domingo, 24 de julho de 2011


O peixe Panga
            Ao pegar o Luíz Renato para passar o domingo na minha companhia, coisas de casais separados. Atribuiu o fato as palavras do meu pai, quando dizia que o casamento estava se tornando no mundo moderno uma instituição falida. Assim, ao entrar no carro, o meu guri logo foi perguntando pelo seu primo Neto Lins? Na hora eu lhe disse que estava em casa. Mais uma pergunta surgiu, vamos pra casa pai? Percebi que meu guri não é caseiro. A decisão foi imediata de não almoçar em restaurante, tomei direção a um supermercado para comprar comida pronta. Uma moça muito bonita me abordou e ofereceu um degusto de peixe grelhado, logo me convenceu trazer um pacote para casa do peixe, também é claro, fui à busca dos demais ingredientes aleatoriamente.
            É sabido, que dia de domingo as famílias brasileiras buscam em restaurantes uma alternativa de lazer e como outra opção, confraternizar-se em almoços de família ou na casa de amigos. Mas dessa vez, pensei comigo, vou fazer diferente, afinal, fazia tempo que não dava um treino na cozinha, já era hora de provar ao fogão e as panelas de casa que conseguira praticar a arte de cozinhar como Buiú da Silvana Davys, que serve sua deliciosa feijoada aos sábados e quem sabe, a comidinha da mamãe Elisete.
            Chegando a minha casa descobri fiz uma pesquisa rápida na internet para descobrir que peixe iria comer. O bendito era um peixe Panga que “é cultivado há mais de mil anos no Rio Mekong, no Vietnã, um dos maiores rios do mundo, localizado no sudeste asiático. Há muitos anos, é exportado para mais de 240 nações, entre elas os Estados Unidos, todos os países da Comunidade Européia, Japão, Rússia, Austrália, entre outros”. Procurei uma receita menos complicado, fui no tradicional Panga ao alho e óleo.
            Na cozinha em busca das panelas certas e dos ingredientes de acordo com a receita, percebi a dificuldade do traquejo com as panelas e a combinação dos temperos e demais acompanhamentos que seria necessário, afinal, o peixe sozinho não cairia bem ao paladar, ele seria apenas o pato principal. A cada lance na cozinha, as lembranças vinham a minha mente. Percebi o quanto minhas ex-namoradas Jeanne e Lourdinha se esforçavam para preparar as delicias que eram servidas nos almoços da semana ou de fim de semana.
            Não demorou muito para o arroz, o macarrãozinho, a batata-frita, a saladinha e o peixe ficar pronto, pois contei a ajuda do sobrinho Neto Lins. Enquanto terminávamos o nosso desafio a frente do fogão, um bom vinho já estava gelando. Pronto, chegou a hora de passar por baixo da mesa e colocar o Pingo pra latir, faltou apenas o Louro pra fazer os seus comentários sobre o cheiro da comida. Logo pegamos os pratos e nos servimos no modo de casa de praia, sem muito requinte, ou seja, na beira do fogão fizemos os nossos pratos e lançamos mãos nos garfos e facas. Em seguida, fomos na concordância que a comida estava aprovada, mas logo descartei a idéia lançada por Neto Lins de abrir um boteco de comida caseira e juntos caímos na gargalhada.

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