quarta-feira, 31 de agosto de 2011

O pacto pela melhoria do sistema prisional de Rondônia
            O governo brasileiro em conjunto com o governo do Estado de Rondônia, apresentou um relatório pautado em medidas que visa reestruturar o sistema prisional de Rondônia.  Durante a sessão da Corte Interamericana de Direitos Humanos (CIDH), da Organização dos Estados Americanos (OEA), em Bogotá, na Colômbia, realizada no dia 25 de agosto de 2011. O Estado de Rondônia representado pelo Governador Confúcio Moura (PMDB), apresentou o documento base, que na verdade trata-se de um pacto histórico e contará com um investimento até 2014, na ordem de R$ 192,5 milhões no sistema prisional do estado.
            No acordo assinado, prevê investimento na construção de cadeias, reparos nas estruturas dos presídios já existentes, contratação e capacitação de servidores e agentes penitenciários. É de conhecimento de todos, que o sistema prisional de Rondônia passou por longos anos sem nenhum centavo de investimentos, ou seja, não muito diferente dos outros Estados da Federação, o sistema prisional apresenta graves problemas estrutural e com a valorização dos servidores públicos que ali prestam seus serviços.
            Em 2002, a Casa de Detenção José Mario Alves, conhecida como Urso Branco, teve uma das mais sangrentas rebeliões já ocorridas no país, que resultou na morte de 27 presos. Em 2004, um motim causou 15 mortes. Depois desses episódios, a CIDH determinou que o Estado brasileiro garantisse a vida e a integridade física aos detentos. A OEA identificou problemas como déficit de vagas, falta de investimento em infraestrutura e número insuficiente de agentes penitenciários, além da ineficiência e morosidade na apuração dos crimes. O documento, elaborado pelo governo federal e estadual, faz parte do cumprimento das medidas provisórias estabelecidas pela CIDH em razão das violações constatadas na Penitenciária Urso Branco.
            Em matéria publicada no Jornal Estado de São Paulo (26/08/2011), a Secretaria Nacional de Direitos Humanos (SDH) informou que o objetivo das medidas adotadas pelo governo é garantir a proteção aos presos, funcionários e visitantes do presídio. Durante dois anos, uma comissão especial da SDH ficou encarregada de avaliar a situação carcerária da Casa de Detenção José Mário Alves da Silva e apurar denúncias de violações aos direitos humanos para posterior elaboração de relatório. Além disso, a comissão também coordenou e monitorou a aplicação das medidas provisionais determinadas pela CIDH. De acordo com o relatório, entre 2004 e 2011, o número de presos na Penitenciária Urso Branco caiu de 1.128 para 780.
            Mas o dia 31 de agosto de 2011 tornou-se uma data importante em minha memória, afinal, tive a oportunidade de presenciar a mediação do conflito entre o Governo do Estado e o Sindicato dos Agentes Penitenciários, pois os mesmo tinham deflagrado uma greve para ter inicio no primeiro dia de setembro do corrente ano por conta dos seus baixos salários. Senti-me como feijão numa panela de pressão, mas mantive a tranqüilidade e a calma o tempo todo durante a reunião que aconteceu no auditório do MP entre Sindicato e o Governo do Estado.
            O secretário de Administração Benedito Alves (SEAD) colocou muito bem a sua fala, apresentou os motivos que levaram ao Governo do Estado em atrasar o Cronograma do PCCS/SEJUS, afinal era preciso primeiro realizar a reunião com a Corte Internacional dos Direitos Humanos e conseguir a aprovação do Plano elaborado para humanização do Sistema Carcerário do Estado de Rondônia, sem isso, nada adiantaria fazer, pois fugiria da realidade do que foi apresentado pelo Governo em Bogotá – Colômbia. Metas a partir de agora que o Governo teria a cumprir com o sistema prisional. Ainda em sua fala, apresentou a proposta do governo quanto à dilatação do prazo até 30 de setembro do corrente ano para apresentação do PCCS/SEJUS a categoria e a indicação de três nomes do SINGEPERON na Comissão de Redação para acompanhar a evolução da elaboração do mesmo.
            Após tensa reunião, ficou aprovada pelos filiados presentes, a proposta do governo e pelo adiamento da deflagração da greve por trinta dias. Mas tratando o tema de perto, percebi a complexidade do sistema prisional, percebi que o problema da segurança pública com um todo, antes de qualquer coisa, passa por gestão, investimento na infraestrutura e no seu quadro organizacional, ou seja, valorização dos personagens envolvidos, com melhoria de salário, capacitação e qualificação profissional.
            É preciso urgente uma ação integrada a fim de planejar todo o sistema de segurança pública, com foco no que pode ser feito, identificando os erros e acertos a partir da criação de um sistema eficaz de monitoramento e diagnóstico para identificação das falhas, que ofereça respostas rápidas, numa forma de aperfeiçoar progressivamente todo o sistema com medidas inovadoras, através de medidas balizadoras para exercer um trabalho racional e cooperativo, pautando-se pelo caminho do cumprimento de metas e sob uma intensa supervisão crítica da sociedade.
Não vamos enterrar um homem, vamos plantá-lo!
(Parte V)
            A distância entre a capital e o município de Nova Mamoré já não era tanta. A primeira ponte da BR. 425 me deixou ainda mais encantado com a beleza da Amazônia Ocidental. Logo nos aproximamos do Distrito de Araras, antigo garimpo de ouro, com seu desaparecimento, sobrou apenas uma “currutela” de garimpo e no momento, muitos deles estão trabalhando nas madeireiras instaladas ao seu redor, construindo um novo cenário de sobrevivência econômica para o lugar.
            Não paramos, fiquei apenas pela janela do carro observando o lugar, as suas construções, as poucas pessoas sentadas em banquinhos de madeiras improvisados ao longo da BR. 425 no perímetro urbano e aqueles que estavam se dirigindo para casa de vizinhos ou pequenos comércios. Fiquei impressionado com as lagoas ao redor do lugar, sua origem na paisagem geográfica tinha uma explicação e quem logo me deu foi um passageiro que seguia viagem conosco no transporte alternativo.
            Esse personagem que não lembro o nome, logo tratou de nos contar que as tais lagoas teve origem a partir da garimpagem em busca do ouro. Muita terra teria sido retirada, formando enormes crateras, muitos barrancos caíram e matou centenas de pessoas de uma só vez, que foram enterrados em valas comuns sem identificação alguma e que muitas famílias até a presente data, esperam a volta desses que morreram trabalhando e com o sonho de ficar rico a partir das pepitas de ouro.
             O viajante como nós, aproveitou para contar um pouco de sua história de vida, nos relatando que por ali viveu no auge do garimpo. Tinha vindo do Estado da Bahia com a esperança de ficar rico, mas o garimpo é coisa do diabo, é uma falsa riqueza. Você ganha muito, mas também gasta muito pra manter a atividade garimpeira, além da gastança nos cabarés com as mulheres de vida fácil. Como essas mulheres eram poucas para muitos homens no garimpo, os garimpeiros procuravam sempre impressionar as putas promovendo rodadas de bebidas em tais casas improvisadas de diversão próximas ao garimpo.
            Assim, os garimpeiros promoviam grandes farras, gastavam quase tudo que ganhava numa noite só para bancar o maioral entre as putas e procurava sempre deitar com a melhorzinha do ambiente, essas sempre cobravam o cachê mais alto, ou seja, era disputada como galeto em leilão nas festas de Igrejas. Fora aqueles que ficavam apenas olhando e bebendo, se contendo para não gastar e tentar juntar algum dinheirinho para recomeçar sua vida, comprando um lote para investir na compra de gado, na agricultura ou colocar um comércio de varejo em alguma cidade que a atividade madeireira estivesse em efervescência, atividade essa que ajudou a construir muitas cidades, fortalecer a economia local e promover a migração interna, construindo o cenário do arco do desmatamento na região amazônica.
            Logo chegamos à ponte de ferro pertencente ao patrimônio da Estrada de Ferro Madeira Mamoré – E.F.M.M. sobre o Rio de nome Ribeirão, lugar de uma beleza que enche os olhos por conta da sua cachoeira, corredeiras, volume de água perene e a largura do Rio Madeira. O Nando não se conteve, pediu que o taxista desse uma parada na Casa do Doce que fica localizada entre a margem do rio e a Br. 425. Este desejava recordar o tempo que ficou fora em João Pessoa sem degustar as famosas cocadas, iguarias que ficavam a disposição em enormes balaios, três unidas em cada saquinho plástico, tudo na maior higiene.
            Fiquei impressionado na Casa do Doce com tantos sabores diferentes de cocadas, sai comprando todos os sabores, afinal, a variedade de sabores impressionava o freguês. Tinha cocada com castanha-do-pará, amendoim, doce de leite, coco queimado e tantas outras que a memória já me trai. Também tinha o delicioso suco de tamarindo, os diversos salgados e a deliciosa paçoca feita da farinha do buriti ou compotas de variados tipos de doces, inclusive o de buritis e camu-camu.
            No balcão perguntei à senhora que nos atendia, quem fazia as deliciosas iguarias, ela de pronto me respondeu que era ela mesma. Pelo sotaque arrastado, perguntei onde tinha nascido? Ela logo me respondeu que era natural de Patos, uma pequena cidade do interior do Estado da Paraíba. Sorri e me identifiquei como seu conterrâneo paraibano nascido na capital e tava conhecendo o lugar, ou seja, umas férias de apenas vinte dias a convites de uns amigos que estavam estudando em João Pessoa, filho de um paraibano. Terminada a Conversa seguimos viagem para Nova Mamoré.

