quinta-feira, 21 de junho de 2012

A Porto Velho Real ou Ideal?

           
           Lendo e relendo as fontes bibliográficas da nossa história regional, a capital Porto Velho se destaca como uma cidade que vivenciou intensamente os vários ciclos econômicos vividos por Rondônia e, na atualidade, a nossa capital figura como personagem principal de um novo ciclo econômico desencadeado com a construção das Usinas do Rio Madeira.
            As grandes cidades sempre foram modelo ideal de atração para as populações rurais e de outros centros, estas migram motivadas pela esperança e pelo sonho de deparar-se com um cenário que possibilite suprir as necessidades sociais e econômicas que almejam. Sendo assim, surge a periferia em volta da cidade, bolsões de miséria a partir da grande concentração populacional, formando uma franja urbana carente de infraestrutura básica urbana que venha garantira sensação de bem estar social aos seus moradores.
            O processo de urbanização de Porto Velho foi mais intenso a partir da última década, pois foi a capital que mais recebeu recursos do Programa de Aceleração do Crescimento idealizado pelo Governo Federal, bem como das compensações sociais das Usinas do Madeira. Portanto, visualizando os oito anos passados, temos uma cidade real bem distante da cidade ideal. Pois, percebemos que a nossa capital Porto Velho não teve seus espaços urbanos modificados substancialmente visando melhorar a vida de quem mais precisa.
            O dinheiro veio para se fazer o muito, mais esse muito pouco foi feito. Na verdade, falta esclarecimento a população onde foram investidos tantos recursos captados. Pois se percebe através da leitura dos relatórios das obras possivelmente realizadas e dos indicadores socioeconômicos, que a nossa cidade carece de planejamento e seriedade na execução de políticas públicas com que venha resolver a melhoria nas condições de moradia, educação, saúde, transporte, saneamento, coleta de lixo, espaços de lazer e criação de emprego e renda.
            Dessa forma, a cidade sem planejamento e políticas públicas sérias aplicadas, caminha para o descompasso do crescimento desordenado, comprometendo o processo de ocupação do espaço geográfico originalmente natural. Esse descompasso na verdade, compromete o modelo de cidade ideal, ou seja, vislumbrado a partir da melhoria da qualidade de vida da população do espaço habitado e de um desenvolvimento urbano alicerçado na sustentabilidade ambiental.

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