quarta-feira, 6 de março de 2013

Dedicação, sorriso e carinho...

         
       Logo que recebi a ligação da minha cunhada Márcia, me dando a triste notícia do falecimento de Tia Gertrudes, que carinhosamente no seio familiar, a chamávamos de Tia Geo. As lágrimas se fizeram presentes nos meus olhos.
Não poderia ser palavras diferentes, para intitular esse pequeno texto dedicada a minha tia Gertrudes, que nos deixou para o plano celestial, atendendo um chamamento de Deus.
Tia Geo era uma fortaleza de mulher e firme nas palavras. Não tinha o trabalho como obrigação, mas como satisfação, durante toda a semana, dava conta dos pontos da Mercearia Suprilar estabelecidos nos Mercados Públicos de João Pessoa. A dedicação ao esposo, aos filhos e netos. O carinho de seus abraços e a sua elegância, abrilhantada com a sua simplicidade, marcava a sua presença em todos os ambientes.
         Com a notícia, minhas lembranças divagaram em cenas que marcaram a minha infância, adolescência e fase adulta na presença de Tia Geo, principalmente, nas visitas que fazia em sua casa no tradicional Bairro de Tambauzinho, na companhia de meus pais ou sozinho.
            Quando tia Geo não se encontrava na cozinha preparando seus biscoitinhos, doces e lanche da tarde, estavam muito bem sentadas no terraço de sua casa com vista pra rua, fazendo seu ponto em cruz na companhia de vovó Cícera, sempre rezando o seu terço com intenção a todos familiares e pessoas queridas já falecidas.
            Logo sentava ao seu lado, a prosa seguia nas lembranças de sua infância em Serra Redonda e histórias vividas com os irmãos. Orgulhava-se quando se referia a vovô Anisberto e suas histórias, enfatizando sempre o seu exemplo de vida como homem trabalhador e de palavra. Em todas as ocasiões, repetia a frase do meu avô Bertinho, que dizia: “um homem é medido por sua palavra”.
  Nas prosas da tarde, quando não era em sua cozinha americana ou no terraço, Tia Geo me piscava o olho e mudava a história que estávamos conversando, de pronto, vovó Cícera se metia na conversa, essa que sempre reclama da vista e da audição, afirmava que a história estava sendo contada errada, remendava de imediato. Tia Geo olhando pra mim, dando um leve sorriso no rosto, claramente, a retribuía sem que vovó percebesse.
            Tia Gertrudes, sempre foi uma mulher virtuosa, com muito carinho e dedicação, cuidou de vovó Cícera até os seus últimos dias de vida. Com muita generosidade, também cuidou de seu esposo Félix até o dia de sua morte. Tia Geo sempre foi o lastro da família para os filhos. Não só cobrava os estudos dos filhos, mas dos sobrinhos e afilhados. Tinha satisfação em dizer as pessoas que todos os filhos eram bem estudados.
           Tia Geo apenas nos deixou boas lembranças que ficarão marcadas na nossa memória e aqui registro a minha singela homenagem.

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