terça-feira, 30 de agosto de 2011

Coração e Mente, minhas primeiras interpretações!
(Parte IV)

            Terminou a aula, continuava a pensar pelos corredores da faculdade sobre o sentimento que nos leva a lona como um boxeador que vai a nocaute. Fiquei divagando em pensamentos durante todo o caminho que levava até a estrada para pegar o ônibus de volta a João Pessoa, afinal, era 120 km a distância de Guarabira até a capital paraibana.
            Minha mente tentava construir um breve histórico da relação, para localizar os fatos que levaram a esfriar e terminar um relacionamento de amor, que poderia ter se tornado duradouro, com muito carinho, cheio de afetividade e com bases para construir um futuro sólido para ambos.
            Refleti sobre ela, se realmente cada um correspondia ao que ambos desejavam no relacionamento a dois. Fiquei toda a viagem de volta fazendo perguntas a minha mente e tentando responder sem disfarce, se os dois valorizavam o sentimento que um demonstrava pelo outro, com os modos de ser e de agir. Precisava de uma resposta verdadeira quanto a esse relacionamento a dois, se estaria sendo satisfatório aos dois ou apenas para um lado. Se a reconciliação poderia ser construída ou se ficaria esperando uma atitude da parte dela para que adivinhasse meus anseios.
            Todos sabem que o amor esta dentro de nós, em nossa cabeça e refletido em nosso coração. Ninguém, mais ninguém pode avaliar o que nós sentimos, a não ser nós mesmos. Temos que ir até as últimas conseqüências se realmente vale à pena buscar o caminho da felicidade desejada ao lado desse amor. Mais se não for merecedor desse sentimento maior, bem como da grandeza de tentar fazer o outro feliz, então devemos escolher outro caminho e destinar esse amor para quem realmente merece verdadeiramente a nossa dedicação.
            No começo é difícil você esquecer alguém que você tanto ama, é preciso preencher a mente, ou seja, sair com amigos, ler livros, estudar, cair na balada, conhecer novas pessoas, construir um novo ciclo de amizades e cuidar de si próprio. Sabendo que é preciso deixar o tempo passar e tentar apagar as lembranças de tudo aquilo que esteja a sua volta, que possa ou venha provocar alguma lembrança desse amor perdido.
            O remédio único para esse sentimento de perca é o tempo, pois vai chegar uma hora que não tem mais jeito, não vale à pena e não adianta insistir, pois o mundo não vai parar só porque desejamos esquecer alguém. Não devemos parar as nossas vidas e sempre vamos terminar nos arrependendo do tempo perdido.

sábado, 27 de agosto de 2011

Coluna

Falando Sério
Por Herbert Lins*
Com o novo governo da Nova Rondônia, fez surgir novos talentos na política. Nomes que até pouco tempo eram desconhecidos pela população, das lideranças comunitárias, dos servidores públicos e da classe política em geral. Assessores do governo de várias esferas, jornalistas, sindicalistas, deputados estaduais e a grande maioria dos seus colaboradores de sua pasta, até mesmo aqueles que foram contra no passado, o consideram uma “grande revelação da política na área administrativa” do governo da cooperação. Com sua maneira simples e suas ponderações equilibradas, já deu várias demonstrações públicas no uso das palavras, com competência e diálogo para dar solução aos problemas de sua pasta, considerada espinhosa e calo para todos os governantes. Estamos falando do DETRAN/RO e da pessoa do Vice-Governador Airton Gurgacz (PDT), que com muita seriedade vem sabendo conduzir a confiança que lhe foi depositada pelo governador Confúcio Moura (PMDB) na frente daquele órgão.

