Eu nasci há trinta e nove anos atrás
na maternidade Roberto Granville localizada no centro de João Pessoa, nas
proximidades do Parque Sólon de Lucena, mais conhecido como a famosa Lagoa
arrodeada de palmeiras e como ponto de encontro, o tradicional restaurante
Cassino.
Quando criança estudei no Educandário
Sagrada Família que tinha como diretora a Professora Emília. Boa parte da minha
infância foi estudando em tempo integral, ou seja, dividido entre a própria
casa da Professora Emília e a escola que ficava na rua detrás. Residíamos em
João Pessoa no bairro de Jaguaribe, minha mãe trabalha no posto do INPS de
Cabedelo e todo dia precisava fazer um percurso de ida e volta para seu
trabalho, o que lhe tomava muito tempo.
Como ela precisava cumprir uma jornada
de quarenta horas semanais e como sou o filho caçula de três, tinha que ficar
em tempo integral na escola, mas como não tinha, o tempo se dividia com
acolhida da Tia Emília. Minha memória
até o presente momento é marcada por boas lembranças desse tempo de inocência
de criança.
A minha imaginação crescia a cada
descobrir das letras na alfabetização, até o dia que levei uma reguada da
professora por trocar o “n” pelo “m” antes de p e “b” no famoso ditado de
antigamente em sala de aula. Desse momento em diante, não acompanhei mais a
turma na escrita, apenas na leitura e na retórica.
Minha mãe me fez repetir a alfabetização
devido ao baixo rendimento que apresentei nesse ano escolar. No retorno as
aulas, eu tinha uma nova professora e tudo aconteceu tão rápido, que logo fui
promovido para série seguinte e pude ficar na companhia dos coleguinhas da
minha turma anterior.
Na minha adolescência, quando
estudando no Colégio Arquidiocesano Pio XII, redescubro o prazer em escrever
nas aulas com o professor João Condado. Mas chegando ao Colégio 2001 Cepruni,
com o episódio do cancelamento da minha matrícula devido à militância na
política estudantil, morre novamente o homem que brinca com as letras.
Quando me tornei aluno do saudoso professor
Euno Lucena, mendei toda minha tristeza embora do meu coração e voltei a
escrever com fé, alegria e ousadia. Com Euno, aprendi a lição de escrever para
que as pessoas simples pudessem fazer a leitura, interpretar e refletir.
Tudo sempre foi muito difícil para mim,
mas a esperança por dias melhores esteve todo tempo presente no meu coração através
da fé. Nos momentos de dificuldade,
nunca deixei a tristeza me sufocar totalmente, Pelo contrário, deixei que a felicidade sempre dominasse a
minha alma. Até hoje, ninguém conseguiu calar a minha voz, me convencer de deixar
de acreditar que amanhã é outro dia e os tantos sofrimentos tem dia e hora
para acabar. Por isso, levanto o olhar pra ser feliz, bato no peito e mando sempre
a tristeza embora!
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