O
mundo passou por grandes mudanças nos últimos anos devido a Revolução Técnico-Científica-Informacional.
Tal previsão foi feita pelo geógrafo Milton Santos, por sua vez, essa revolução
silenciosa provocou e vem provocando grandes transformações nos modos de vida
na atualidade.
Desde
o passado, a sociedade tinha se habituado a conviver com as máquinas
barulhentas da Revolução Industrial. Entretanto, com as mudanças que ocorreram
e estão ocorrendo, requer da sociedade contemporânea, apressar o passo pra
acompanhar a velocidade da revolução tecnológica imposta pelo capital.
Vivemos hoje no mundo virtual dos
computadores, da realidade virtual ou da terceira dimensão que nos bombardeia a
cada instante com uma infinidade de informações de todos os lugares do mundo. Diante
desse quadro, nos perguntamos: como organizar e selecionar tantas informações
como fonte de saber para nossa vida e construção do nosso conhecimento? Vamos procurar
ser sucinto na resposta mediante nossa inquietação.
A geração brasileira foi educada
durante o século XX para viver numa sociedade industrial. Entretanto, a geração
atual dos países desenvolvidos foi preparada para viver numa sociedade do
conhecimento. Portanto, existe um desafio enorme para ser superado a passos
largos pelos países emergentes como Brasil, Rússia, Índia, China e África do
Sul – BRICs.
Diante desse cenário mundial, os líderes
políticos precisam perceber que não vivemos mais no mundo do trabalho exibido
no filme “Tempos Modernos” do cineasta e diretor de cinema Charlie Chaplin. Por
sua vez, o mundo que vivemos hoje é de bens intangíveis, ou seja, é um bem que
não conseguimos segurar na mão, por exemplo, o software é um bem intangível.
Nesse limiar, os produtos da
indústria cultural – cinema, música, televisão, internet – mídias sociais,
aplicativos, mundo dos negócios - consultoria, formação continuada - cursos de
aperfeiçoamento, e outros, são bens intangíveis. Portanto, estamos vivendo num
mundo que o conhecimento passa a ser um fator de produção, ou seja, passa a ser
mais importante do que terra, trabalho, capital, energia e matéria-prima.
Nesse contexto de globalização, três
transformações importantes contribuem para reabrir discussões teóricas sobre o
capital – riqueza e valor, conhecimento – bem intangível, e natureza –
apropriação e esgotamento. A primeira consiste na generalização em escala
planetária de um modo de desenvolvimento produtivista devastador. A segunda diz
respeito ao conhecimento, esse cada vez mais importante no processo produtivo.
Por conseguinte, a natureza é indispensável para qualquer produção de valor
econômico.
Durante a sociedade industrial, o valor
era calculado pelo trabalho – energia, para produzir o produto. Entretanto, na
atualidade, o valor recai sobre o conhecimento agregado ao produto que está
sendo produzido por conta da revolução das tecnologias da informação e da
comunicação. Essas variáveis estão integradas ao conhecimento como um fator
decisivo para a criação de riquezas. Dando origem ao que podemos chamar de
capitalismo “cognitivo”, “economia do conhecimento”, “economia da informação”
ou “economia do imaterial”, assumindo o lugar do antigo capitalismo industrial.
Por sua vez, os recursos da natureza
são finitos, porém, o recurso do conhecimento é infinito, ou seja, quanto mais
se usa, mais se multiplica. Nesse caso, o conhecimento é uma riqueza infinita e
as leis básicas da economia não são aplicáveis a esse recurso. Dentre elas para
ilustrar, a teoria da escassez.
A lei que vale para o conhecimento
como fonte de recurso é a da oferta. Desse modo, quanto mais compartilhar, mais
conhecimento eu tenho. Diferentemente da sociedade industrial que tinha como
base a competição. Portanto, a competição
industrial é capaz de destruir um país para subtrair dele uma matéria-prima ou
retardar seus passos em direção ao conhecimento. Por exemplo, o Iraque, a Irã e
a Síria no passado e no presente.
Ainda no presente, temos o jogo
armado no pacífico entre as potências mundiais para destruir as sociedades do
conhecimento que surgiram no Japão, Coréia do Sul e nos Tigres Asiáticos. Dessa
forma, os países desenvolvidos não desejam que outros países avancem a passos
largos em direção ao conhecimento.
Assim,
estamos vivemos uma mudança de era e isso assusta as pessoas, ou seja, querendo
ou não, as sociedades industriais caminham para o conhecimento. Esse passou a
ser, por sua vez, o principal fator de produção. Todavia, a terra, a energia e
a natureza continuam a exercer o seu papel na economia apesar do deslocamento
do eixo de criação para outros setores de produção e de atividades econômicas.
Dessa forma, a tecnologia cria
indústrias e empresas semelhantes por conta do conhecimento, ou seja, se uma
dessas compra um software hoje, o concorrente pode comprar um similar amanhã –
ambos passam a possuir a mesma ferramenta tecnológica de inovação. Por sua vez,
as pessoas é quem fazem a diferença no mundo do conhecimento.
Diante de tantas informações como
fonte de saber para nossa vida e construção do nosso conhecimento, precisamos
abandonar a visão cartesiana de mundo e passar a enxergá-lo de forma sistêmica
– conseguir pensar o todo, ou seja, desenvolver uma visão global para entender
o ser humano, a natureza e o trabalho.
Portanto, a criatividade vale mais
que a linha de produção e as ideias valem mais que as máquinas. Nesse caso, os
nossos cérebros são as máquinas que precisamos aprender a lidar e os neurônios
são as peças que precisamos manusear. Assim, quem produz conhecimento são os
seres humanos e diante desse mundo acelerado de constante transformação, precisamos
substituir o pensar e realizar pelo refletir, criar e fazer.