sexta-feira, 30 de setembro de 2011

Pensando o exemplo da possível humanização da Briosa Polícia Militar


                         
           Com a notícia do desatino de um sargento da Polícia Militar de Rondônia contra sua família, levando a morte a sua esposa e deixou ferida a sua enteada após descarregar a sua arma de fogo num ato de fúria. Comentei a notícia em vários sítios eletrônicos da capital, me solidarizando com a família enlutada e afirmando que meu pai enquanto em vida, tinha sido oficial da Briosa Polícia Militar do Estado da Paraíba.
            O Cel. Lins no exercício de sua profissão como oficial da PM/PB teve a oportunidade de comandar quase todos os Batalhões existentes no Estado da Paraíba. Sempre procurei ouvir atentamente tudo sobre suas histórias, essas contadas por praças e oficiais com quem ele conviveu e até mesmo das nossas conversas por mim provocadas durante seus momentos com a família.
            Ele não foi só um oficial que ali estava para cumprir missão ou expediente de trabalho, ele foi um homem que comandou a PM da Paraíba sem pedir a qualquer político ou por indicação da classe, na verdade, ele foi indicado por comerciantes e empresários da capital, a época, representados pelo empresário Abelardo Azevedo, este proprietário da maior empresa de transportes coletivos urbanos de João Pessoa, a ETUR.
            A justificativa usada por Abelardo Azevedo junto ao ex-governador Wilson Braga e o governador Milton Cabral (proprietário do ex-Banco Econômico) para fazer meu pai comandante geral, foi o trabalho que ele vinha realizando a frente do comando do 1º BPM, este responsável pelo policiamento da capital e que em seu comando, os números de criminalidade, bem como os crimes de pistolagem ou desaparecimento de pessoas (os crimes do mão branca), caíram vertiginosamente.
            O Cel. Lins não sofreu resistência de sua indicação perante a tropa e os oficiais, a resistência maior foi dos Generais da Caserna que não queria ver um policial militar fichado como comunista nos tempos áureos da Ditadura Militar, este porque quando jovem foi filiado ao PCB, trabalhou na SUDENE com Celso Furtado a seu convite e quando retornou as fileiras da PM/PB, esteve em Cuba.
            Seu maior avalista, ou seja, dos seus atos como comandante geral juntos aos generais para poder assumir o cargo de comandante geral, foi o ex-governador Wilson Braga (Arenista a vida toda) e sua primeira ordem, foi colocar o músico Geraldo Vandré para ensaiar a Banda de Música da Polícia, nesse dia, eu o aplaudi de pé, pois sabia a importância daquela permissão, tanto para meu pai, como para Geraldo, bem como para o processo de humanização da corporação que ele tanto já desenhava para mim em nossas conversas.
            Ainda lembro que no exercício de sua função, o Cel. Lins teve uma visão ao frente de seu tempo. Cresci ao lado dele, vivenciei o processo de humanização que ele implantou a frente daquela corporação e esse exemplo dado pelo mai durante toda a minha adolescência, tenho procurado sensibilizar o Governador Confúcio Moura (PMDB) para desenvolver ações de valorização profissional e humanização da nossa Briosa Polícia Militar do Estado de Rondônia, sabemos que temos homens bem treinados, mas precisamos acima de tudo, homens realizados profissionalmente e com orgulho de usar a farda que veste.
            Sempre que tenho oportunidade, o lembro da necessidade extrema de adotar uma política de valorização dos profissionais que fazem a segurança pública, sem divisões, afinal, segurança pública é um conjunto e só se faz com investimentos em educação, cultura, esporte, lazer, programas sociais e geração de emprego renda, como meta para erradicar a pobreza e o baixíssimo grau de miséria cultural e humana nos bolsões de pobreza existentes em nosso Estado. Infelizmente, a maioria que pertence a nossa classe política fecha os olhos para estes fatos!
            Assim, concluo com muita tristeza quando me lembro do fato, trazido a mim por notícias jornalísticas e me solidarizo com a Dor dessa família, desse sargento da Briosa Polícia Militar do Estado de Rondônia, que por um instante de destempero emocional causou um dano para si e para os que convivem em sua volta, ficando marcado este fato para o resto de sua vida e de sua enteada, que não nova, tornou-se órfão de mãe, é lamentável e nos resta apenas, orar por essas vidas e por quem se foi.

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