quinta-feira, 15 de setembro de 2011

Uma rua com meu nome
            O ano de 1992 foi um ano de grande virada para mim, ou seja, sai da adolescência para a fase adulta em passos largos. Foi o ano que tive o reconhecimento de muitos amigos que comigo militava no movimento estudantil em João Pessoa e depois na Juventude Socialista do PDT, mais conhecida por JS-PDT.
            Nesse ano eu tinha apenas 17 anos, não poderia ser candidato a vereador da capital paraibana, porém, fomos ajudar a construir a candidatura de alguém que tinha sido o líder da Força Jovem do PDT na campanha de 1990 para o governo do Estado, no qual perdemos com o nome de Wilson Braga para o então candidato Ronaldo Cunha Lima do PMDB.
            Tudo acertado, a militância da JS-PDT foi buscou o nome do jovem e acadêmico de direito, Marco Antonio Cartaxo Queiroga Lopes como candidato a vereador. A militância da JS-PDT que tinha como líderes Sandro Sidney, Romualdo Vasconcelos, Márcia Henriques, Yuri Paulino, Kellynha, Fabiana Borges, Fernandinho Bronzeado, Edgley, por fim, nosso nome e tantos outros que me fogem a memória.
            Ninguém acreditava na possível candidatura e vitória de Marco Antonio para vereador. Sempre falava que aqueles jovens idealistas jamais conseguiriam tal proeza. Nesse momento me recordo do encontro que tivemos numa lanchonete, depois de um comício com o radialista Cardivando de Oliveira, seu programa era líder em audiência na capital. Este o tempo todo se desfazendo do nosso candidato, foi ai que soltei a língua e o perguntei quantos votos ele e Marcos Antonio faria nas urnas nas eleições de outubro. O radialista Cardivando de pronto jogou um balde de água fria em todos, afirmando que já era vereador e seu trabalho a reeleição renderia mais de mil votos, quanto a Marco Antonio não chegaria a quinhentos votos.
            No outro dia quando cheguei à Casa da Juventude, ou seja, no nosso comitê, encontrei todos desalojados, tristonhos e de baixo astral. Logo provoquei todos e disse que não poderia nos render as frases negativas proferidas pelo concorrente do mesmo cargo e no mesmo partido. Faltavam quarenta e cinco dias e precisávamos dobrar a nossa carga de trabalho, logo montamos um mapa de tarefas e as dividimos para serem executadas com muita determinação e disciplina.
            O tempo passou e o dia da eleição chegou, Marco Antonio, um jovem de 21 anos, que representava a base jovem do PDT, o candidato de um ideal coletivo e da rebeldia brizolista e fruto de uma luta diuturnamente, a meia noite da contagem das urnas, estava eleito vereador de João Pessoa com mais de mil votos e o radialista Cardivando de Oliveira, também do nosso partido, teria tirado uma votação fechada de apenas quinhentos votos.
            Assim, Marco Antonio eleito foi diplomado e tomou posse. Não fui trabalhar com ele em seu Gabinete, pois Emília Lins Freire (PDT) tornou-se vice-prefeita e meu pai, o Cel. Lins, foi convidado pelo então prefeito eleito Chico Franca (PDT) a assumir o comando da Guarda Municipal e me pediu para ficar nomeado também na GMJP.
            Um dia Marco Antonio me chamou em seu gabinete e me pediu algumas idéias, ao final da nossa conversa, disse que desejava fazer algo por mim. Diante de todos no gabinete, sorri e disse que iria pedir algo meio patético, mais que teria um sentido num futuro bem próximo. Então lhe pedi que fizesse um Projeto de Lei que colocasse o nome de uma rua da capital com meu nome, todos passaram a dar gargalhadas no gabinete sem parar e Marco disse que não poderia fazê-lo, afinal, nome de rua só se coloca em homenagem as pessoas que já morreram para ganhar os votos da família do morto.
            Mas ele ficou curioso e me perguntou o motivo, logo lhe disse, que homenagens se faz em vida, afinal, todos nós vamos morrer um dia, nada melhor que morrer já com as homenagens feitas e no caichão levar a riqueza das boas lembranças. Nesse instante todos passaram a refletir a minha linha de pensamento. Afinal, quantas grandes obras públicas levam nomes de autoridades. Pois um dia, se conquistarmos algum mandato representativo, renderia homenagens em vida e os que encabeçariam a primeira lista, seria Júlio Viana, Paulo Roberto Matos, Beto Anísio, Jair Montes, Reinaldo Rosa, Renato Pinto, Dorosnil Alves, João da Cruz, Dona Dina, Assis Oliveira, José Renato e Socorro Soares, Rosângela e Mauro Clímaco, Ricardo Sá, Ellem Barbosa, Dileno Costa, Zuleide, Abraão, Messias, Francisco Fabrício, Neri, Valdique, Larissa, Jackson, Auzenir, Cleber Oliveira, Professora Terezinha, Gualberto, Silvio, Thiago Tezzari, Vilma, Marcelo Barbosa, Miguel Rocha, Fabiano da Caxeta, Tássia, Cleber Nunes, Alessandra e Fábio, Marlene e Dionisio, Josefa Teixeira, Joana, Roseane, Rafael e Lucas, Fátima e Oziel, Ednéia, as irmãs Vilma e Landa, Alessandro Scheffer, Mário Neto, Mário André, Madhalena Ferreira, Dante Ribeiro da Fonseca, Hugo Grangeiro, Fabiano Coutinho, Marcélio Brasileiro, Jaime Gazola e tantos outros que merecem estar aqui, mas ficaria chato e interminável a lista.

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