TAC

Sentaram a mesa em Porto Velho, o Ministério Público, Tribunal de Contas, Governo do Estado, Promotores de Justiça, DETRAN, Secretaria de Saúde, Hospital de Urgência João Paulo II e a SUPEL, para juntos assinaram um TAC (Termo de Ajuste de Conduta).

Inédito

A iniciativa da assinatura do TAC é um ato inédito no cenário político rondoniense. Pois todos os poderes presente a reunião, autorizam o DETRAN a transferirem 30 milhões de reais em 42 meses para as unidades de urgência e emergência da capital, para remediar a situação dos inúmeros acidentes de trânsito e os doentes que se acumulam no Pronto Socorro João Paulo II.

Cadeiras
Ao apagar das luzes do governo passado, chegou ao conhecimento da nossa Coluna, que o DETRAN, licitou e pagou a compra de mil cadeiras em um único dia. E pior, essas cadeiras não foram entregues e a empresa usada, era apenas de fachada, ou seja, não existe mais no endereço da nota fiscal apresentada.
Retórica
A presidente Dilma depois de enfrentar a queda de três ministros e o quarto poderá acontecer ainda este mês. Mudou o tom do discurso! Através de sua nova retórica para definir o governo. Tirando “faxina ética” da pauta, tentando recolocar o governo no rumo do slogan “país rico é país sem pobreza”. Deixando “faxina” ética em segundo plano.
Força I
O partido do Vice-Presidente da República, Michel Temer, perdeu dois ministros (Wagner Rossi, da Agricultura, e Nelson Jobim, da Defesa) e tem um terceiro alvejado por denúncias de corrupção, Pedro Novais (Turismo). O PMDB é um dos dois maiores partidos governistas. Tem a maior bancada do Senado (20, das 81 cadeiras). E a segunda da Câmara (80, dos 513 assentos).
Força II
As denúncias contra o Ministro Pedro Novais atingiram o outro grande aliado do Planalto, o PT (86 deputados e 13 senadores). Algumas das supostas irregularidades no ministério teriam origem na gestão do PT no ministério do Turismo, desde o governo Lula.
Certeza
O eleitor pode ficar atento a movimentação política dos caciques: Expedito Júnior (PSDB), Ivo Cassol (PP), Marinha Raupp (PMDB), Dr. Mauro Nazif (PSB), Garçon (PV), João Cahulla (PPS) e Acir Gurgacz (PDT). Estes não colocarão a prova, os seus nomes como opção aos eleitores da capital nas próximas eleições municipais.
Composições I
O eleitor pode esperar que os quatro maiores grupos políticos hoje no Estado, apresentarão candidaturas a prefeitos da capital. Assim, o deputado Zequinha Araújo (PMDB) seria o mais cotado para ter o apoio do Senador Valdir Raupp (PMDB) e do governador Confúcio Moura.
Composições II
A ex-senadora Fátima Cleide (PT) tentaria unir o PT, que representa em seu todo um grupo político, ao grupo liderado pelo senador Acir Gurgacz (PDT), em torno da sua candidatura a prefeitura da Capital. Na promessa que o seu partido lhe apoiaria na sua reeleição ao senado em 2014.
Composição III
Quanto ao deputado estadual Valter Araújo (PTB), seria o candidato natural do grupo político liderado pelo senador Ivo Cassol (PP). Já o desejo dos quatro vereadores do PV, é atuar nessa eleição apenas coadjuvante. O nome desejado para figurar numa possível indicação para vice-prefeito seria do vereador Jaime Gazola (PV). Fritando o deputado federal Lindomar Garçon (PV), este é presidente regional dos verdinhos.
Perfil
Segundo pesquisas de opinião pública junto ao eleitorado das principais cidades do Estado. O eleitor deseja votar num candidato a prefeito que seja um reformador urbano, um entusiasta do paisagismo, de melhoria nas instalações sanitárias, investimentos em saúde, educação, transporte coletivo, iluminação pública, segurança, acabar com as favelas e por fim, criar uma realidade cosmopolita nas cidades.
Curiosidade I
O governador Confúcio Moura já teria desabafado em seu blog sobre o “fenômeno da desobediência”. Muitos procuram explicações sobre oficiais do governo passado que estão mandando e desmandando na Polícia Militar atualmente.
Curiosidade II
A curiosidade maior fica para o Comandante Geral por ter descumprido as ordens do Governador. Pois o mesmo, não teve forças para aposentar a ex-comandante, Cel. Angelina e mais 35 oficiais. Pois, abriria vaga de promoções aos mais novos que estão à espera da Nova Rondônia chegar até a PM/RO.
Testamento
Devo lembrar que o dia 24 de agosto de 1954 foi marcado pela Carta Testamento, deixada pelo então presidente Getúlio Vargas. O homem entrou para História do país como um grande Estadista. Preferiu tirar sua vida com suas próprias mãos. Acontecimento que reverteu uma situação armada para derrubá-lo e instalar governos repressivos e entreguistas, como os da ditadura militar que tomaram conta da América Latina no passado bem próximo. Pior, ainda tem gente que sente saudades.


