domingo, 17 de outubro de 2010

O Desafio da Juventude Brasileira

A juventude Brasileira de hoje encontra-se totalmente confundida por este sistema econômico que lhe foi imposto, restando-lhe, como única alternativa de melhoria de vida. Então, o grande desafio dos jovens é lutar por uma sociedade mais justa, pondo fim a todas as formas de exploração pela política econômica do FMI.
Sabemos que, durante o Regime Militar, não só a sociedade, mas o país também passou por grandes mudanças. Essa mudança estrutural da sociedade brasileira foi possível graças à grande expansão e modernização industrial devido ao intenso crescimento urbano. Com o Golpe Militar, a juventude ficou praticamente sem nenhuma atuação política, pois tornou-se parte de uma sociedade amordaçada, oprimida e reprimida, sendo assim, posso afirmar que os jovens de ontem, que lutaram pelo fim de todas as crueldades impostas pela Ditadura Militar, não souberam preparar seus filhos, a juventude de hoje, para enfrentar o presente e o futuro.
Uma juventude que poderia proporcionar mudanças significativas para atual realidade em que o nosso país se encontra mergulhado numa profunda crise política e econômica. Na verdade, a juventude de hoje refere-se a uma decepção quanto à maneira como o Brasil foi conduzido no passado e a uma violenta revolta contra o modo pelo qual é dirigido no presente por uma classe política totalmente corruptível.
A juventude está cada vez mais vulnerável aos nossos valores culturais. Mudou inteiramente o seu comportamento social, ou seja, uma juventude “americanizada”, alienada, com maneiras irrealistas de pensar, agir, viver, etc.
O jovem deve procurar resolver os seus problemas, na maioria das vezes, com o uso de drogas, o alcoolismo, fumo, pegas etc. Mas toda essa situação recai sobre os pais, que deveriam identificar a juventude como futuros dirigentes da nossa nação. Precisamos urgentemente promover situações que mobilize a juventude a lutar por uma nação livre, sem injustiças sociais, se é que queremos mudanças ao velho “Brasil Novo”. 
Mas, na verdade, estas transformações e situações quem deveria proporcionar era os pais conjuntamente com seus filhos, lutando pelo resgate da nossa cultura própria, pondo fim à imposição cultural de costumes feita pelos países desenvolvidos, especialmente “EUA”, como também os nossos meios de comunicação (Globo), que são os maiores veículos de transmissão de idéias, pensamentos e dos interesses dos “Donos do Poder”. Como a própria psicanalista Ana Freud afirmou que, “É normal para a juventude se comportar de maneira inconsciente e não-previsível. Lutar contra seus impulsos e aceitá-los; ter vergonha de reconhecê-los perante outros e querer conversar com eles, identificar-se e imitar os outros enquanto procura uma identidade própria. O jovem é idealista, artístico, generoso e pouco egoísta como jamais o será novamente, mas também é o oposto, egoísta, calculista, auto-centrado”.
Então, urge que, nossos pais percebem a responsabilidade que cabe a eles, que é a de procurar nos orientar a lutar pelo fim desta ditadura econômica imposta a nós pelos países imperialistas e ao modelo desta atual sociedade cheia de preconceitos e, aparentemente burguesa, estabelecendo como principal compromisso o resgate da maioria dos jovens de níveis diversos de pobreza, miséria, prostituição e marginalidade.

Herbert Lins de Albuquerque
Estudante do Colégio Pré-Universitário - CPU
Publicado no Jornal O Combate,
 João Pessoa, de 02 a 08 de agosto de 1992.

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