acreditar que amanhã é outro dia e os tantos sofrimentos tem dia e hora para acabar. Por isso, levanto o olhar pra ser feliz, bato no peito e mando sempre a tristeza embora!

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