A primavera poderá chegar ao Brasil
            Não poderia deixar de tratar um assunto tão importante quanto à primavera árabe. Retomo a discussão em torno do tema, pois o que esta em jogo não é a democracia daqueles países, mas o avivamento do sistema financeiro dos países mais ricos do mundo, estes estão mergulhados numa profunda crise econômica e que precisam urgentemente aquecer as suas economias.
            A cortina que se abre na janela dos países árabes para a democracia e os olhares para um novo horizonte sonhado pela luta armada em favor da liberdade. Vai estar longe de conviver com a verdadeira liberdade. O regime ditatorial que caiu privava o seu povo da liberdade política e agora a esperança consiste em construir um Estado democrático de direito.
            Mas o preço dessa liberdade democrática esbarrará na pior das ditaduras de todas, ou seja, a ditadura econômica. A revolta popular e armada com o fim específico de se implantar a democracia teve um início sangrento, centenas de civis inocentes foram mortos. Entretanto, com essas novas democracias, se iniciaram enormes dívidas desses países árabes com os países ricos, principalmente os EUA, Reino Unido, Itália, França e Alemanha.
            A famosa “ajuda humanitária” tem um único objetivo, que não é a recuperação econômica e nem muito menos a recuperação da infra-estrutura do cenário local, mas o verdadeiro pano de fundo é promover o endividamento de tais personagens com os países que concederam tais “ajudas”. Estes trouxeram de volta o Capitão América. Enfim, não foi só nas telas de cinemas que teve a sua volta, mas também no mundo da realidade.
            A principal moeda de troca usada foi o petróleo para receber as tais “ajudas humanitárias”. Esse foi o custo para conviver numa democracia e com liberdade política. Afinal, é do conhecimento de todos, até mesmo de uma criancinha das primeiras séries iniciais, a importância que tem o óleo negro para mover o mundo. Sendo assim, o subsolo rico desses personagens, trabalharão incansavelmente nos próximos anos para pagar os empréstimos contraídos junto aos “generosos” países ricos.
            Puxando um pouco para nossa seara, os papéis podem se inverter pelas bandas de cá, ou seja, a degeneração da nossa Nova República pode forjar na alma do povo, um sentimento falso de voltar a conviver novamente com uma Ditadura, seja ela civil ou militar, afinal, por mais que o ex-presidente Lula tenha pagado a dívida externa junto ao FMI, o nosso país ainda tem uma economia dependente e um sistema político frágil.
            Tal abordagem do parágrafo anterior, se dar pelo simples fato do nosso país esta caminhado para se tornar um personagem importante na produção de petróleo e requerer a entrada na OPEP. A Petrobras se tornará dentro em breve, a maior companhia do planeta em extração de petróleo. A aceleração da produção na camada do pré-sal até 2015 fará da companhia uma gigante do petróleo.
            A Carta Maior revelou dados curiosos sobre o gigantismo da estatal: “Ela transporta por mês 70 mil pessoas de helicóptero (um estádio do Morumbi). Seu sistema logístico movimenta dois mil caminhões por dia (enfileirados, “medem” 30 km). Responde por pelo menos 13% da arrecadação de impostos de todos os estados (exceto São Paulo). Possui 284 navios (frota maior que a de transatlânticos em cruzeiros pelo mundo, cerca de 200).
            Assim, não esta muito distante a primavera árabe acontecer por aqui, teríamos uma primavera tropical, o “petróleo que é nosso” servira para aquecer a economia mundial futura, podendo forjar um cenário de desenvolvimento econômico ou crise política para o nosso país. A nossa idéia não esta muito distante da realidade, pois ficou provado que os países ricos continuam mandando no mundo. Já os países do terceiro mundo, continuam sendo escravo do seu próprio destino, ou seja, trabalhar para manter o luxo dos ricos.

Porto Velho, a cidade que precisa acontecer!


Preparando a cidade para o tempo das águas

            A cidade de Porto Velho a cada ano que se passa, mais a sua população cresce. Os estudos explicam que quando se tem um crescimento da população, tem-se também, um crescimento natural da paisagem urbana. Gerando cada vez mais, necessidades de investimentos pesados em infra-estrutura.
            Frente a essa problemática da capacidade de investimentos na infra-estrutura urbana, o poder público encontra muitas vezes obstáculos criados no orçamento próprio por conta da escassez de recurso por conta do sistema tributário arcaico que se existe. Então é preciso definir pessoas capacitadas para planejar e elaborar projetos, afim, de alocar recursos para garantir tais investimentos em infra-estrutura urbana.



             Na atualidade, percebe-se que o setor encarregado de serviços urbanos não consegue atender a demanda existente e exigida em relação ao tema. Assim, deve-se passar por uma ampla reformulação de sua gestão, visando garantir tal captação e aplicação de recursos para serem investidos na melhoria da drenagem, pavimentação, novas redes de água e esgoto, criação de espaços de lazer e melhorais urbanas em geral.
            Os trabalhos devem ser ampliados para garantir o embelezamento da cidade, garantir ao morador a elevação de sua auto-estima e este, sentir orgulho por viver em sua cidade, ou seja, fazer de Porto Velho uma cidade melhor de morar e de se viver.



            Mas é preciso chamar atenção para um simples fato, as administrações passam e não consegue atingir o foco principal do problema existente em relação a melhoria do quesito paisagismo o urbano. Pois, caminhar nos bairros mais antigos da capital, é enfrentar obstáculos nas calçadas e ruas. Conviver com os problemas mais sérios de mobilidade. As fotos que ilustram, são poucas diante de tantas que poderiam ter sido lançadas, iguais a elas, existem centenas de pontos iguais por todos os lados.
            Entende-se que o próximo gestor municipal precisa possuir um perfil de grande reformador urbano. Que realize as mínimas coisas, mas que elas representem um embelezamento das ruas da cidade. É preciso que ruas e calçadas passem por grandes investimentos. Principalmente os bueiros, que também são chamados de valetas, sarjetas ou sumidouros.


            As valas que se localizam próximo as calçadas ou vias pavimentadas servem  para escoar as águas das chuvas, ou seja, drenadas pelo meio-fio/lancil. Assim, essas águas desaparecem nos bueiros que se tornan ponto de inspeção para a galeria pluvial, evitando enchentes das ruas e dos imóveis da localidade.
            Lembrando que é de suma importância a manutenção da limpeza das ruas através da varrição e da coleta em dia do lixo, para mentar livre os bueiros ou sargetas de possíveis entupimentos. O morador tem que fazer também a sua parte, pois a entrada de lixo nos bueiros são os maiores responsáveis pelo entopimento da galeria e consequentemente, das ocorrências de enchentes. Mas a prefeitura da capital também precisa fazer o seu dever de casa, sempre dando manutenção, ou seja, fazendo a limpeza períodica das galerias, retirada de areia acumulada, de lixo, concerto e reposição de tampas.


