terça-feira, 26 de agosto de 2014

Conversa franca com Alan Marx



Sensacional os diálogos que as redes sociais pode nos proporcionar, são experiências impares. Sendo assim, numa conversa franca com o policial militar Alan Marx pelo whatsap, ele que é como eu, ou seja, filho de um coronel da policia militar, mas em estados diferentes, travamos um verdadeiro debate sobre a humanização e desmilitarização das policias e bombeiros militares.
Primeiramente, meu pai, o Coronel Lins que comandou a briosa Policia Militar do Estado da Paraíba em meados da década de 1980, já defendia a humanização das policias militares, inclusive, defendendo um regimento disciplinar próprio e desvinculação do exército brasileiro. Pois ele enxergava essa subordinação como herança maldita do período da Ditadura Militar.
Cresci ao lado do meu pai, me fazia sempre ao lado dele nas solenidades e no fim do expediente, pois ao sair da escola, caminhava até ao Comando Geral para voltar de carona com ele para casa no horário do almoço. Quando não, almoçávamos juntos no refeitório do Primeiro Batalhão do outro lado da rua. Ficando na sua companhia no segundo horário de expediente no quartel, para que nas brechas do seu trabalho, me ajudasse com as tarefas de matemática, OSPB, história e geografia.
Sendo meu pai economista e marxista, presenciava suas conversas com os coronéis Ramalho, Serpa, Wolgrand, Costa, Marcelino, Alencar, Maquir e tantos outros oficiais comandantes de unidades sobre a necessidade de humanizar, desmilitarizar e fazer da polícia militar, uma policia cidadão. Portanto, a visão do meu pai, é a minha visão sobre a desmilitarização das Policias e Bombeiros Militares, partindo do principio da prática discursiva, pois é muito importante o policial aprender o que é Direitos Humanos.
Na verdade, na cabeça de muitos, ainda é comum pensar que Direitos Humanos servem apenas para defender bandidos, mas não é uma verdade pura. Os Direitos Humanos significa o direito à vida, a integridade da pessoa humana e respeito à vida. É como escreveu Foucault que “quanto mais houver delinquentes, mais haverá crimes, quanto mais houver crimes, mais haverá medo na população, e quanto mais houver medo na população, mais aceitável e mesmo desejável se tornará o sistema de controle policial”.
Defendo muitas ideias para melhorar a vida do policial militar, colocar em prática os avanços que vi meu pai colocar quando comandante geral logo no fim do regime militar no país. Essas ideias irei discutir até o fim da campanha com muitos policiais militares. Pois segundo pesquisa da Escola de Direito da Fundação Getúlio Vargas (FGV) de São Paulo, com questionários aplicados ao todo, mais de 21 mil policiais civis, militares e federais de todo o país, 73,8% concordam com o fim da subordinação da PM e do Corpo de Bombeiros ao Exército.
Finalizo afirmando que no Congresso Nacional, tramita a PEC 51 de autoria do meu conterrâneo, senador Lindbergh Farias (PT-RJ), que propõe a desmilitarização das Policias Militares do nosso país. Assim, estaremos trabalhando conjuntamente para aprovação e propondo ideias que venha tornar a policia tradicional, numa policia cidadã.

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