sábado, 2 de abril de 2011

Na poltrona ao lado
            Tenho que concordar com o mais novo colunista da Revista TAM nas nuvens, o Bruno Pesca, que tem a Economia como profissão, o surf como esporte favorito e gostar de se aventurar percorrendo países em guerra. Lendo seu primeiro artigo na citada revista, o mesmo afirma que viajar de avião pode ser um ato recorrente em sua semana, ou pode ser um grande evento em sua vida. Além que os pensamentos que surgem vendo o mundo do alto podem mudar sua trajetória.
            Toda vez que sento a poltrona do avião e afivelo o sinto, já comprimento quem esta ao lado e desejo uma boa viagem, é apenas o começo de longas conversas no trajeto que o avião irá realizar. Desses instantes de idas e vindas, percorrendo trechos de vôo a vários destinos do nosso país, seja missão particular ou em atividade política, conquistei alguns amigos ou mesmos conhecidos. Desses amigos ou conhecidos sempre surgem histórias fantásticas de ambos os lados e logo em seguida surge à troca de e-mail e o convite nas redes sociais para firmar um novo convívio de amizade.
            Já conheci diversas pessoas, das mais diversas áreas, mas uma me chamou atenção nessa minha vinda a capital federal para participar de mais uma convenção partidária, mesmo sendo em um dia de sábado e num vôo bate e volta, por conta de compromissos assumidos para o domingo, afinal, poderia visitar vários amigos que existe em Brasília, mas o tempo tem pressa em Rondônia.  No 3595 da empresa aérea TAM, conheci o jovem de 19 anos, que já possui o Ensino Médio e com apenas 19 anos já tem a profissão de soldador.
            Perguntei onde ele trabalhava, o mesmo me respondeu que trabalhava na construção da Usina de Santo Antonio e que teria sido recrutado pela Odebrecht, estava indo visitar a família em Ipatinga, que fica a uma distância de aproximadamente 210 km de Belo Horizonte e seu relevo compreende a mesorregião do Vale do Rio Doce e tem aproximadamente mais de 200 mil habitantes.
            O jovem Wender brilhou os seus olhos quando perguntei sobre sua cidade, este logo tratou de construir um cenário descritivo de como seria Ipatinga, desde os encantos de suas cachoeiras, do Lago da Usipa, da região rica em aço e ferro, por isso a cidade é a sede da Usiminas, além de possuir várias outras indústrias ao seu redor por esta situada na Região Metropolitana do Vale do Aço e por ela passar a Estrada de Ferro Vitória a Minas.
            Fiquei perguntando sobre Ipatinga, Wender ainda foi mais longe ao afirmar que sua cidade tem um grande potencial turístico cultural, histórico e natural. Afinal, é por lá os melhores acessos para a Serra dos Cocais, localizada na cidade vizinha de Coronel Fabriciano e para o Parque Estadual do Rio Doce, situada entre os municípios de Timóteo, Marliéria e Dionísio.
            No embalo da conversa, o mesmo perguntou-me onde teria arrumado tanta paciência para ler um livro tão grosso e foi nesse instante que ensinei a ele a técnica ensinada pelo meu pai, que por coincidência era Economista como o Bruno Pesca que o citei no inicio. Expliquei a ele que devemos reservar uma página para o primeiro dia de leitura. Já no segundo dia de leitura, devemos ler apenas duas páginas, no terceiro dia, três páginas e assim sucessivamente até chegarmos de oitenta a cento e vinte páginas por dia. Pronto, essa seria a fórmula para uma boa leitura e vencer um livro tão grosso que estava em minhas mãos segundo o jovem soldador Wender da cidade mineira de Ipatinga. O comandante da aeronave interrompe a nossa conversa avisando que iria preparar-se para pouso e logo sem seguida, cheguei ao meu destino, Brasília, cidade lúdica atualmente para os nossos congressistas e os que fazem uso da toga.

Brasília, 02/04/2011.

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