            A cura do espaço urbano, deve ser um desejo comum entre agente público e o cidadão, afinal, não adianta apenas um fazer a sua parte, todos devem se unir por um obejtivo comum, ou seja, em favor das melhorias urbanas que a nossa cidade precisa tão urgente.

terça-feira, 23 de agosto de 2011


Pensando a primavera árabe
            Para uma nova conjuntura se iniciar, a anterior precisa deixar de existir. Assim, com o fim da ordem bipolar mundial, veio a nova ordem multipolar, ou seja, os dois pólos existentes de tensão deixaram de existir e na atualidade, vários pólos de tensão se criaram, uma forma de movimentar a indústria da guerra e o capitalismo que se encontra em agonia e apresentando sucessivas crises.
            Um conflito armado interno instalado nos países árabes desde o início da primavera, denominando de “primavera árabe” transformou o cenário políticos desses países, num palco de guerra civil e disputa pelo poder. Impressionante é como os rebeldes conseguiram financiamento para rapidamente se armarem, sem contar com as despesas de manutenção da resistência de tais tropas rebeldes.
            Esses conflitos internos que levaram a grande maioria da população a se movimentarem pela derrubada dos regimes ditatoriais na Tunísia, Egito, Síria e por último, a Líbia. Surgi muitas perguntas e questionamentos. Em especial ao líder desse último país citado, Muammar Kadhafi que vem resistindo aos ataques da OTAN e das tropas rebeldes.
            O conflito interno segue, gerando uma terrível e sangrenta disputa, civis inocentes e aliados de ambos os lados morrem todos os dias, as gerações futuras restarão às lembranças de noites e dias de terror, criando enormes traumas emocionais futuros. Além do mais, que tais movimentos ocasionaram grandes prejuízos materiais a esses países.
            Sabe-se que todo conflito, seja ele internamente ou externamente, é em decorrência de uma crise. Nesse período a ordem do país, vira desordem e até que se estabeleça novamente o clima de serenidade e paz, a economia do país e das pessoas, é reduzida ao ponto das pessoas perdem o poder de compra, além de atingir a economia do país como um todo, pois a desestabilização política traz com ela a desestabilização econômica, impedindo o comércio externo, causando grandes percas a balança comercial e capacidade de investimento futuro do país em conflito.
            Agora o que nos chama atenção é como um país como a Líbia, que tinha a sua economia organizada, com as maiores reservas do mais puro petróleo e que as divisas obtidas com sua venda estavam sendo empregada na melhoria constante do sistema público de saúde, com a construção de modernos hospitais, aberturas de estradas e ferrovias, criação de infra-estrutura portuária e aeroviária, pesados investimentos na agricultura em pleno deserto, que tornou o país capaz de produzir frutas, legumes e verduras para matar a fome de seu povo. Construíram-se escolas, universidades e pólos de conhecimento tecnológicos. Pioneiro na região em implantar programas sociais de erradicação da pobreza. Vinha com uma forte política de implantação de programas habitacionais e modernização do setor hoteleiro para abrir o país ao turismo e gerar emprego, renda, mais divisas para o país e de repente ser abatido por um sangrento conflito interno. Surge a pergunta: quem e quais interesses estariam por traz de toda essa ação?
            Então surge outro questionamento maior, qual o verdadeiro interesse da OTAN e da ONU, para desestabilizar a ordem política e social interna de um país e a sua economia? E pior, os ataques realizados pela OTAN que vem matando vários civis inocentes, são defendidos a permanência de tais bombardeios com a afirmação que cumpre mandato da ONU para proteger civis na Líbia. Interessante é que quando pensaram em criar a ONU, foi para promover a paz, não em criar ou manter guerras vivas com o argumento que estão protegendo pessoas inocentes.

sábado, 20 de agosto de 2011

Coluna

Falando Sério
Por Herbert Lins*
As Policias Militares de todo Brasil passa por uma grande crise institucional, de organização e profissional. São vários estudos, artigos e publicações sobre o tema com suas especificidades. As briosas Policias Militares, segundo especialistas de segurança pública, fazem parte do conjunto das instituições mais importantes do país. O seu efetivo num todo, corresponde a 70% dos agentes policiais do sistema de segurança no país, chegam a ser o dobro do efetivo das Forças Armadas do nosso país. Foram criadas para proteger o cidadão e manter a ordem pública quando convocadas pelo regime político. A PM realiza policiamento ostensivo e combate a criminalidade, atende aos chamados dos cidadãos vinte e quatro horas durante os sete dias da semana e os 365 dias do ano. Assim, diante do colóquio que segue, chamo atenção para os governantes e parlamentares, buscarem um consenso em torno de uma ampla reforma estrutural das Policias Militares do Brasil e por fim ao “empurra com a barriga”.

Reformulação
As Policias Militares precisam urgentemente passar por uma reformulação, ou seja, buscar a profissionalização das organizações, combaterem a corrupção enraizada nos meios policiais e a valorização profissional.
Inibição
O processo de redemocratização do nosso país não gerou nas polícias militares a sua democratização e desvinculação das Forças Armadas. Favorecendo a proliferação de regulamentos internos ultrapassados, de tal forma que os policiais são inibidos em realizar o seu trabalho na rua, sob o temor que venham a infringir o sistema de controle disciplinar interno.
Desgaste
Existe um esforço excessivo em controlar a disciplina interna por parte de alguns oficiais adotando medidas punitivas rigorosas, que acaba provocando um desgaste emocional do profissional militar, na harmonia das relações entre superiores e subordinados. Além disso, é claro, da segregação entre oficias e praças que precisam ser vencida através de programas de formação continuada e humanização da corporação.
Efeito
Essas relações eficientes com base nas medidas punitivas rigorosas acabam provocando efeito contrário, os policiais em suas atividades de policiamento na rua, desenvolvem atitudes mais reativas do que pró-ativas e, o que é pior, utiliza técnicas nitidamente repressivas e violentas que precipitam a arbitrariedade ou o abuso de poder.
Proibição
Todos sabem que os policiais militares não vivem integralmente a cidadania, existe um grande distanciamento entre os policiais militares e a sociedade, provocado pelas normas jurídicas em vigor, provocando um enorme abismo, deixando bem distante das aplicadas aos cidadãos comuns.
Situação I
A situação das Policias Militares ficaram ainda pior quando perderam a sua autonomia financeira e a continuidade de uso de regimentos ou regulamentos internos ultrapassados, que na sua maioria são cópias dos que são aplicados nas Forças Armadas e com normas ainda da época da Ditadura Militar no país.
Situação II
Ainda tem o sucateamento das viaturas, armamento e munição insuficiente, banco de dados inoperantes, precário sistema de informação, o baixo valor do auxilio alimentação, a inexistência de gratificações de risco de vida e produtividade, os valores das horas-extras praticados, escala de serviço selvagem, falta de uma política habitacional, da oportunidade de continuidade de estudo e por fim, o achatamento salarial.
Situação III
O pior são as greves de reivindicações salariais realizadas por todo o país que trouxeram enormes prejuízos a própria instituição, ao comércio e desenvolveu um clima de terror para a sociedade. Pois o aquartelamento no período da greve gerou a prática de explosões a bancos, arrombamentos em estabelecimento comercial e aumento da criminalidade nas ruas. Perdendo os fins pacifistas do movimento, ou seja, a tentativa de “politização” da tropa e autopromoções pessoais por parte de alguns, através dos movimentos de greves das PM com a justificativa que estão reivindicando correções salariais.
Eleição I
Faltando um ano para as eleições municipais, o clima eleitoral em Guajará-Mirim já esquenta. O PMDB vai no estilo folclórico de “duelo dos bois” dentro da legenda, pois contam com os seguintes pré-candidatos a prefeito: o ex-prefeito Isac Benesby, O Cônsul Valsírio Pedro, o vereador Aldir, a vice-reitora da Unir, Professora Cristina Vitorino e Diretor do campus da Unir de Guajará, Professor Dorosnil Alves.
Eleição II
Já em Nova Mamoré, o clima predominante é do “já ganhou”. Pois o pré-candidato a prefeito Laerte Queiroz (PSDB) lidera com larga vantagem todas as pesquisas até agora realizadas, deixando no chinelo os pré-candidatos do próprio partido situacionista, ou seja, do PMDB, do grupo liderado pela deputada estadual Ana da 8 (PT do B) e do grupo do prefeito Zé Brasileiro (PSB). Uma coisa todos concorda que o candidato que enfrentar o madeireiro Laerte, fará uma campanha do “tostão contra o milhão” só pra cumprir tabela.
Eleição III
O quadro que se desenha no município de Candeias é uma disputa acirrada pela prefeitura, pois o atual prefeito Dinho de Souza (PV) vai ter pela frente como possíveis adversários: o ex-prefeito Chico Pernambuco (PMDB), o professor Raimundinho (PC do B), o empresário Valmir Ramalho (PSDB), o Toninho ou Professor Gilmar (PT) e por fim, Miguel Queiroz (PT do B).
Repúdio
Os acadêmicos do curso de Agronomia da UNIR - Campus Rolim de Moura divulgaram nota de repúdio contra a proposta de implantação de um novo curso de Agronomia no município de Porto Velho como foi divulgado pela Reitoria. Justificam a forte carência em equipamentos básicos para aulas práticas a campo, falta de laboratórios, salas de aulas, acervo literário, bem como sua estruturação completa.


