quarta-feira, 20 de abril de 2011

Não vamos enterrar um homem, vamos plantá-lo – Parte I
Frase do ex-vice governador Raymundo Asfora (PMDB/PB),
 em seu discurso de homenagem a João Pedro Teixeira durante seu velório.


                Quando cheguei a Rondônia de férias, mas passado vinte dias, decidi ser mais um pioneiro, fixando residência no município de Nova Mamoré, devido à ligação de amizade criada com Alexandre e Ernandes Soares, quando estes ainda moravam em João Pessoa a fim de estudar. Ambos são filhos do José Renato Soares do Nascimento e da Socorro Costa Soares, ele funcionário a mais de trinta anos da EMATER – RO e Socorro comerciante nata por natureza, construíram sua vida no lugar desde quando se chamava Vila Nova do Mamoré e ainda era distrito de Guajará-Mirim.
            Conheci o Alexandre e o Nando por serem amigos de Ravi, filho da Cláudia, todos moravam no mesmo condomínio do bairro populoso de Mangabeira. Eu desejava fazer do Ravi uma liderança em seu bairro com o objetivo de desenvolver um trabalho em favor da candidatura do ex-prefeito de Cabedelo Sebastião Plácido a deputado estadual nas eleições gerais de 2006. Afinal, Ravi era muito conhecido no meio jovem do bairro. Assim, no início do mês de dezembro de 2005, o Nando me convida para conhecer Rondônia, na época estava no auge o seriado Mad Maria da rede globo de televisão, que contava a história da construção da Estrada de Ferro Madeira-Mamoré. De pronto aceitei o convite e no dia 19 de dezembro de 2005 cheguei a Rondônia, debaixo de muita chuva e um vôo com muita turbulência por conta do mal tempo.
            Do Aeroporto Internacional Governador Jorge Teixeira, fui de taxi até o Hotel Tereza Raquel, localizado na Rua Marechal Deodoro da Fonseca, centro de Porto Velho, pois teria que ficar dois dias esperando Nando chegar à capital rondoniense por conta de trajetos diferentes que realizamos até Rondônia, para então rumarmos à Nova Mamoré. No dia que fiquei sozinho em Porto Velho, aproveitei bastante para descobrir o lugar, comer de suas iguarias, conhecer o artesanato local, o sistema de transporte urbano, os locais históricos da cidade, a rodoviária e ainda deu tempo fazer uma visita ao “Colégio Classe A”, para rever o professor Carlos, meu conterrâneo de Campina Grande e que na minha juventude tinha dado algumas aulas a mim no pré-vestibular do “Colégio CA” em João Pessoa, que pertenceu aos professores Alencar, Pompeu e Américo.
            No dia 21, Nando chegou a Porto Velho, rumamos para Nova Mamoré num transporte alternativo, durante a viajem não parei de falar sobre a minha impressão da capital rondoniense, uma cidade no meio da “floresta” e que nasceu da beira do imenso Rio Madeira em direção as planícies da Amazônia ocidental. Além é claro, que seu crescimento se deu através dos ciclos econômicos em que viveu desde o período das drogas do sertão, passando pela exploração de borracha, posteriormente da cassiterita, em seguida do ouro, da pecuária e atualmente das usinas hidrelétricas do “madeira”. No caminho, fiquei contemplando a floresta, as fazendas e o gado ao longo da BR. 364 e BR. 425 que dão acesso aos municípios de Nova Mamoré e Guajará-Mirin, que fazem parte da região de fronteira com a Bolívia.
            Me chamou ainda mais a atenção, os vestigios da Estrada de Ferro Madeira-Mamoré ou melhor, as pontes de ferros pertencentes ao seu conjunto histórico e que encontra-se sem manutenção, abandonada, ou seja, as estações de parada em ruínas, em alguns trechos os trilhos e a rede de telegráfico desaparecendo, afinal, a EFMM pertence ao nosso patrimônio histórico e cultural devido a sua importância no contexto ecnômico que vivia o mundo na metade do século XIX por conta da necessidade do latex, surgindo assim, a idéia de construir uma ferrovia que possibilitasse superar os trechos encachoeirados do alto rio Madeira que compreende na atualidade os municípios de Porto Velho, Nova Mamoré e Guajará-Mirin. A construção da EFMM, foi com o intuito de levar à borracha produzida na Bolívia e na região de Guajará-Mirim, além da provincia de Santo Antônio do Madeira que pertencente ao Mato Grosso, por conta da próximidade com a Europa e os Estados Unidos da América.

Um comentário:

Fascio disse...

Tive a oportunidade de conhecer um pouco mais da beleza que meu companheiro colocou nestas traçadas linhas, gostaria de acrescentar a beleza de seu povo gentil e hospitaleiro. Obrigado companheiro Herbert, um abs a vc e a todos os que habitam nesta terra maravilhosa. Fascio