A aproximação dos evangélicos com as forças reacionárias no Brasil não é um fenômeno recente, mas desde a década
de 1950 com a chegada dos movimentos missionários evangelistas nas periferias
das grandes cidades e nas áreas rurais do país. Esse movimento de cruzadas evangelistas
resultou na formação de comunidades evangélicas com aculturação dos valores e
ideais ultraconservadores norte-americanos.
O movimento missionário
evangelista forjou uma visão religiosa de mundo carregada de dogmas e posições
políticas de cunhos proféticos, ou seja, a ideia de um “fim dos tempos
apocalíptica” como se fosse uma guerra espiritual do bem contra o mal. O bem
seria representado pelas forças reacionárias com pautas de costumes e não de
ideias, já o mal seria as forças progressistas que representa a “Grande
Perseguição” que a Igreja de Cristo sofrerá antes da “batalha final”.
A pauta política de
costumes das forças reacionárias sempre esteve associada a possível ameaça comunista,
defesa da família, contra a ideologia de gênero, ampliação dos direitos civis a
casais homossexuais, a descriminalização das drogas e do aborto, o “marxismo
cultural”, a militarização da sociedade, dentre outros. As pautas políticas
reacionárias são combatidas por uma linguagem do discurso moralista e puritano.
Esse discurso é
rotineiramente compartilhado nas mídias e redes sociais por perfis de
influenciadores cristãos, conservadores, reacionários, extremistas ou por meio
de perfis falsos. Tais pautas política de costumes também domina o cenário dos eventos
promovidos por igrejas e movimentos evangélicos neopentecostais, com conteúdo
essencialmente antiesquerdista e antiprogressista. Diante do exposto, surge a
seguinte pergunta: como dialogar com esse público alvo tão fortemente engajado
em pautas antiesquerdistas? Até a próxima reflexão.