Os
municípios de Guajará-Mirim e Nova Mamoré são municípios localizados na região
de fronteira entre o Brasil e a Bolívia. Esses municípios estão ligados por uma
única rodovia que é a BR. 425, a qual se encontra a décadas abandonada pelo
Governo Federal e esquecida pela bancada federal de Rondônia.
Abertura e pavimentação da BR. 425
se deu no início da década de 1970, culminando com a desativação da Estrada de
Ferro Madeira Mamoré (EFMM). Até então, era a única forma de comunicação da
população que residia em Guajará-Mirim e seus principais distritos, Iata e Vila
Nova do Mamoré, esse último, teve a sua emancipação política no ano de 1988 e
passou a se chamar Nova Mamoré.
Ao fazer uma leitura visual do mapa
rodoviário do estado de Rondônia, logo identificará que a BR. 425 está
localizada fora do eixo da BR. 364, sendo essa última, considerada a espinha
dorsal do estado para o deslocamento de pessoas, comunicação entre municípios e
capital Porto Velho, logística, ligação com os estados do Acre e Mato Grosso, e
por último, tem a função de promover a integração regional do Brasil com os
países fronteiriços sul-americanos.
Há décadas a população local de Nova
Mamoré e Guajará-Mirim convive com o abandono e esquecimento da BR. 425 por
parte do poder público e da bancada federal. O trecho de 142,70 Km segundo o
DNIT, os motoristas se deparam com buracos, ondulações, inexistência de sinalização
adequada e acostamento precário, fazendo com que a noite e em dias de chuva, os
riscos de acidente aumentem.
A situação da BR. 425 se agravou com
as enchentes do rio Madeira por ter sido tomada pelas águas em vários trechos,
inclusive as pontes a época da EFMM que permite o tráfego de veículos sobre os
rios Ribeirão e Araras, ficaram submersa. O tamanho do descaso é tanto, que parece
não existir previsão de acabar com os transtornos e perigos que essa rodovia
oferece aos seus usuários.
Antes do escândalo dos
superfaturamentos de obras no Ministério dos Transportes no ano de 2011,
culminando com a queda do ministro, senador Alfredo Nascimento (PR-AM), se
publicou edital de recuperação da BR. 425 na ordem de R$ 450 milhões. As
máquinas das empresas ganhadoras do certame licitatório chegaram a trabalhar com
a recuperação em trechos dessa rodovia, mas logo tiveram que abandonar os
canteiros de obras.
Novamente a população se viu
frustrada com a paralisação das obras de recuperação da BR. 425, na verdade, sempre
foi um desejo antigo da população dos municípios de Nova Mamoré e
Guajará-Mirim. De nada adianta fazer recapeamento ou paliativos, mas sim,
elevar a rodovia devido a necessidade mediante o espraiamento das águas do rio
Madeira provocado em tempos de cheia devido a construção das UHE de Jirau e
Santo Antonio.
Também é preciso dar uma nova
condição a rodovia através do alargamento de sua plataforma, acostamentos,
sarjetas, bueiras, pontes de concreto em substituição as existentes de metal -
ainda da época da EFMM, sinalização, instalação de defesa metálica e por fim,
duplicação das vias marginais nos perímetros urbanos de Nova Mamoré e
Guajará-Mirim, no sentido de oferecer segurança ao pedestre e ao motorista.
Lembrando
que a memória desse povo que vive abandonado esquecido pelo poder público e
pela bancada federal de Rondônia, não deve perder a memória em tempos de
eleição, principalmente este ano, um ano marcado por eleições gerais para
renovação das bancadas federais, governos estaduais e presidência da República.
Finalizamos afirmando que os municípios
de Nova Mamoré e Guajará-Mirim representa um colégio eleitoral de 33 mil
eleitores quando somados juntos. Portanto, a inexistência de ações concretas,
demonstra com nitidez o desprezo dado pelos que compõe a atual bancada federal
com os municípios dessa Região de Fronteira.
PUBLICADO NA REVISTA PAINEL POLÍTICO - EDIÇÃO DE MAIO DE 2014
PUBLICADO NA REVISTA PAINEL POLÍTICO - EDIÇÃO DE MAIO DE 2014