quarta-feira, 25 de junho de 2014

BR 425: a rodovia do abandono e do esquecimento


     Os municípios de Guajará-Mirim e Nova Mamoré são municípios localizados na região de fronteira entre o Brasil e a Bolívia. Esses municípios estão ligados por uma única rodovia que é a BR. 425, a qual se encontra a décadas abandonada pelo Governo Federal e esquecida pela bancada federal de Rondônia.
   Abertura e pavimentação da BR. 425 se deu no início da década de 1970, culminando com a desativação da Estrada de Ferro Madeira Mamoré (EFMM). Até então, era a única forma de comunicação da população que residia em Guajará-Mirim e seus principais distritos, Iata e Vila Nova do Mamoré, esse último, teve a sua emancipação política no ano de 1988 e passou a se chamar Nova Mamoré.
   Ao fazer uma leitura visual do mapa rodoviário do estado de Rondônia, logo identificará que a BR. 425 está localizada fora do eixo da BR. 364, sendo essa última, considerada a espinha dorsal do estado para o deslocamento de pessoas, comunicação entre municípios e capital Porto Velho, logística, ligação com os estados do Acre e Mato Grosso, e por último, tem a função de promover a integração regional do Brasil com os países fronteiriços sul-americanos.
    Há décadas a população local de Nova Mamoré e Guajará-Mirim convive com o abandono e esquecimento da BR. 425 por parte do poder público e da bancada federal. O trecho de 142,70 Km segundo o DNIT, os motoristas se deparam com buracos, ondulações, inexistência de sinalização adequada e acostamento precário, fazendo com que a noite e em dias de chuva, os riscos de acidente aumentem.
     A situação da BR. 425 se agravou com as enchentes do rio Madeira por ter sido tomada pelas águas em vários trechos, inclusive as pontes a época da EFMM que permite o tráfego de veículos sobre os rios Ribeirão e Araras, ficaram submersa. O tamanho do descaso é tanto, que parece não existir previsão de acabar com os transtornos e perigos que essa rodovia oferece aos seus usuários.
    Antes do escândalo dos superfaturamentos de obras no Ministério dos Transportes no ano de 2011, culminando com a queda do ministro, senador Alfredo Nascimento (PR-AM), se publicou edital de recuperação da BR. 425 na ordem de R$ 450 milhões. As máquinas das empresas ganhadoras do certame licitatório chegaram a trabalhar com a recuperação em trechos dessa rodovia, mas logo tiveram que abandonar os canteiros de obras.
    Novamente a população se viu frustrada com a paralisação das obras de recuperação da BR. 425, na verdade, sempre foi um desejo antigo da população dos municípios de Nova Mamoré e Guajará-Mirim. De nada adianta fazer recapeamento ou paliativos, mas sim, elevar a rodovia devido a necessidade mediante o espraiamento das águas do rio Madeira provocado em tempos de cheia devido a construção das UHE de Jirau e Santo Antonio.
     Também é preciso dar uma nova condição a rodovia através do alargamento de sua plataforma, acostamentos, sarjetas, bueiras, pontes de concreto em substituição as existentes de metal - ainda da época da EFMM, sinalização, instalação de defesa metálica e por fim, duplicação das vias marginais nos perímetros urbanos de Nova Mamoré e Guajará-Mirim, no sentido de oferecer segurança ao pedestre e ao motorista.
     Lembrando que a memória desse povo que vive abandonado esquecido pelo poder público e pela bancada federal de Rondônia, não deve perder a memória em tempos de eleição, principalmente este ano, um ano marcado por eleições gerais para renovação das bancadas federais, governos estaduais e presidência da República.
   Finalizamos afirmando que os municípios de Nova Mamoré e Guajará-Mirim representa um colégio eleitoral de 33 mil eleitores quando somados juntos. Portanto, a inexistência de ações concretas, demonstra com nitidez o desprezo dado pelos que compõe a atual bancada federal com os municípios dessa Região de Fronteira.

PUBLICADO NA REVISTA PAINEL POLÍTICO - EDIÇÃO DE MAIO DE 2014

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