domingo, 17 de julho de 2011

Porto Velho, a cidade que precisa acontecer!
Parte I – Um breve relato
                Cheguei a Rondônia aproximadamente há seis anos, minha porta de entrada foi o Aeroporto Governador Jorge Teixeira. Cheguei à noite e com muita chuva, pois dezembro no calendário climático para região norte, de acordo com o dito popular, é tempo das águas. Sendo assim, não pude ver a Porto Velho da madrugada.
            Mas quando amanheceu, logo fui andar pelas ruas do centro da cidade, percebi que Porto Velho era uma capital com aspecto de cidade média, parecida com Campina Grande na Paraíba ou mesmo Mossoró no Rio Grande do Norte. Mas o que me chamou mais atenção foi como se apresenta as formas da paisagem urbana para quem chega pela primeira vez.
            Percebi também o abandono com a história cultura da cidade se deteriorando, casas antigas sendo demolidas para dar lugar a construções de arquitetura moderna, sem respeito algum as gerações futuras, afinal, a história de um povo deve ser guardada de forma materializada, não apenas nas lembranças da memória e passada verbalmente de geração a geração.
            Fui ao que sobrou da Estrada de Ferro Madeira-Mamoré, fiquei perplexo diante do abandono, para mim que valorizo tanto a cultura e que pautei toda minha vida valorizando a cultura, a história, a geografia, ou seja, mergulhado nas ciências humanas para entender a sociedade do lugar e dos lugares. Tentava buscar respostas na minha mente para ato tão nociva para história do lugar e o desrespeito a memória de um povo.
            Sinto em dizer, que via Porto Velho com o olhar de turista e digo que nunca se passou em minha mente, passar a ser mais um bandeirante de Rondônia. O meu primeiro olhar foi o de quem visita pela primeira vez o lugar. A aonde chego, vou caminhar pelas ruas, pego ônibus, vou até o ponto final e volto ao ponto inicial. Com esse tipo de comportamento, vou descobrindo o lugar e observando os costumes das pessoas.
            A nossa capital quando cheguei não tinha Shopping Center, as vias de acesso ainda não eram duplicadas, a euforia das usinas não existia, nem mesmo a idéia. As obras estruturais estavam a passos lentos e nem mesmo a política estava tão dinâmica. As mudanças vieram rapidamente com as Usinas do Rio Madeira, mas com ela, não veio às compensações ambientais e sociais tão esperadas. E o pouco que aconteceu, não é perceptível a quem mais precisa.
            Assim, a partir de uma que frase que “Porto Velho é a cidade que precisa acontecer”, pronunciada pelo radialista Mauricio Calixto, que tanto admiro o seu trabalho e sou ouvinte assíduo, ou melhor, me divido ente ele o Arimar Souza de Sá. Resolvi fazer um trabalho de documentação dos descasos da administração pública municipal com a nossa capital, que ainda muito precisa sofrer uma grande reforma urbana em sua paisagem geográfica e finalizo com uma frase do senador Cristovam Buarque: “Prefiro desagradar falando o que ainda não foi ouvido, do que agradar dizendo o que já ouviram”.

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