sábado, 25 de outubro de 2014

O FANATISMO - por Rui Leitão

     O fanatismo se assemelha à burrice. Forte a expressão? Claro que não, é a pura verdade. O fanático age na irracionalidade, julga-se sempre o dono da verdade, é prisioneiro de obsessões provocadas pela falta de discernimento, não mede as consequências no que faz e no que diz.
     Essa manifestação de comportamento é muito comum por motivações de ordem religiosa, política, esportiva, artística, etc. O fervor excessivo na defesa de uma ideia, de uma opinião, de uma causa, ou por qualquer coisa de forma insistente, revela-se um radicalismo. Essa posição extremada de atitude leva o fanático à ausência de ponderação quando se faz necessário, a falta de respeito para com pessoas do seu convívio no dia a dia e o desprezo até do amor próprio.
     O problema é que resistimos a fazer uma autoanálise quando nossos procedimentos assumem a característica do fanatismo. A paixão cega pelo que defendemos e acreditamos nos impede de encontrar a humildade de admitirmos as divergências, o contraditório, os pontos de vista discordantes. Alcançamos um estágio de exaltação exagerada em que nos achamos donos da verdade, senhores da razão.
  O fanatismo é responsável, muitas vezes, pelo cometimento de atos insanos, transtornos mentais, desvio de personalidade. Ter a consciência dos seus sintomas ajuda a frear os ímpetos da intolerância, os impulsos da intransigência, a resistência em aceitar o pensamento contrário. Uma coisa é defender uma ideia, uma causa com entusiasmo, com perfeito conhecimento do que faz, com convicção; outra coisa é deixar que a paixão sobreponha a razão e cause cegueira na visão do mundo, numa ótica maniqueísta de que a verdade, o bem, está no seu pensamento.

• Integra a série de crônicas “SENTIMENTOS, EMOÇÕES E ATITUDES”.


FONTE: https://www.facebook.com/ruicleitao?fref=ts

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