Cuscuz no bafo

            Como de costume, me dirigi ao Mercado Central para tomar um café-da-manhã bem regional, regado a um bom mingau de banana com tapioca, cuscuz no bafo e ovos. Pois desde criança, me tornei um freqüentador de feira-livres, acredito que tenha adquirido esse costume de minha mãe. Era comum a ela, de quinze em quinze dias, sempre aos sábados, realizar compras no Mercado de “Oitizeiro”, localizado no Bairro de Cruz das Almas.
            O Mercado ou feira de “Oitizeiro” popularmente conhecida em João Pessoa se tornou uma opção de lazer e despertou em mim, o gosto pelo convívio com populares, de assistir as apresentações das duplas de repentistas, dos cordelistas e por fim, observar as negociações travadas entre minha mãe e os donos de bancas de frutas, verduras, temperos secos e grãos.
            Também gostava de ver aquelas rumas de abacaxi, laranja, inhame, macaxeira, cachos de banana, batata-doce, cocos secos e outros que me fogem a lembrança, espalhados no chão em cima de folhas de bananeiras ou lonas velhas de caminhão. Os gritos nas gargantas dos feirantes, cada um que gritasse mais alto e oferecesse o melhor preço, de repente se amontoava um monte de gente para conferir a promoção, as sacolas logo se enchiam, era dinheiro prá lá, e troco pra cá.
            Também gostava de passar pelo Box de minha tia Gertrudes, carinhosamente chamada na família de “tia gel”. Lá você encontrava os produtos da mercearia, as sacas de feijão, arroz, farinha, fubá, fécula de mandioca, xerém e milho para alimentar as aves domésticas, todos muito bem organizado, pesados numa balança vermelha antiga, possuía duas bandejas, em uma se colocava o produto, na outra os pesos para se determinar o tamanho da compra.
            No Box de “tia gel”, ainda poderia se comprar manteiga de garrafa, queijo coalho, doce de leite, doces de fruta, rapaduras, Maria mole, pé-de-moleque, mortadelas, polvilho e o maravilhoso queijo da manteiga. Logo quando chegava ao seu Box, depois de pedir a bênção, recebia como prêmio, uma lasca do queijo de manteiga. Gostava muito de ficar observando o seu jeitão com os clientes, todos tinha um grande carinho por ela, adorava ficar na sua companhia, pois nunca vi “tia gel” se afobar, até mesmo quando lhe causei prejuízo derrubando um saco de farinha no chão.
            A feira também serviu para despertar a minha veia para o comércio, ou seja, vi um menino vendo baladeiras, fiz com que minha mãe comprasse uma. Mas a minha não serviu pra derrubar mangas, carambolas, cajus, jambos ou matar passarinhos inocentes. Chegando em casa, a desmontei toda e fiquei observando o material utilizado, a forma como foi inventada. Percebi que poderia fazer melhor, para isso, pedi que minha mãe trazer-me do comércio, vários metros de um material sintético chamado de “soro”, aquela borrachinha que prende no braço na hora de verificar a pressão.
            Bem, passei a semana cortando galhos de goiabeiras e confeccionando minhas baladeiras para vendê-las na feira, a minha nova invenção já tinha passado nos vários testes realizados. O “soro” era melhor que a tira de borracha retirada da câmara de ar dos pneus. Bem, minha mãe ficava rindo das minhas invenções, fiquei com medo, fabriquei apenas dez e tive coragem de levá-las a feira, fiquei discretamente ao lado do Box de minha tia, as pessoas que chegavam para comprar, perguntava se a novidade estava à venda, não deu meia hora, estavam todas vendidas.
            Quando mostrei o faturamento a minha mãe, ela logo acreditou no negócio e me forneceu mais “soro”. Pensei desejava ser sócia no negócio, mas não, era uma forma de incentivar-me, afinal, minha mãe sempre foi o esteio da casa, o equilíbrio, o pendulo do nosso Lar. Também foi dessa vez, que paguei o meu prato predileto vendido na feira, cuscuz no bafo acompanhado de carne guisada com bastante batata e cenoura.

