quarta-feira, 11 de setembro de 2013

Hoje serei breve nas palavras...

 
           Hoje serei breve nas palavras, tentarei errar menos ao escrever, uma forma de aliviar a angústia que ainda sinto visando superar as dores psicológica que sinto na alma e no espírito da violência acarretada do espaço vivenciado na prisão em decorrência da "Operação Apocalipse". Lembrando, não desejo e nem quero me passar por coitadinho!

            Após o encontro que tive com Deus na prisão, percebi o quanto foi importante para mim vivenciar tal dor, pois entendi a necessidade de sofrer tal angústia e dor. Descobrir que nos lastimamos muitas vezes achando que não somos ninguém, achamos que em nada representamos para as pessoas que verdadeira nos amam, até mesmo, por instante que somos esquecidos. Estamos enganados, quando temos uma morte social igual a prisão, descobrimos que é por isso que o mundo não é desabitado.

            Ao sentir o gosto da liberdade, posso afirmar e reafirmar que Deus é grande na sua infinita sabedoria, tão grande que não tive vontade de esconder-me, de sumir e quem sabe, assumir atitudes de fraqueza, pelo contrário, a ousadia, a coragem, a determinação e fé, traços do meu perfil, jamais poderia mudar minhas atitudes de enfrentar as adversidades como devem ser enfrentadas nessa nova caminhada sobre o olhar de muitos como se fosse um delinquente criminoso.

            Basta! Compreendi que o desabafo de antes, era na verdade uma válvula de escape da insensatez quando a deixamos dominar a nossa mente. Por isso, muitas vezes causamos dores aos nosso semelhante e quando não, deixamos marcas na alma e corações feridos.

            Não devemos ser distraídos e omissos com as nossas dores, mesmo que nossos infortúnios seja o grande termômetro de brandura dos nossos sofrimentos. Cada dia que se passa depois da prisão,  como se teve julgamentos antecipados, das alienações escritas, pensadas, publicadas e compartilhadas, quem se comportou dessa maneira só esqueceu de uma coisa: Ver a trave que existe nos seus olhos! Não pense que houve incomodo para mim, apenas serviu para aumentar a minha confiança em Deus, fortalecer a minha fé, aumentar a minha lucidez quanto a tudo que vivenciei em sessenta e cinco dias no cárcere mediante a minha responsabilidade moral dos fatos imputados.

            Agora sei o quanto sofreu meu pai quando vivenciou a sua prisão política durante a Ditadura Militar. Hoje entendo os seus sentimentos de angústia e dor quando trava poucos diálogos para comigo! Só não sei se nossas dores se tornaram iguais? Apenas sinto que estou vivo e o seu sentimento está vivo em mim para não permanecer parado, calado, silenciado, amordaçado como bem ensinou o meu pai, o Cel. Lins: "ficar ai parado em nada adianta e não é a melhor saída"!

            É preciso ter muita coragem para perguntar a sociedade rondoniense sobre os meandros da "Operação Apocalipse" quanto a materialidade do crime, ou seja, um ano e meio de escuta telefônica, de investigação, com isso, não se deu um flagrante de carregamento de droga! Cadê os aviões, as balsas, os caminhões que transportavam o carregamento de 100 kg por semana da suposta droga? Vou mais longe, cadê as filmagens das transações semelhante as filmagens da Operação Termópilas quando se tem a nitidez nas imagens das caixas de dinheiro sendo entregues? Será que houve prevaricação dos investigadores quando deixaram de fazer o flagrante pelo extenso tempo de investigação?

            Na verdade, nossas mentes não devem ser manipuladas, pois tanta droga assim, até as vésperas da referida operação sem que haja apenas um único flagrante ao suposto tráfico de droga colocado pela polícia de governo de um Estado policial, representaria a apreensão aproximadamente de trinta toneladas, ou seja, quantidade maior que o cartel de Medelín! Bem, não sejamos tão burros, pois hoje vivemos na era da informação digital, das redes e não mas do rádio, portanto, que a notícia chegava manipulada aos ouvidos do povo como no passado e no presente quando as elites é capaz de tudo pela manutenção do poder, exploração e dominação das massas trabalhadoras.

            A todos que escreveram tais linhas com julgamentos prévios, sugiro que estudem com profundidade o inquérito montado por essa policia de governo, desse Estado Policial e descubram a importância de se ler o livro Crime e Castigo escrito por Dostoievski. Por fim, não sejamos alienados como querem e desejam a todo custo esses ébrios pelo poder!

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