Mulher de meia idade, Maria estava
sensibilizada na noite de Natal e fez uma introspecção de si mesmo. Logo descobriu
não ser uma pessoa feliz por ter casado com o namorado que não amava, de ter
feito a faculdade que não desejava e de atuar numa área que não a realiza
profissionalmente.
A personagem Maria vive arrodeada de
pessoas e ao mesmo tempo se sente sozinha, por viver num território de emoções
construído por outras pessoas. Ou seja, vivência um espaço que não é seu. Essa
pessoa se transformou num território da vontade dos outros e da satisfação alheia.
Vivendo para corresponder as expectativas das outras pessoas e não de si
própria.
Maria não viveu seu próprio sonho!
Não lhe foi dada a oportunidade por seus pais de viver o sonho que a mesma
tinha para ela. Nesse caso, seus pais confundiram orientação com realização de
si no espelho mais próximo, que foi a filha Maria. Esse tipo de caso não é de
hoje, muitos pais fazem isso, não deixando os filhos descobrirem e vivenciar seus
próprios sonhos.
Por isso, não se deve fazer dos
filhos, territórios de emoções de si próprio, ou seja, invadido, dominado e o escravizando
para sempre. Então, é preciso descobrir o verdadeiro sentido para ser feliz.
Nesse caso, a felicidade deve se acompanhar de amor, sentimento esse que
significa construção, aperfeiçoamento, realização pessoal e viver com qualidade
humana.
Infelizmente, Maria é um personagem
que se deixou ser invadida, é ausente de si mesmo, vivendo uma história que não
é sua, e pior, achando que não dar tempo refazer sua trajetória no mundo
líquido moderno o qual vivenciamos. É correr um risco, mas um risco que se leva
ao verdadeiro caminho da felicidade.
Assim, é preciso está sempre aberto
a ouvir bons conselhos, a receber a luz que iluminará os caminhos que se deseja
seguir. Receber conselhos de pessoas que verdadeiramente nos ama, é possuir um bom
referencial para não continuar vivendo a emoção do outro em si mesmo.
Existem motivos reais para se viver
em plena felicidade, sem se deixar viver a felicidade dos outros. Ter a coragem
de assumir com virtude o recomeço de uma nova caminhada sem estar ausente de si
mesmo. Se permitir a fazer escolhas que não o leve a caminhar em círculos a
vida toda. Então, se faz necessário desconstruir tudo de uma só vez, vencendo a
miséria de não ter vivenciado o seu próprio sonho, por não saber dizer sim
ou não
para si mesmo.