sexta-feira, 19 de agosto de 2011


Os filiados de Aluguel – Parte II

            Era um domingo, pois quando não estávamos na fazenda nos fins de semana ou visitando amigos da família no interior, meu pai, o Cel. Lins, dividia a metade do dia na granja e a outra metade, ficávamos em casa, desfrutando do maravilho almoço que minha mãe sempre fazia. Mas também era comum, passar o restante do dia na casa do meu tio Manoel Lins, que morava na frente da nossa casa. Essas visitas a casa do meu tio, me faz recorda os deliciosos quitutes preparados por tia Deodata e servidos a mesa.
            Todo encontro de família, sempre sobrava uma rodada sobre política, no âmbito estadual, a conversa girava em torno do “braguismo” ou “buritizistas”, se fosse municipal, sobrava para o cenário político de Serra Redonda, berço da família Lins de Albuquerque.
            Mas nesse dia ficou gravado em minha memória, pois o almoço de domingo contou com a presença de alguns familiares, amigos e oficiais da PM/PB mais próximo do meu pai. A conversa girou em torno do ex-arenista e ex-governador biônico Tarcisio de Miranda Burity. Esse, durante a semana em Brasília, teve a ficha de filiação abonada ao PMDB, pelo então senador Humberto Lucena (PMDB), com a finalidade de ser o candidato do partido na disputa ao governo do Estado da Paraíba em 1986.
            Daquele dia em diante, senti uma enorme diferença no entusiasmo pela política que meu pai nutria. Lembro quando ele disse não entender as surpresas do universo da política, pois o candidato natural seria o ex-deputado federal Antonio Mariz (PMDB), que perdeu a campanha ao governo do Estado da Paraíba de 1982 para Wilson Braga (PDS).
            Nesse almoço, meu pai revelou que no dia seguinte, ele mesmo procuraria o deputado federal José Targino Maranhão ou o deputado estadual José Fernandes de Lima, ambos do PMDB, para demonstrar a sua insatisfação. Afinal, desde o surgimento do MDB, ele sempre trabalhou pela legenda e não acreditava que teria sido entregue a candidatura própria ao governo do partido, ao personagem Tarcisio Burity, que até então, era o maior representante da política reacionário que por muito tempo dominou o cenário político da Paraíba.
            Meu pai quando chegou para o almoço da segunda-feira, logo disparei se ele estaria tido com pessoas do partido. Ele disse que sim e a notícia que teria tomado conta no Estado era verdadeira. Também falou sobre a revolta de muitos filiados históricos do MDB sobre o fato. Mas ele ainda soltou a seguinte pergunta: “quem iria desafiar a decisão do senador Humberto Lucena, presidente estadual da legenda e do Congresso Nacional, além de gozar da plena confiança de Ulysses Guimarães?”.
            Ainda me lembro quando meu pai balançava a cabeça sem acreditar durante o almoço, afirmando que foram vinte anos esperando por um momento de renovação de esperança. Tempo de uma vida para ver o MDB ser governo e na primeira oportunidade, entregava os destinos da legenda, aos que foram filhotes da velha UDN, que ressurgiu na ARENA e agora vestiam a capa de progressistas.

quinta-feira, 18 de agosto de 2011


A participação da mulher na política

            Exerço uma intensa militância política desde a minha adolescência, sempre percebi que os espaços políticos são ocupados na sua grande maioria pelo gênero masculino, ou seja, são poucas mulheres que se dedicam a mergulhar no universo da política, um território totalmente masculino.
            Sempre defendi a participação das mulheres nesse espaço masculinizado, pois acredito que sejam mais sensíveis as causas populares, uma enorme capacidade de unir pessoas em torno de seus ideais, facilidade na execução de projetos, de articular ações rápidas em torno de anseios maiores da sociedade e quando exercem cargos de poder, são raras as exceções, as mulheres que se envolvem com prática de corrupção, tema tão presente no cenário político dominado atualmente pelo homem.

Material Publicitário do TSE

            O primeiro homem a trazer a mulher para o universo da política que até então era dominado apenas por homens, foi o presidente Getúlio Vargas, quando convocou uma Assembléia Nacional Constituinte em 03 de maio de 1933 e que contou com a participação de uma mulher em sua elaboração. Esse acontecimento só foi possível, devido ao primeiro pleito eleitoral regido por um novo Código Eleitoral promulgado por Getúlio em fevereiro de 1932.
            Assim, a primeira mulher eleita deputada federal no Brasil foi a médica paulistana Carlota Pereira de Queirós. A política entrou em sua vida durante a Revolução Constitucionalista de 1932, quando o Estado de São Paulo rebelou-se contra o governo provisório de Getúlio Vargas.

Carlota Pereira de Queirós

            A deputada Carlota organizou um grupo de 700 mulheres para dar assistência aos feridos em conjunto com a Cruz Vermelha. Além de prestígio, esse trabalho garantiu a ela uma vaga na Assembléia Nacional Constituinte, sendo empossada em novembro de 1933. A sua atuação parlamentar foi marcada pelo primeiro projeto sobre a criação de serviços sociais no país. Após a promulgação da nova Carta, em 1934, elegeu-se novamente, mandato que exerceu até a decretação do Estado Novo e o fechamento do Congresso Nacional por Getúlio Vargas, em novembro de 1937.

Bertha Lutz
          
             O eleitorado paulistano sempre foi generoso com as mulheres, a paulistana Bertha Lutz indignou-se com a publicação de artigo maldoso dizendo que as brasileiras não iriam sofrer nenhuma influência da luta pelos direitos femininos na Inglaterra. Ela que acabara de voltar da França como bacharel em Ciências na Sorbonne, respondeu com a sugestão de se criar um movimento de luta pelos direitos femininos. Essa ficou na primeira suplência, com a morte do titular, veio assumir a cadeira de deputada federal em 28 de julho de 1936, mas com o advento do Estado Novo em novembro de 1937, põe fim a sua experiência.

