quarta-feira, 17 de fevereiro de 2016

O telefonema que Laerte Queiroz não lembra!

O presente texto faz parte das minhas lembranças no exercício do poder como presidente estadual do Partido Humanista da Solidariedade (PHS) em Rondônia. Portanto, vou narrar um telefonema que o prefeito-madeiro Laerte Queiroz agora no PMDB, não deve lembrar. Então, vamos aos fatos.
Sinceramente, me casou surpresa o madeireiro Laerte Queiroz se lançar candidato a deputado estadual nas eleições de 2010. Mas segundo fontes, o então candidato a governador Expedito Júnior que disputava o governo pelo PSDB naquela época, conseguiu convencer o madeireiro Laerte a ser candidato pela legenda tucana.
O então candidato ao cargo eletivo de deputado estadual, o madeiro Laerte Queiroz, neófito em política, conseguiu atrair para si, apoio de lideranças políticas tradicionais em âmbito local - no município de Nova Mamoré: sua principal base eleitoral. Além de apoios importantes no município de Guajará-Mirim e distritos que tinha ou tem, atividade madeireira como sua principal atividade econômica.
Mas vale salientar que na disputa proporcional nas eleições gerais de 2010, o PSDB concorreu sem coligação, ou seja, foi cristalizado pelas lideranças políticas de outras legendas. Nesse caso, os candidatos ao cargo eletivo de deputado estadual das outras legendas, não conseguia enxergar reais chances de competitividade e de vitória com dois deputados candidatos a reeleição pela legenda tucana.
Desse modo, o neófito em política Laerte, estava disputando sua primeira eleição com tucanos de densa plumagem.    Mas o madeiro Laerte contava com variáveis favoráveis a uma candidatura se tornar possivelmente vitoriosa.
Portanto, Laerte contava com seu próprio poder econômico, apoio de lideranças políticas locais e empresariais do setor madeireiro da Região de Fronteira, por fim, o apadrinhamento político do então candidato tucano Expedito Júnior (PSDB) ao governo do estado de Rondônia.
Porém, certo dia, estando eu em Porto Velho, faltando 15 (quinze) dias para o término da eleição de 2010, os jovens líderes políticos de Nova Mamoré, Allen Cleiton, Alessandro Negão e Jânius Cleiton, me telefonaram e terminamos nos encontrando na recepção do Hotel Central – localizado atrás da rodoviária da capital.
Os três queriam saber se o colégio eleitoral de Nova Mamoré e Guajará-Mirim conseguiriam eleger dois deputados estaduais? Ou seja, si a candidata a deputada Ana da 8 pelo PTdoB e o candidato Laerte Queiroz pelo PSDB seriam eleitos naquele pleito eleitoral? De imediato, disse que Ana da 8 seria eleita mediante a três fatores. Primeiro, a filiação partidária – escolha do partido; segundo: a coligação partidária, e por último, a visibilidade que sua campanha ganhou durante o processo eleitoral.
Quanto ao candidato Laerte, expliquei aos jovens que Laerte detinha de fatores favoráveis para uma candidatura vitoriosa como já mencionando. No entanto, ao contrário de Ana da 8, Laerte errou na escolher do partido e, para tornar ainda mais difícil a sua possibilidade de vitória, a legenda se lançou isolada naquela competição eleitoral.
Por sua vez, fui categórico em afirmar ao jovem Alem Cleiton que trabalhava na coordenação de campanha do candidato Laerte, que esse estava embolado com os dois deputados tucanos que buscavam a reeleição, ou seja, Jean Oliveira e Euclides Maciel. Na seqüência, ainda tinha nesse cenário, a ex-prefeita Mileni Mota de Rolim de Moura. Daí, fiz uma projeção que ele poderia ficar entre a primeira ou segunda suplência.
Mas me virei para os jovens e disse: “Eu acho interessante, Nova Mamoré e Guajará-Mirim, eleger dois deputados estaduais de uma única vez, seria um feito histórico”. Então, relatei o seguinte: “Allen, mesmo faltando apenas quinze dias para o término da competição eleitoral, eu conheço algumas lideranças que estão ‘soltas’ em alguns municípios do interior”. Nesse sentido, afirmei que estaria aberto ao dialogo para ajudar na costura dessas alianças, pois ficaria faltando mil votos para Laerte ser eleito deputado estadual.
Continuamos a conversa, até que o jovem Allen Cleiton se distanciou de nós por um tempo, em seguida, veio com telefone celular na mão e disse: “Presidente, por favor, fale aqui com seu Laerte!”
Ao pegar o telefone, cumprimentei o então candidato Laerte, elogiei sua coragem de ser candidato pelo PSDB e narrei para ele a minha análise política em torno da sua primeira disputa a cargo eletivo. Me coloquei a sua disposição para fazer os contatos em torno de alianças que lhe garantisse os mil votos que lhe faltaria para ser eleito deputado estadual.
Por fim, o silêncio do outro lado foi quebrado com a seguinte frase: “Herbert, muito obrigado pela sua intenção em nos ajudar, vou levar a proposta ao meu grupo político, caso eles decidam pela sua ajuda, entro em contato com você!”. Depois não nos falamos mais, as eleições terminaram, Laerte Queiroz obteve 10.710 (dez mil, setecentos e dez) votos, no caso, faltaram 811 (oitocentos e onze) votos para ele ser eleito deputado estadual. Nesse caso, quem perdeu foi a Região de Fronteira, em especial, Nova Mamoré e Guajará-Mirim.

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