terça-feira, 8 de janeiro de 2013

Os sabores produzidos da terra amazônica


Passei alguns dias vivenciando o cotidiano das pessoas que vivem a margem esquerda do Rio Madeira, essas pessoas compõem o cenário da Zona Rural de Porto Velho. Foi uma experiência fantástica, sentir a mistura do perfume da floresta, confundido com as plantações cultivadas pelo homem que sobrevive da terra amazônica.
Fiquei encantado com aquele povo que transformou sua esperança em realidade, sentimento nítido no seu olhar por ter um pedacinho de chão para construir sua casinha, pra plantar e pra colher o seu sustento.
O silêncio do lugar era quebrado pela revoada das maritacas, das araras, dos pássaros, do mugido do gado, do ronco dos porcos, do cocoricó das galinhas, do reco-reco dos patos, das carreiras das cotias em meio às estradas, assustadas com o som produzido pela modernidade dos cavalos mecânicos.
As únicas serpentes que pude ver ao meio da rica floresta e densa foram às águas dos igarapés, com o encanto de seus contornos e as espécies de plantas que nascem e brotam as suas margens, completando o cenário de encantos e magia existente na natureza.
No ambiente, pude provar e saborear pela primeira vez, o paladar do Ingá-cipó, fruto do ingazeiro, árvore frondosa muito presente na localidade e na Região Amazônica. O fruto é macio e de sabor adocicado, que alimenta pássaros, insetos, animais variados e para o homem da Amazônia, é mais um passatempo do que um alimento.
 Fiquei assustado a ouvir o depoimento das pessoas que habitam o local e ajudaram a construir o cenário do assentamento rural Joana D’Arc, esses, depois de tantos anos de luta, malária e preparo da terra para receber suas primeiras sementes que servem de alimentos e sustento, agora, vivem amedrontados pela violência das águas da barragem da Usina de Santo Antônio e do roubo constante de suas criações, ficando impunes os meliantes não identificados por falta de policiamento na localidade.
É preciso que as autoridades constituídas, enxerguem aquele povo que ali estão se sentindo abandonados, pois as ações de governo e do próprio Consórcio da Usina de Santo Antônio nada representam, mediante as carências existentes da comunidade, da ausência das políticas públicas por parte do Estado e Município de Porto Velho, e dos impactos sócios ambientais produzidos pela barragem da Usina Hidrelétrica de Santo Antônio.

Um comentário:

Maria Cristina Victorino de França disse...

Herbert, como sempre, presente e atuante. Vou ficar esperando você postar fotos. Parabéns pela experiência. Abraços mil