domingo, 31 de julho de 2011

Coração e Mente, minhas primeiras interpretações!
(Parte III)

            Chegando a faculdade, minha mente estava dispersa, nenhuma palavra do professor durante as aulas me chamavam a atenção, apenas o coração e mente buscava respostas aos sentimentos que provocavam dores fortes em minha alma. Fiquei horas fitando o quadro cheio de conteúdo de geografia no quadro, mas minha mão estava pesada e meu corpo mórbido igual a um defunto no caixão a espera do seu enterro.
            Fiquei disperso na aula, procurei construir um breve histórico de toda a relação pra ver o ponto em que esfriou o sentimento de amor, que sempre leva ao fim do romance. Também fiquei me perguntando se ela estava correspondendo ao que realmente eu mais desejava no relacionamento a dois. Comecei a encher minha cabeça com muitas perguntas e tentando-as responder sem disfarces, nesse momento, mergulhei-me num monologo.
            A pergunta mais forte foi se a pessoa que tanto amava, realmente valorizava os meus sentimentos, meu modo agir e de ser, sem máscara e sem disfarce? Em minha mente ainda divagava em perguntas quanto se o relacionamento era satisfatório para os dois ou apenas para um dos dois? Se existia alguma possibilidade de conciliação e como seria o pós-reconciliação? Se realmente eu demonstrei meus sentimentos? Tinha-se ficado esperando que adivinhasse os meus anseios? Perguntas não deixavam de surgir e meu coração se tornava cada vez menor, diante de tais perguntas e ferida gigantesca da alma.
            O trágico é que o amor está dentro de nós, em nosso coração, em nossa mente. Ninguém pode avaliar o sentimento do outro quando se esta amando outra pessoa, a não ser nós mesmos. Será que devemos ir até as últimas conseqüências para conquistar ou reconquistar quem amamos. Como devemos proceder para extrair o melhor de uma relação, as dúvidas são enormes diante de tal sentimento despedaçado.
            Mas a pergunta maior supera o sentimento que correi a alma, se há amor por ela, haverá de ter um amor maior que o sentimento de amor próprio, com uma intensidade tão grande quanto uma rede de alta voltagem ou devemos priorizar primeiro o amor quem sentimos por nós mesmo?
            Eram perguntas que fazia dentro do meu eu, mergulhado na solidão, confuso! Ficava divagando no pensamento e a aula se passava, parecia interminável e o pior, a matei-a estando presente. Foi quando o professor colocou no quadro a seguinte frase: “Pode-se retardar o amor, nunca suprimir” do poeta romano Propércio. O professor sempre nos deixava uma frase e seu autor quando findava a aula. Assim, já dispensado da aula, a pergunta maior veio a minha mente junto à afirmativa. Se ela não é merecedora desse sentimento maior tinha por ela e minhas energias que destinava pra ela, então devo escolher por mim e destinar meu amor para quem merece verdadeiramente?

Crédito da imagem: Auguste Jean Baptiste Vinchon,
Propertius and Cynthia at Tivoli

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