Luiza Erundina

            Desde a década de 1980, o cenário da política brasileira começou a se desenhar com novos contornos, ou melhor, com contornos femininos. Pois mulheres como Lúcia Braga, Nadja Palitot, Luiza Erundina, Marta Suplicy, Roseana Sarney, Vilma Faria, Rita Camata, Lídice da Mata, Kátia Abreu, Heloísa Helena, Patrícia Saboya, Luciana Genro, Vanessa Grazziotin, Sandra Cavalcanti, Ana da 8, Suely Aragão, Glaucione, Milene Mota, Lúcia Tereza, Jaqueline Mesquita, Elis Regina, Mariana Carvalho e para preencher a minha galeria de celebridades femininas,  finalizo com a Ministra Gleisi Hoffmann e a presidente Dilma. E você mulher, que acabou de ler essas pequenas linhas, vai ficar fazendo o que ai parada?  Acredite, chegou a sua vez!
Ministra chefe da Casa Civil Gleisi Hoffmann e a presidente Dilma Rousseff

sábado, 13 de agosto de 2011

Coluna

Falando Sério
Por Herbert Lins*
O capitalismo mergulhou numa profunda crise segundo especialistas, mas existe ainda quem sai ganhando com todo esse cenário econômico mundial que se desenha. Pois o sistema capitalista na verdade é um grande corrida generalizada atrás da riqueza, uma competição selvagem das indústrias no mercado ou dos especuladores. Na atualidade, consiste a invenção e reinvenção de novos produtos. A grande presa a ser caçada, é o consumidor, que vai ditar o “modismo” e as incessantes mudanças nos ritmo de procura e oferta. Esses processos de mudanças ou de padrão de consumo no mundo contemporâneo têm provocado segundo Paul Singer, “o sucateamento precoce de homens e máquinas”. Assim, essa subordinação cega ao capital, tem provocado o esgotamento da natureza, bem como criando cenários de progresso e recriando cenários de crise. A irracionalidade do capitalismo no momento se torna a sua grande lógica dos seus aspectos paradoxais como desafio a ser vencido pelas gerações futuras.
Abalo I
A semana que passou foi marcada por grandes protestos e distúrbios sociais em diversas partes do globo. O cenário de terror urbano abalou a conjuntura política interna dos países protagonistas.
Abalo II
 No domingo 06 de agosto, Tel Aviv: 350 mil israelenses protestam nas ruas do país por melhores condições de vida; Segunda- feira 07 de agosto, Londres: distúrbios sociais iniciados nos subúrbios pobres se transformaram em explosão viral que envolveu milhares de jovens em diferentes pontos do país; Terça-feira, 08 de agosto, Santiago: 150 mil estudantes vão às ruas em defesa de uma reforma educacional que universalize o ensino público, gratuito, de qualidade.
Abalo III
A maioria dos cientistas sociais espalhados pelo mundo anda se perguntando o que interliga esses levantes quase sincronizados em lugares tão díspares, antecedidos de rebeliões massivas que irromperam como que abruptamente das areias dos países árabes e da modorra social em outras partes do mundo?
Saco
A frase que marcou a semana foi deputado federal Rubens Bueno (PPS/PR), afirmando que a situação de corrupção no governo do PT que se arrasta desde o governo Lula, “está parecendo um saco de caranguejo, você puxa um e vem outro grudado".
Código
Aldo Rebelo vai discutir mudanças no Código Florestal na próxima terça-feira (16/08).  O anúncio da audiência conjunta foi feito pelo presidente da Comissão da Agricultura e Reforma Agrária, senador Acir Gurgacz (PDT-RO), em reunião da comissão na quinta-feira (11/08) passada.
Energia I
A revista Carta Capital irá promover no próximo dia 22 de agosto em São Paulo o Seminário “Hidrelétricas: as necessidades do País e o respeito à sustentabilidade”. Para o debatedor, professor Luiz Pinguelli Rosa, diretor do Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-Graduação e Pesquisa de Engenharia (Coppe-UFRJ), do ponto de vista social, há uma saída para a construção das hidrelétricas. A perturbação provocada nas áreas de impacto da usina pode ser compensada como uma alternativa às famílias afetadas.
Energia II
O professor Luiz Pinguelli Rosa ainda afirma que “É um problema real. Elas moram ali e precisam sair. Agora, tem que ser para melhor. A conservação da pobreza, para mim, é uma patifaria. É muito cômodo eu estar aqui cheio de eletricidade, com computador ligado, viajando de avião várias vezes ao ano, enquanto no Norte fica todo mundo comendo folha e caçando minhoca”.
Energia III
Ainda em sua entrevista concedida antes do evento, o professor Luiz Pinguelli Rosa continuou afirmando que “as pessoas têm que sair desse nível primitivo de vida e passar a integrar o mundo moderno. Não precisa comprar automóvel, nada disso, mas tem que ter educação, saúde, eletricidade em casa, habitação decente.”
Erro
A propaganda política partidária do Partido da Social Democracia Cristão – PSDC, que foi exibida em rede nacional na última quinta-feira (11/08), errou feio ao firmar que o ex-presidente da República Epitácio Pessoa, natural do Estado da Paraíba, teria nascido no Estado de Pernambuco.
Correção
Quem estudou um pouco a história do Brasil sabe que o Presidente Rodrigues Alves veio a falecer antes de tomar posse. A Constituição a época previa que fossem realizadas novas eleições. A eleição ficou polarizada pelas candidaturas de Rui Barbosa e do paraibano Epitácio Pessoa, representante dos cafeicultores. O resultado eleitoral foi favorável à política do café-com-leite, com a vitória de Epitácio Pessoa.
Semelhança I

O novo relator do recurso extraordinário de Cássio Cunha Lima (PSDB) no Supremo Tribunal Federal é o ministro Ricardo Lewandowski. A decisão foi tomada nesta quarta-feira pelo presidente do STF, ministro Cezar Peluso, considerando a licença do relator do caso, ministro Joaquim Barbosa, que enfrenta problemas de saúde. O novo relator é presidente do TSE, ele poderá tomar uma decisão individual ou levar o processo para o Plenário do STF.

Semelhança II

O ex-governado da Paraíba, Cássio Cunha Lima (PSDB) foi candidato ao senado e obteve a maior votação já consagrada a um candidato naquele Estado, ou seja, 1,3 milhões de votos sufragaram o seu nome na urna. Mas devido a Lei da Ficha Limpa, o homem até hoje não foi diplomado e nem tomou posse como senador da República, desrespeitando a vontade da maioria dos eleitores paraibanos.

Semelhança III

Se Cássio (PSDB) for feliz no seu grau de recurso e tomar posse no senado, o tucano das bandas de cá, o ex-senador Expedito Júnior (PSDB) também será feliz, ou seja, ficará com a ficha limpa e se tornará pré-candidato imbatível a prefeito de Porto Velho.

Vencedor

O grande Bryan Forbes afirmava que a história tem demonstrado que os mais notáveis vencedores normalmente encontraram obstáculos dolorosos antes de triunfarem. “Eles venceram porque se recusaram a tornarem-se desencorajados por suas derrotas”.