terça-feira, 31 de maio de 2011

Patrícia Braga, a persistência por uma vida
                Há poucos dias tive a notícia do falecimento de Patrícia Braga ocorrido em 23 de maio do corrente ano. Ela filha do ex-governador Wilson Braga e da ex-deputada federal Lúcia Braga, a quem tive a oportunidade de conviver politicamente por uma década em João Pessoa, que é a terra do Sol, capital da pequenina Paraíba.
                Todos na Paraíba sabem que o casal Wilson e Lúcia Braga nasceram para ser pai de coração, nosso Deus deu a ambos o dom da oratória e a humildade franciscana para realmente serem pai de coração não apenas dos filhos de adoção, mas de muitos filhos que adotaram na trajetória política por eles desenhadas em favor de programas em favor da promoção social e resgate dos que viviam em situação de extrema pobreza, localizado nos bolsões de miséria, tanto nos grandes centros do Estado, bem como nos médios ou até mesmo nos mais pequeninos lugares. Não importava a onde, o Governo do Mutirão tinha que está lá, assistindo ao pobre.     
                O casal Wilson e Lúcia Braga sempre foi rotulado como políticos paternalistas, clientelistas e populistas, mas os homens conscientes e sensíveis aos que vivem em dificuldade ou em situação de pobreza ou extrema pobreza sabe o que significa uma mão amiga estendida.
                Se minha lembrança não falhar e minha mente fiel aos fatos, o Casal Wilson e Lúcia Braga perdeu o seu primeiro filho em 2007. Seu nome era Marcelo Navarro Braga, acredito que já estava na casa dos 40 anos e tive a oportunidade de fazer política ao seu lado na militância da Juventude Socialista do PDT e na Força Jovem, movimento que predominou entre os jovens da capital e que levou Chico Franca (prefeito) e Emilia Lins Freire (vice-prefeita) a vitória frente da Prefeitura da capital do Estado da Paraíba. Desconheço a causa morte de Marcelo, mas tenho boas lembranças quando nos fins de tarde nos encontrava-nos na Rádio Sanhauá.
                Agora, o Casal Wilson e Lúcia Braga vem novamente a sofrer a perca de um filho. “Só quem sabe a dor de enterrar um filho é uma mãe e um pai”, já dizia minha avó materna Elite e já a minha avó paterna Cícera, preferiu a depressão e morrer em seguida quando descobriu que minha tia Alaíce estava com câncer. Nos momentos que tive com minha avó que não foram raros para levar ao banho, eu dizia, vovó reaja, precisamos da senhora vivíssima para continuar a nos ensinar sobre a vida. Ela logo me respondia que não suportaria e nem tinha nascido para enterrar um filho ou uma filha.
                Todos na Paraíba sabem da luta que travou nos últimos 20 anos pela vida, da persistência e do amor dos seus pais com a recuperação de sua saúde. Fico com o testemunho da minha amiga Fabiana Feitosa Bezerra, que deixou o seguinte depoimento a Patrícia: “Com o passar dos anos, torna-se difícil lembrar a beleza e a vitalidade de alguém que se encontra tetraplégica há mais de 20 anos. Porém, é difícil esquecer alguém que sempre teve tanta sede de vida, como Patrícia. Ha sorrisos inesquecíveis e pequenos charmezinhos de mocinha que a muitos encantaram. Cabelo encaracolado, curtinho, malhando, gostando de praia, de dirigir, de dançar, de amar… - Eu me lembro de você assim… - Lembro também de como seus pais a amavam e cuidavam – apesar de todos os compromissos políticos e todos os projetos nos quais estavam envolvidos. Lembro quando eles lhe trouxeram para Houston, buscando uma maneira de tratar, quem sabe até curá-la com os avanços tecnológicos médicos. Mas, você apenas movia seu dedo polegar. Foi difícil vê-la assim, tão presa e tão imóvel… Outras pessoas talvez tivessem partido bem antes – não só por falta do apoio familiar e medico que você foi abençoada em receber, mas também pelo desespero do espírito. Ao contrario, você lutou até o fim, apesar de todos os limites impostos pelo seu corpo depois do acidente ha mais de 20 anos. Bem, Patrícia, eu imagino e espero que você esteja correndo, brincando e sorrindo no céu. Espero que seus pais tenham esse consolo, esta certeza – para que assim seja menos difícil suportar sua ausência.  Saudades. Paz. Esperança por esta nova vida que você principia, por esta vida eterna e em liberdade”. Faço do depoimento da Fabiana, as minhas palavras e rendo as minhas homenagens a Patrícia e o casal Wilson e Lúcia Braga.

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